OUTRA VOZ.

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RENESMEE CULLEN.

05:35 Pm.

- Acho que esqueceram de mim.

Dylan
- Quer uma carona?

- Prefiro esperar, meus pais podem aparecer e...

Dylan
- Então eu espero aqui, com você.

Ele me interrompe.
Entro novamente no Colégio e sento-me em um banco de espera perto da secretaria que fica de frente para a porta principal. Daqui posso ver perfeitamente o estacionamento caso meus pais resolvam aparecer.
Perdida em meus pensamentos acabo me distraindo, mas meus rápidos reflexos me permitem notar uma colisão quase inevitável entre meu rosto e uma bola de neve, me desvio no mesmo instante.

Dylan
- Wow!

Percebo o quanto meu movimento foi rápido.
E isso pode me prejudicar, Dylan com certeza notou que isso não é natural.
Rapidamente penso em uma maneira de contornar à situação.

- É o melhor que consegue fazer?

Jogo minha mochila no banco e volto ao estacionamento, que está quase vazio por sinal.
E então, corro para longe dele da forma mais humana que consegui. Agarro um punhado de neve.
Sua expressão é engraçada e de certa forma ameaçadora.

Dylan
- Cullen você me ofendeu. Eu lamento por isso, porque agora estou motivado a acabar com você!

Levanto o pulso e lanço a bola de neve em sua direção, ele se desvia, todo atrapalhado acaba escorregando e vai ao chão.
Corro em sua direção um pouco aflita.

- Está tudo bem?

Dylan
- Claro, foi só um escorregão e...

Ele não termina a frase, e em um rápido movimento joga em meu rosto um bocado de neve.

- Oh! Seu... seu...

Dylan
- O que?

- Seu bobo!

Ele se levanta e apoia suas mãos em sua cintura, expressando indignação:

Dylan
- Você tá falando sério? Isso nem é um palavrão!
Cullen você é ridiculamente muito bem educada, nem mesmo parece uma adolescente.

- Aé?

Dylan
- Sim, mas vou te mostrar como é se sentir motivada a usar palavras chulas.

Ele me passa uma rasteira e me segura no mesmo instante, porém me aterissa no chão úmido, rapidamente se ajoelha ao meu lado e começa a jogar os cristais de gelo em mim inúmeras vezes enquanto tento me levantar.

- Pare! Pare!

Dylan
- Me ofenda.

- Que idiotice! Me deixe levantar!

Infelizmente eu tenho que parecer alguém comum, então para me livrar daquela situação acabo sedendo à suas expectativas.

Dylan
- Cadê os palavrões?

- Seu imbecil!

Dylan
- Eu não chamaria isso de palavrão, mas estou um pouco convencido.

Ele finalmente me deixa livre e me levanto indo em direção à minha mochila, jogo-a nas costas e saio à passos rápidos e pesados.
Passo direto por ele, que ri cada vez mais alto à me observar.

Dylan
- Vai embora à pé?

- Talvez.

Sigo até a entrada do estacionamento e a neve se torna mais densa.
Dylan se aproxima.
Gostaria de dizer que meu momento dramático durou mais de quinze minutos, mas não durou. No instante que me virei para persuadi-lo senti uma pontada na cabeça e tudo começou à girar, cai de joelhos no chão. Dylan se apressou e se inclinou para me ajudar, e então eu pude ver.
As cores...
Dylan exalava um tom de rosa e um branco azulado.
Ele segurou em minha mão para me levantar e todas as suas emoções se transferiram para mim.
Vi dentro dele medo, tristeza, e sentimentos opacos. Por meus olhos passaram à primeira vez em que nos vimos, quando nossos olhos se encontraram. A alegria que tomou seu coração. Gentileza, carinho, e afeto.
Dylan é uma boa pessoa.

A Saga Crepúsculo: I'Heure BleueOnde histórias criam vida. Descubra agora