CHAMA LUPINA.

219 22 4
                                    

RENESMEE CULLEN.

11:43 Am.

Chegamos à tempo de participar das últimas aulas após o almoço, pelo resto do dia não falei com Dylan, até agora. Ele vem em minha direção, estou indo para o estacionamento mas posso ouvir ele descendo as escadas e já está no segundo andar, não tenho a capacidade de ouvir seus pensamentos, mas sinto a intensidade de suas vibrações.
Ele está próximo, se eu estivesse em um local vazio sairia correndo à uma velocidade sobre humana para fugir de tal situação, mas tenho companhias por todos os lados, então apenas apresso meus passos.
E...

Dylan
- Renesmee espere!

Dylan corre em minha direção, porém não olho para trás.
Ele avança e toca meu ombro, e se não existisse tecido sobre ele, eu poderia sentir toda a confusão interna que o perturba.
Me viro.

- O quê quer?

Dylan
- Me desculpar, foi errado o que eu fiz...

Vejo o carro de Carlisle entrar no estacionamento e me livro de sua mão pousada em meu ombro.
O deixo ali, completamente parado, exalando cores escuras.
Infelizmente estou tentando me acostumar, essas tais aureas aparecem, irradiando cores vibrantes, logo depois desaparecem, mas não há como não me sentir afetada por toda essa quantidade de emoções.
(...)

08:45 Am.

Outro dia na escola, sexta-feira.
Venho ignorando Dylan, tento fingir que não estou notando quando ele está me observando pelos corredores quando trocamos de sala entre as aulas.
Mas agora pode ser impossível ignorar, é aula de matemática avançada.
Sento-me no fundo da sala, retiro meu casaco e o apoio sobre minha cadeira, logo percebo sua aproximação.
Seu olhar estava nebuloso e sua pele pálida, está usando um suéter azul quase preto e uma jaqueta de couro por cima, calças jeans e tênis.
Ele se senta à minha frente e vira de costas, ficando cara à cara comigo.

Dylan
- Cullen?

Expressivamente faço sinal para que prossiga.

Dylan
- Ontem você foi embora, mas eu preciso me desculpar com você, o problema é que eu não sei como fazer isso e...

Ele faz uma pausa.
Como um ser humano pode ser capaz de pedir perdão assim tão facilmente?
É dá natureza humana ter um nível elevado de orgulho.
Durante minha breve vida, sempre busquei compreender eles, seres humanos. Eu faço parte desse mundo, mas não tanto quanto gostaria.
Jacob e Charlie sempre me ajudaram a compreender tudo isso, e se há algo que aprendi foi que o perdão é algo muito desejável, porém não é simples assim. Reconhecer o erro...
E ele está aqui novamente, diante de mim procurando palavras para se desculpar.
Eu não sou compatível à seu DNA, muito menos houve tempo para que eu pudesse possuir valor significativo para ele, então... Como é tão fácil para ele ir contra à sua própria natureza?
Algo me desprende de meus desvaneios, em meu coração gelado  um calorzinho gostoso faz com  que o mesmo pulse rapidamente, sinto meu corpo estremecer.
Conheço essa sensação... Jacob!
Percebo que Dylan voltara à falar, mas no momento, minha audição aguçada me permite ouvir a voz dele novamente, e só isso me importa.
A voz dele!... Ele está aqui!
Me levanto e pego minha mochila.

Dylan
- Cullen? Onde está indo? Foi algo que eu disse?

O ignoro e permaneço à passos largos e rápidos. Percebo que Dylan se levanta, o professor já em sala tenta chamar por mim, mas também o ignoro, antes mesmo que Dylan saia pela porta corro e salto por uma janela no final do corredor, próxima à escada que leva para o terceiro andar.
E em alguns instantes eu já estava longe dali.
A chuva colide com meu rosto como lâminas afiadas, tão pesada quanto a neve que cai em noites de inverno.
Entro em casa e todos me olham como de eu fosse uma criminosa, minha mãe corre em minha direção:

Bella
- Filha! Você deveria estar na escola, olhe para você, vai se resfriar! Suba agora para um banho quente!

