GUERRA FRIA.

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RENESMEE CULLEN

06:55 Pm.

Fala sério!
Eles sabem afinal...
Era pra ser algo íntimo entre mim e Jacob, droga!
Subimos em sua moto e saímos em direção à uma lanchonete não muito longe dali.
Agora resta contar à Jacob que, mesmo que eu sempre tenha pertencido à ele, outra pessoa me possuiu. Usufruiu do meu corpo...
Essas lembranças me enojam e enchem meu coração de angústia, e novamente a vontade de chorar me invade.
Ele precisa saber. Devo isso à ele.
Talvez ele já saiba, ou desconfie.
Ao chegarmos à lanchonete, escolho uma mesa mais afastada do pequeno fluxo de pessoas.

Jacob
- Por que aqui?

- Sem motivos.

Jacob e eu nos sentamos e Janett a garçonete, vem à nossa mesa.

Janett
- Oque vão pedir?

Jacob
- Uma porção de fritas?

- Claro.

Jacob
- Uma grande porção de fritas e dois sucos de laranja, por favor.

Janett
- Já volto com os pedidos.

Janett se retira.
A sós em fim.
Mas não é o momento para falar. Ou seria? Há um momento para esse tipo de assunto?
Ele sorri para mim, o clima entre nós está estranho, ou seja apenas o fato de que estou me sentindo estranha.
Jacob me olha atentamente.

Jacob
- E então, como vai ser daqui para frente?

- Ficarei em casa. Não voltarei para à reserva. Além de voltar à estudar em minha antiga escola...

Sua expressão torna-se levemente entristecia.

Jacob
- Mas Nahuel ainda está por aí.

- Não posso fazer nada, ordens do meu pai.

Encerro o assunto e logo Janett volta trazendo consigo nossos pedidos.

Janett
- Aqui está.

Ela nos apresenta um belo sorriso, acena com a cabeça e se retira para servir outras mesas.
Jacob simplismente ataca as batatas ligeiramente.
O cheiro da gordura me causa enjoo. Tapo minha boca e saio correndo para o toalete.
Quando volto, Jacob está assustado.

Jacob
- Oque aconteceu?

- Acho que algo me fez mal.

Jacob
- Está tudo bem?

- Sim.
Acho melhor irmos embora.

Jacob
- Mas você nem tocou na comida!

Olho de canto e ele vai até o balcão acertar a conta.
Logo estávamos saindo dali.
Mas algo está errado, Jacob não está indo em direção à minha casa, e sim à dele.
Paramos à frente da pequena cabana rústica, faz algum tempo que eu não vinha até aqui...
Jacob me convidou para entrar, e logo em seguida já estávamos na sala. Pedi um copo d'água e ele se direcionou à cozinha para buscá-lo.
Algo em mim me deixara incomodada... A dúvida.
Conto à ele?
Jacob então entrega-me o copo com água. Sinto seu frescor descer pela minha garganta, aliviando minha postura tensa.
Agradeço e Jacob se senta ao meu lado, inclina-se até meu pescoço beijando o mesmo.

Jacob
- Estou com saudades...

Aquilo me arrepia por inteiro e então me afasto.
A expressão de Jacob torna-se confusa.

Jacob
- Oque houve?

- Não estou no clima...

Me levanto, ele faz o mesmo e me puxa forte pela cintura, colando nossos corpos e fazendo com que seu calor me envolva em uma sensação inexplicável.

Jacob
- Então criaremos um clima.

- Não Jayck. Hoje...

Não termino a frase. Algo sobe por minha garganta e novamente saio correndo.
Quando volto para sala, Jacob parecia estar com um enorme ponto de interrogação em sua face, e logo se torna pensativo.

- Me leve pra casa, por favor?

Ele me olha de forma intrigante.

- Quando foi a última vez que menstruou?

- Jacob!

Corei-me envergonhada.

- Quando foi?

- Eu não tenho isso de "menstruação".

Jacob
- Como não? Sou leigo no assunto, mas sei que toda mulher passa por isso.

- Veja só, eu e minha mãe achamos que tem haver com o fato de que sou uma criança imortal. Isso nunca aconteceu comigo...

Jacob
- Pensei que...

- Não, não pense em nada disso, é impossível.

Jacob
- Pensávamos que era impossível uma humana gerar um filho de uma vampira, e cá está você.

- Vê se não viaja!
Quero ir embora.

Nada como um surto repentino de raiva adolescente para se encerrar um assunto.
Aquilo não era nem uma hipótese.
É impossível...
Já fiz um exame com Carlisle, meu corpo não possuí ovários. Sou estéril. E lido muito bem com isso.
Jacob me leva para casa, quando chegamos meu pai está na varanda esperando por mim e ainda está estranho e estressado. Não recebeu bem a perda da minha virgindade afinal.
Me despeço de Jacob é entro em casa.

07:37 Am.

Os dias passam, quatro longos dias  para ser mais exata.
Os enjoos continuam, então nesse momento estou pronta para fazer uma ultrassom.
Idéia da minha mãe.
Ela também acredita em uma possível gravidez.
Bobagem...
Carlisle começa, tudo está bem até agora.
Durante o exame fico me entretendo com qualquer coisa, até mesmo a pequena rachadura do teto...

Carlisle
- Parece que quando fizemos aquele exame seu corpo ainda não era maduro.

Nem ao menos dou atenção para suas frases aleatórias.

Carlisle
- Aqui estão os ovários, o motivo pelo qual você nunca menstruou é desconhecido pra mim.

Ótimo, tá aí uma novidade...
Preocupante.

Carlisle
- E tem mais, você possuí um feto.

Aquelas palavras paralisaram meu corpo.
Droga! Droga! Droga!
Sinto lágrimas quentes que  escorrem por meu rosto.
Coração acelerado e respiração intensa, a sensação é de desespero.

Carlisle
- Parabéns.

- Carlisle, preste atenção: ninguém pode saber. Ninguém!

Carlisle
- Olha pequena, acho difícil você conseguir esconder isso por muito tempo e...

- Ninguém pode saber!

Ele percebe meu pranto e parece confuso.

Carlisle
- Jacob gostará de saber que será pai.

03:26 Pm.

Fiz um esforço enorme para esconder tamanha dor.
Aquela criança não é de Jacob, eu posso sentir.
Mandei uma mensagem para ele, pedindo para que viesse me buscar, talvez para um passeio... Eu só não quero dar essa notícia para ele em casa.
Ouço o som de sua moto, corro até ele.

04:25 Pm.

Partimos para um local tanto peculiar, que à muito me intriga.
Aquela mesma floresta, a placa de "travessia de animais silvestres".
Entramos na mata, seguindo pela trilha oculta e ele permane em silêncio ao meu lado, é como se ele já soubesse que em minha mente à um tornado pronto para devastar uma região.
Sentamos ao chão, a grama úmida me acalma de certa forma... O toque de Jacob faz meus músculos se contraírem.

- Há algo que eu preciso te contar.

Jacob me observa atentamente de forma intença, indicando para que eu prossiga:

- Estou grávida.

A Saga Crepúsculo: I'Heure BleueOnde histórias criam vida. Descubra agora