O táxi parou de frente a minha casa. Respirei fundo algumas vezes pensando se descia, ou se pedia para dar mais uma volta no quarteirão. Paguei o motorista e desci do carro. Caminhei lentamente até a porta da frente. Levei a mão ao trinco, com medo de girar aquela maçaneta. Abri-a, deparando com certo barulho vindo da sala. Fui até lá, encontrando vários meninos espalhados pelo chão. Dei um breve aceno. Dois não me responderam. Matt e Taylor. Caminhei em direção ao Matt, sentando me no chão, a sua frente. Encaixei minhas costas no meio da suas pernas, olhando para o seu rosto. Ele baixou seu olhar para mim, dando um breve sorriso. Fiz biquinho, para ter certeza, que mesmo ele estando bravo, ainda gostasse de mim. Matt me deu um rápido selinho e voltou atenção ao seu jogo. Bufei de raiva, levantando-me, ficando na frente deles.
- Sai da frente Hanna, não está vendo que estamos jogando? Ficou cega agora? – Matt disse.
- Qual é mano, pega leve com ela – Scott olhou pra ele.
- Esquece Scott – dei um sorriso de lado.
Subi as escadas rapidamente em direção ao meu quarto. Bati a porta com toda força que eu consegui.
- Não quebra Hanna, não foi você que pagou – escutei Taylor gritou.
- Foda-se – gritei bem alto.
Fui direto para o chuveiro. Tomei um banho o mais demorado que eu conseguisse, tentando relaxar ao máximo. Sai do banheiro, vestido meu moletom de ursinho, com uma calça solta. Peguei meu celular e liguei a para Phoebe.
Ligação Iniciada.
- Phoebe?
- Oi Hanna, você está melhor?
- Um pouco – dei de ombros – liguei, pois queria saber se tem como você emprestar seu caderno, perdi algumas matérias.
- Claro, já levo ai para você.
- Tudo bem – dei um fraco sorriso.
Ligação finalizada.
Levantei da minha cama, descendo as escadas em direção a porta da frente. Passei novamente na frente da televisão, atrapalhando a visão de todos que estavam ali.
- Caralho Hanna. Dá para sossegar? – Matt disse.
Revirei os olhos e continuem meu caminho. Escutei a campainha tocar e fui abrir. Phoebe estava segurando um pequeno monte de cadernos.
- Obrigada. Te devolvo tudo amanhã se possível.
- Sem pressa – ela sorriu – tchau Hanna.
- Tchau Phoebe – acenei.
Subi novamente para o meu quarto, abrindo todos aqueles cadernos em cima da cama. Peguei o meu e comecei a copiar tudo que era necessário e que eu havia perdido. Meu deus, parece que os professores aproveitaram essas duas semanas que eu estava fora e triplicaram a matéria.
Olhei a hora no relógio, e fazia já algumas horas que eu estava ali. Escutei meu estomago roncar.
- Está com fome bebê? – sorri e levei a mão a minha barriga.
Desci as escadas para ir em direção a cozinha e ainda encontrei os meninos jogando aquele bendito vídeo game. Passei calmamente por eles, para continuar meu caminho.
- Oh Hanna, faz alguma coisa ai pra gente comer – Matt disse sem tirar os olhos da televisão.
- Levanta sua bunda do sofá e vá fazer. Eu não sou sua empregada. Você tem mãos e pés, pode muito bem ir sozinho.
- Toma – os meninos gritaram em couro.
- Calem a boca – Matt deu um tapa na cabeça de um deles – qual é Hanna – ele me encarou.
- Não! Se vira sozinho, não tenho a mínima obrigação de fazer alguma coisa para vocês – fui curta e grossa.
- Fica quieta ai Hanna, porque você só ta aqui ainda por causa do meu sobrinho – Tay entrou na conversa.- Sobrinho? – Scott olhou para mim – parabéns Hanna – ele sorriu – se precisar de um pai, estou aqui – ele deu um sorriso travesso junto com uma piscada.
-Se manca idiota – Matt estralou um tapa em sua cabeça – a criança já tem pai. Mais uma dessa e vai sair daqui com um olho roxo – seus olhos voltaram para a televisão
- Qual é Matt – ele riu.- Cala boca. Já tem, pai, só não se vai ter mãe – Matt revirou os olhos.
- Pare mano – seu amigo falou.
