GRITO NO VAZIO.

201 18 3
                                    

RENESMEE CULLEN.

06:34 Pm.

- Ele?

Acordei e logo notei a ausência de Jacob, desci rápidamente as escadas e escutei uma conversa estranha, percebi que era sobre Jacob permanecer conosco e quase surtei, em uma explosão de alegria gritei:

- Fica!!

Jacob me fitou, porém naquele mesmo instante vi o semblante de Alice mudar, eu reconheço esta expressão em qualquer lugar: uma visão.
Escuto o toque do celular de Jacob, ainda é a mesma música dos "Delittus", eu particularmente nunca gostei, Jacob demorou alguns segundos depois de mim até perceber o som.
Correu passando diretamente por mim.
Pude ouvir a conversa, Paloma estava em desespero, algo de grave estava acontecendo.
Jacob pegou sua mochila e desceu as escadas, parou frente à mim e se inclinou. Com um beijo em minha testa ele se despediu:

Jacob
- Eu preciso ir.

Ele não olhou para trás, e ali tudo me pareceu claro... Jacob estava partindo novamente, ele segurou a maçaneta e então tomei impulso, mas antes que eu corresse até ele, congelei.
Dylan estava ali, com o mesmo estilo de sempre mas dessa vez me pareceu menos casual... Ali, do outro lado da porta, agachado no chão com um enorme buquê de rosas vermelhas ao seu lado, o perfume delas pairavam sobre mim invadindo toda casa. Ele se levantou e ficou frente à Jacob.

Dylan
- Renesmee está?

Ele olhou por cima dos ombros de Jacob e me viu, sorriu de canto e esticou os braços deixando em destaque as tão belas flores.
Jacob se virou e deixou os olhos estreitos, fez um gesto em sinal de negação e saiu, ele correu até a curva que dá inicio à estrada, passei por Dylan e corri até ele gritando seu nome.
Quando Jacob notou que não havia mais ninguém além de mim ali, ele colocou sua mochila no chão e tirou suas roupas, as colocou em sua mochila e se transformou, corri e entrei em sua frente, comecei a falar em alta intensidade:

- Você confundiu tudo! Você não pode ir assim, ainda temos muito para conversar!

Ele se manteve em sua posição, apenas esperando que seu caminho ficasse livre.

- Ele é um amigo! Ta legal? Eu não faço idéia do motivo dele ter aparecido em minha porta...

Jacob não me ouviu, pelo contrário, minjas palavras pareciam o incomodar cada vez mais. Ele tomou impulso e saltou por cima de mim, desaparecendo logo em seguida.
Voltei para casa. Dylan ainda estava na varanda perto da porta, parecia que ninguém sabia ao certo o que fazer à respeito, então simplismente ignoraram. Apenas Carlisle ainda estava ali, conversando com Dylan como se fosse um alguém comum.
Sorri para Carlisle que apenas retribuiu, encerrou o assunto e se retirou.

- Quer entrar?

Dylan
- Acho melhor não.

- Sinceramente, também acho.

Ele abaixou sua cabeça e logo me olhou de volta.

Dylan
- O que aconteceu aqui?

- Aquele é o meu namorado.

Dylan
- Ah, ele.

Sua expressão pareceu triste, ele olhou para o buquê, que agora estava no chão perto de seus pés. Vi suas vibrações se tornarem mais intensas.

Dylan
- Eu não devia ter vindo, é só que eu fiquei com medo de perder sua amizade, você não falou mais comigo depois daquele dia, fiquei preocupado.
Você me contou que morava no final da estrada, então agi por impulso, eu simplismente vim.
Eu não tive coragem de bater à porta, esperei que você pudesse sair alguma hora...

- Está tudo bem.
Mas meus pais não gostam de visitas.

Dylan
- Eu já estou de saída.

- Obrigada pelas flores.

Dylan
- Até mais...

Ele saiu e fechei a porta.
Deixei o buquê no grande sofá da sala. Eu realmente não sabia o que fazer com aquelas belas e malditas flores.
Corri para o quarto e senti a presença de Carlisle atrás de mim:

Carlisle
- Sabe que não somos o tipo de família que pode receber visitas inesperadas não é?

- Isso não vai se repetir.