Não recuso, é realmente o que preciso.
Entro em meu quarto e vou para Minha suíte. Deixo a água quente cair sobre minha pele congelante e permaneço imóvel por alguns minutos, o calor da água pode amenizar o frio da minha pele, mas não tem o poder de aquecer um coração frio, petrificado pela solidão.

10:46 Am.

Escuto novamente a voz de Jacob, está próxima, até parece real.
Estou enlouquecendo...
Sim. A insanidade é uma das consequências de permanecer longe daquele que escolhi. Por mais que me doa, o que ele fez não muda o fato de meu coração pertencer a ele, mesmo que seja um coração gelado, pulsante, mas gelado...
Desativo meu consciente, permito-me desfrutar de memórias. Escuto a porta do meu quarto se abrir e até posso sentir seu calor.
Insanidade.. Jacob nem ao menos imagina onde eu estou, como poderia estar aqui?
A porta da suíte se abre e meus olhos mergulhados em lágrimas os vê ali, diante de mim.
Isso não pode ser real.

Jacob
- Ness?

Sua voz me trás a realidade, e em alguns passos para trás me encosto na parede molhada. Jacob fecha a porta atrás de si e vem em minha direção, abre a estreita porta de vidro do box que nos separa.
Fico atordoada, um sentimento indecifrável toma conta de mim e me recordo da noite em que ouvi a outra voz, isso me deixou frustada... Mas isso foi por somente alguns segundos, pois Jacob se aproximou, suas roupas já encharcadas coladas ao corpo, debaixo do chuveiro à minha frente, olhando para dentro dos meus olhos, me deslumbrado com suas jóias em castanho escuro. Ele segura minha mão e à leva até seu rosto, aquele breve toque me revela todos os sentimentos ocultos que ele guarda, vi por seus olhos tudo o que realmente aconteceu, seu ódio, sua dor, o desespero. Fechei meu olhos e ele apoiou suas mãos entre meu pescoço e minha nuca, vagarosamente selou nossos lábios, e naquele instante tudo se resolveu.
Jacob tirou toda sua roupa molhada, e logo me vi envolvida em seu calor, o calor capaz de aquecer um coração congelado.
Ele voltou a segurar uma de minhas mãos, mas dessa vez, a deslizou sobre o corpo dele, em cada curva bruta, cada músculo rígido que parecia relaxar enquanto meu toque passeava.
Sinto sua ereção, isso me enlouquece.
Ele pousa minha mão sobre seu coração que pulsa compulsivamente.
Sussurra:

Jacob
- Ele permaneceu batendo pela esperança de viver esse momento. Meu coração é movido à você. Eu vivo por você, só existe você.

A sua voz ecoa em minha mente como melodia.
Me sinto novamente viva, me sinto mais humana.
Em um só movimento já me tem sobre ele, com minhas pernas envolvidas entre o mesmo.
Sinto cada toque, cada movimento, penetrando lentamente... Nos esforçamos para permanecer em silêncio, deixo escapar um gemido baixo e ele sorri.
Ah esse sorriso... Como me fez falta...
A minha existência não tem sentido sem ele.
E agora, acho que nunca nos despedimos, apenas nos afastamos para ter o prazer de nos reencontrar.
O calor desse momento não pode ser descrito.
A perfeição de seus movimentos contra o meu corpo, uma mistura de paixão e amor, sentimentos intensos misturados à água do chuveiro.
Nesse instante o frio é uma piada, o calor dos nossos corpos em perfeito equilíbrio térmico nos faz suar.
E nos queimamos em um frio de congelar.

-------------------------------------------

Olá meus caros leitores!
Comentem aí o que estão achando até agora, quero saber a opinião de vocês!
Espero que estejam gostando, por favor não esqueçam de deixar estrelinhas!🌟✨
Bjos!💜

A Saga Crepúsculo: I'Heure BleueOnde histórias criam vida. Descubra agora