- Calem a boca vocês – Tay falou irritado – é a mais pura verdade. Ninguém mandou você tentar abortar. Se algo tivesse acontecido ao meu sobrinho, juro Hanna, te mandaria para fora de casa.
Olhei para ele magoada. Como um irmão seria capaz daquilo? Colocar a própria irmã na rua. Não permiti que nenhuma lágrima escorresse pelo meu rosto. Ergui a cabeça e dei um sorriso.
- Bom saber – sorri sínica.
Larguei tudo do jeito que estava. A fome tinha passado, e no lugar dela uma tristeza imensa me invadia. Passei por eles devagar, atrapalhando seu jogo de propósito. Pouco me importava isso agora. Meu próprio irmão falar aqui para mim, foi igual levar um murro na cara.
Assim que cheguei ao meu quarto, me entreguei as lágrimas. Abafei meus soluços no travesseiro. Tudo a minha volta estava desmoronando, minha vida já tinha se acabado. Maldita hora em que fui aceitar ir naquela festa.
Algumas horas se passaram desde que eu entrei no quarto. Já tinha parado de chorar a um tempo. E tudo o que eu precisava agora era de ar. Resolvi então ir à piscina.
Coloquei um biquíni simples, e um vestidinho solto por cima. Peguei meu celular e desci as escadas rumo à piscina, ignorando todos que estavam na sala. Assim que sai para a área da piscina, dei uma olhada ao redor. Bem ao lado direito vi Chris, ao telefone. O mesmo me encarou por um tempo, antes de encerrar a ligação e vir perto do muro baixo que separava nossas casas.
- Oi Hanna – sorriu.
- Oi – falei fria, enquanto me aproximava do muro.
- Como você está? Ficou bem bêbada na festa – falou como se nada tivesse ocorrido.
- Estou ótima. Lindamente ótima – sorri irônica – não aconteceu nada de mais, né? Só fui embriagada por você, que aproveitou e colocou algo em minha bebida. Quase perdi meu filho. Meu namorado e meu irmão acham que eu tentei aborto, consequentemente me odeiam, ou melhor, meu ex-namorado, porque até isso você me fez perder. Minha gravidez é de risco, o que é ótimo – soltei uma risada irônica – a muito obrigada Chris, conseguiu foder a minha vida direitinho. Muito obrigada.Calma Hanna, respira. Pensa no bebê você não pode se estressar.
- Calma Hanna, eu... Desculpa, não sabia que você estava grávida, se eu soubesse nunca teria feito o que ela... Sério Hanna, me perdoa – seu olhar era sincero, mas minha raiva e ódio por ele era maior.
- Desculpas, desculpas! – gritei – de boas intenções o inferno ta cheio querido. O que isso vai me adiantar agora? Não vai trazer minha vida de volta? Não, não vai. Então acorda seu idiota. Suma da minha frente, não acha que já desgraçou a minha vida de mais não? – gritei furiosa.
Sai dali rapidamente. Tentei secar algumas lagrimas que caiam, mas sempre apareciam outras. Eu tinha que me acalmar. Aquilo não faria bem ao meu bebê. A meu bebê. Meu bem mais precioso, sofrendo por burrices da mãe.
Tirei o vestido rapidamente e pulei na água, tentando me esquecer de tudo um pouco. Nadei um pouco antes de voltar à superfície. A água estava morna, ótima para um bom banho.
Fiquei um bom tempo ali. Relaxando e tentando esquecer-se de todos os problemas que me cercam. Tentando manter a calma pela única pessoa que valia todo o meu esforço.
Acabei voltando para o meu quarto só de noite. Tomei um banho mais rápido. Desci discretamente até a cozinha, peguei a primeira fruta que encontrei e voltei correndo para o meu quarto, trancando a porta logo em seguida. Já não tinha mais condições de discutir com ninguém por hoje. Meu corpo pedia uma boa noite de sono. Mas a mesma demorou a chegar.Notas Finaiso Assunto muda agora. Espero que vocês não vá odiar os boys </3
A briga deles não é eternaaaa!
A separação deles, também não! kkkkk
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O melhor amigo do meu irmão.
Novela JuvenilEla era mimada. Ela gostava de diversão. Ela odiava metade das pessoas a sua volta, Seu mundo desmoronou. Ele tinha um sorriso encantador. Não ficava por ficar. Odiava gente fútil e mimada. Mas se apaixonou por uma. O futuro...