Entrei em meu quarto e tranquei a porta, mandei varias mensagens para Jacob, tentei explicar tudo.
Que irônia! Eu é quem imaginei que ele havia deixado de lado nosso namoro, agora tudo aponta para mim! Eu sou o monstro agora!

08:59 Pm.

Deito-me na cama e sinto seu cheiro, o tal odor de lobo me parece tão bom... O sono me embala e então adormeço.

09:33 Am.

Nunca dormi por tanto tempo em minha vida!
Acordei com uma certa confusão na cozinha.
Todos estão estranhos.
Acreditem, mais que o de costume!
Minha mãe está preparando algo para mim, talvez Alice tenha previsto que eu acordaria com fome e...
Onde ela está?
Percebo que Carlisle, Alice e Jasper não estão e rosolvo perguntar por eles.
Não obtenho resposta, então rápidamente me aproximo da minha mãe, e sem que ela possa ter algum tipo de reação seguro suas mãos e vejo com clareza:
" Alice teve uma visão, e antes mesmo que o telefone soasse o primeiro toque, ela sabia. Zack estava em péssimas condições, eles precisavam de Carlisle com urgência."

- Quando vocês iam me contar?

Bella
- A decisão de deixar Forks foi sua, pensamos que não seria necessário te dizer onde eles estavam. Não é?

- E quanto à Zack? Eu o conheço! Ele não está bem, eu preciso ir até lá, eu quero saber o que aconteceu!

Edward
- Você não pode ir! Isso pode estar ligado à Nahuel, é um risco!

- Mais um motivo, Jacob está indo para lá! Ele também está em perigo, eu quero correr esse risco!

Bella
- Isso pode acabar com todos nós!

- Ficar aqui sem fazer nada vai acabar comigo.
Eu vou.

Rosali
- Todos nós vamos. Somos uma família.
Já deu pra mim, espero que Nahuel tenha algo a ver com essa história, ficará mais fácil de arrancar a cabeça dele.

Era exatamente meio dia quando partimos, todos nós.
O Voo pareceu demorar um século inteiro, nada me distraia ou me tirava o foco.
Estou sim preocupada com Zack, mas eu sinto... Há algo de errado com Jacob também.
A noite caiu e o dia amanheceu novamente, era hora de pousar. O grande pássaro de metal se inclinou e logo estávamos no chão.
Como não havíamos combinado nada, não levamos malas, nos contentamos à ficar apenas com as roupas que deixamos em Forks.
Não alugamos nenhum carro, por aquele momento nos permitimos agir com as habilidades que a imortalidade nos concedeu, corremos à uma velocidade tão incrível que nenhum olho humano foi capaz de detectar nossos movimentos.
Pegando impulsos nas àrvores, saltando montanhas rochosas como se não fossem nada, enquanto o veneno pulsava em minhas veias juntamente com o meu pequeno coração gelado... Sentindo o ar do meu verdadeiro lar preencher meus pulmões.

10:42 Am.

Chegamos à Alcatéia, o silêncio era perturbador. Não havíam pessoas circulando por ali como de costume, algo estava muito errado.
Vi Tâmara entrar na cabana de Zack e corremos até lá.
Ao passarmos pela porta, chamei pela mulher, ela apenas segurou em minha mão, fez um gesto indicando que mais ninguém poderia passar dali e me levou até o quarto.
À muito tempo não via uma aurea tão escura...
Entramos e vi Zack estirado na cama, Carlisle já havia feito tudo que podia, eu vi o desespero de Paloma ao seu lado, mas agora tudo dependia de suas próprias forças.
O seu peito estava rasgado como se lâminas tivessem o cortado inteiro e nem a capacidade rápida de cura lupina parecia estar funcionando.
Em minha mente, as várias maneiras que ele poderia ter conseguido aquelas marcas tão profundas me atormentavam.
Acordei de meus desvaneios quando Alice entrou pela porta.

-------------------------------------------

Olá meus caros leitores!
Acharam mesmo que eu ia deixar vocês esperando até dezembro?
Aqui está para vocês mais um pouquinho dessa história.
Espero que estejam gostando!
E vem mais emoção por aí! Aguardem...
Bjos!💜

A Saga Crepúsculo: I'Heure BleueOnde histórias criam vida. Descubra agora