It's over.

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Obs: NÃO MATEM A ESCRITORA LINDA AQUI TÁ, AMO VOCÊS <3



O som daquele lugar era tão alto que chegava balançar o chão. Chris estacionou o carro na frente da boate, olhando para nós com um sorriso travesso nos seus lábios. Escutei a porta sendo destrancada e as meninas logo descendo do carro. Segui-as para fora, observando a fila que havia para poder entrar ali. Dei um sorriso de lado e acompanhei-os para dentro daquele lugar. Aquela música estava prestes a estourar meus neurônios de tão alta que estava. Passou um garçom com algo em uma bandeja. Tina pegou e saiu andando rumo a pista de dança.

- Quer beber algo? – Chris falou perto do meu ouvido.

- Não obrigada, estou bem – dei um sorriso fraco.

- Tem certeza? Tem umas bebidas ótimas aqui, não vai se arrepender.

- Se eu querer, eu falo – sorri.

Olhei ao meu arredor e as meninas não estavam mais ali, apenas o Chris que balançava de um lado para o outro. Revirei os olhos e procurei um sofá. Encontrei um, porém havia pessoas se pegando nele. Voltei meu olhar novamente para a pista de dança, para tentar encontrar as meninas. Encontrei, porém não do jeito que eu imaginava. Cada uma se esfregava com algum menino em um certo canto.

- Pra você – Chris me esticou um copo – é suco.

- Mas eu não quero, já havia dito.

- Toma vai. É de laranja.

- Tudo bem – peguei o copo de sua mão. Virei ele na boca – isso é muito bom. Quero outro.

- Claro – ele sorriu e pegou outro – aqui.

Aquilo era muito bom. Já estava no meu terceiro copo e queria beber todo o resto que se tinha na festa. Era tão lindo olhar para aquelas luzes. Senti meu celular vibrando, porém não conseguia ler o nome que se tinha na tela. Alguém segurou minha mão, olhando pra tela do meu celular.

- Ninguém importante Hanna – ele sorriu.

- Vamos embora... – escutei a voz de uma menina – Hanna, você está bem? – era uma morena parada na minha frente, dando leves tapas em meu rosto – você a deixou bêbada? – cambaleei para frente, quase caindo em cima dela – me dá esse copo – a garota pegou da minha mão, levando ao nariz – se é louco Chris? Se o namorado dela saber que estamos aqui nessa balada e com ela bêbada, nós estaremos fritos! Vem Hanna – ela pegou em minha mão, puxando-me dali.

- Me solta, quero dançar – resmunguei.

- Não, você não quer.

- Não mesmo – senti meu estomago revirar completamente – quero vomitar. Charlie.

- Hanna? Não sou a Charlie, sou a Tina.

Olhei para ela, depois para o chão. Vomitei tudo ao meu arredor. Segurei no ombro da Tina, enquanto eu ainda terminava de colocar minhas tripas para fora pela boca.

- Tina, não estou me sentindo bem – resmunguei.

- Ai meu Deus Hanna, você está sangrando. Suas pernas – ela gritou assustando-me – vamos para o hospital, agora mesmo.

- Hospital? – resmunguei.

- É, você está muito mal!

- Matt – tudo se escureceu ao meu arredor.

Matt P.O.V

Estava sentado na cozinha, encarando as paredes, que estava mais animadora do que aquele meu turno. Meu café se possível já devia estar esfriando. Levei a pequena xícara até a boca, observando um pequeno mosquitinho que voava.

Escutei uma certa correria vindo do corredor, chamando a minha atenção. Coloquei a xícara em cima da mesa, e caminhei até lá. Havia uma garota na maca e os médicos diziam para andar logo. Seus cabelos loiros eram parecidos com a da Hanna. Vi eles virando o corredor e tive a visão perfeita dela.

- Hanna – gritei e comecei a correr atrás deles – Felipe o que houve?

- Ela chegou completamente bêbada e intoxicada. Está quase perdendo o bebê Matt. Acho que ela tentou abortar ou se sentiu muito pressionada, eu não sei. Vou fazer o meu máximo.

Senti mãos me segurando, não me deixando avançar, me debati o máximo possível, porém não conseguiria me soltar.

- Hanna – gritei alto o suficiente para que todos os cantos do hospital escutassem.

Hanna P.O.V

A única coisa que eu estava escutando era gritos. Reconheci as vozes de imediato. Matt e Taylor. Mantive os olhos fechados, para prestar atenção no que eles falavam.

- Taylor, olha o estado dela. Por que porra de motivo ela teria para ir a uma balada estando grávida?

- Eu não sei mano – Taylor gritou.

- E ainda se dopar o suficiente de ficar por um triz de perder completamente a criança? Foi o que isso? Irresponsabilidade de criança?

- Matt, fica calma, vamos esperar ela acordar e a gente pergunta.

- Ela chegou bêbada aqui e desmaiada. Com fortes sangramentos, não tem o que se questionar!

- Tem sim, aposto que ela tem uma boa desculpa.

- Não quero desculpa, porra. Quero motivos. Motivos dela se dopar ao ponto de perder nosso filho – sua voz estava embolada, imagino que a esse ponto, as lágrimas desciam por seu rosto.

Eles ficaram quietos, porém eu conseguia sentir o clima pesado que estava no quarto. Criei coragem suficiente para abrir meus olhos. Senti o olhar dos dois caírem sobre mim. Respirei fundo e me sentei na cama. Conseguia ver a veia dos dois palpitando para fora do pescoço dos dois.

- Hanna, você já pode começar a se explicar – Matt cruzou seus braços, encarando-me.

- Eu não sei o que aconteceu.

- Não minta para nós – Taylor me olhou – você chegou completamente bêbada aqui!

- Primeiro, o que você fazia em uma balada? Você está grávida, não tem que ir a porra nenhuma de badala – Matt gritou, fazendo todos os meus pelos se arrepiarem.

- Eu não lembro o que houve na balada.

- Agora me diz, porque você quis abortar nosso filho? – a voz de Matt era forte, porém ele estava quase desmoronando.

- Eu jamais abortaria nosso filho – gritei – alguém colocou algo em minha bebida!

- Hanna, pare de mentir! Você chegou aqui suja de sangue e vomito, com seus exames dando resultado de remédios usados.

- Matt, acredita em mim – senti as lágrimas caírem – Taylor – supliquei.

- Desculpa Hanna, isso foi demais até para mim.

- Matt – eu já soluçava e as lágrimas desciam mais.

- Não Hanna. Não dá mais para mim.Acabou Hanna. O filho ainda é meu, vou assumir, mas não ficaremos juntos.

- Não Matt – entrei em desespero. Não conseguia enxergar direito – por favor – sussurrei.

Vi os dois saindo pela porta e eu não podendo fazer nada. Puxei todas aquelas agulhas do meu braço e sai da cama, indo desesperadamente até a porta. Avistei os dois andando no corredor. Juntei todo ar que podia e os gritei.

- Matt.

Senti mãos me agarrando e pedindo para que eu me acalmasse. As lágrimas não queriam parar. Tentei de tudo me soltar deles. Senti algo sendo injetado em meu pescoço. Meu corpo amoleceu, porém ainda continuem chorando, meus olhos pesaram e tudo se escureceu novamente.

O melhor amigo do meu irmão.Onde histórias criam vida. Descubra agora