01. O Clã da Juliette

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Caso o capítulo mostre algum erro, me avisem! Apaguei o antigo e recolei com as alterações. Uma boa leitura!

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Céu Azul trouxe algumas notícias da escola para papai ontem à noite e elas não eram tão boas assim. Pelo menos, não para mim.

A secretaria eletrônica antiga, que mesmo com a tamanha tecnologia dos dias de hoje ainda assim papai insistia em manter, guardava as ligações e recados quando ninguém estava em casa ou com saco para atender ao telefone. Eu odiava Céu Azul, o apelido carinhoso para essa maldita secretária eletrônica, com todas as minhas forças. Ela era responsável pela maior parte das desgraças que aconteciam na minha vida, e não seria diferente dessa vez.

Ontem à noite saímos para jantar fora, era aniversário de minha madrasta e como ela ama comida italiana, logo, papai não hesitou em reservar uma mesa no melhor restaurante italiano da cidade. A noite foi divertida, ninguém imaginaria a pequena desgraça que estava prestes a acontecer. Sinceramente, nunca pensei que minha vida poderia virar de ponta cabeça assim, mesmo com as constantes encrencas que eu me metia.

No entanto, de todas, aquela parecia de longe ser a pior.

Assim que chegamos em casa, a luz vermelha de Céu Azul piscava como uma árvore-de-natal, indicando novas mensagens. De todas as coisas que eu poderia imaginar, nunca pensei que aquela mensagem seria sobre mim. Papai sentou no sofá ao lado da mesinha, e escutou todas as mensagens, uma por uma, com as pernas cruzadas, enquanto checava os e-mails no notebook em seu colo. Eram mensagens tolas de trabalho, até que a voz monótona que saia de Céu azul disse:

— Boa tarde, senhor Laurent. Sou a secretária Lara da Legrand. Peço perdão por ligar no final de semana, mas o assunto é urgente. Sua filha foi vítima de cyberbullying. Precisamos que você venha até o internato amanhã para resolvermos o problema junto a sua filha e os responsáveis da causadora de todo esse problema.

Papai não entendeu o que a mensagem significava, e me olhou daquela forma que eu odiava. Então, me obrigou a explicar, da maneira mais clara e detalhada possível, o que aconteceu nos muros de Legrand nos últimos meses, enquanto seus olhos atentos de jornalista analisavam cada palavra que saia da minha boca, como se esperasse por uma mentira.

Contei tudo para ele — e com tudo, quero dizer tudo que julguei necessário ele saber. Não me orgulho de ser uma boa mentirosa, nem de saber guardar segredos como ninguém, mas era algo que me salvava de várias enrascadas. Se não fosse por aquela maldita secretária eletrônica, eu conseguiria ter guardado esse segredinho até a escola acabar de uma vez por todas.

Juro que qualquer dia a quebro com uma marreta.

Seus olhos eram curiosos e atentos, enquanto estávamos sentados na sala de estar. Contei que essa foi a primeira vez que aconteceu e que Juliette e eu apenas tivemos um desentendimento devido às notas. Ele pareceu acreditar em cada uma das minhas mentiras e quando fui para meu quarto naquela noite sem ter mais perguntas para responder, consegui ficar calma, ainda assim, havia algo me incomodando, a preocupação que crescia dentro de mim sempre que pensava na situação.

Posso Anotar o Seu Segredo? [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora