VENDAVAIS.

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JACOB BLACK.

07:35 Pm.

Ela ainda me quer por perto...
Eu senti, juro que senti!... Ela ainda irá me perdoar, talvez seja realmente questão de tempo.
É hora do jantar, tomo um banho rápido e vou até a cabana principal. Todos já se serviram, menos Jhosef Killer, ele me encarava sério, sobrancelhas cerradas e um cigarro artesanal nos lábios.
Estava sentado em um canto do grande espaço onde as mesas ficam espalhadas, reservado.
Ele faz um sinal para que eu me aproxime, vou até ele.

- Olá Sr. Killer.

Jhosef Killer
- Boa noite rapaz.
Sente-se, precisamos conversar.

Me sentei ao seu lado, cauteloso ele se inclinou, parecendo sussurrar, soprando a fumaça em minha direção.

Jhosef Killer
- Onde está a garota?

- Eu não sei, mas espero que logo eu possa encontra-la.

Jhosef Killer
- Black, escute: Nossa tribo está muito diferente, de repente os Quileutes se separaram, e hoje só sobrou nós, anciãos, e você. Como um Alfa você deve saber lidar com suas responsabilidades. Como Supremo Alfa, deve saber que nenhuma tribo merece de dissipar.

Eu o escutei com atenção, afinal, onde ele quer chegar com esse assunto?

- Não há só nós, a outra tribo permanece intacta, e as histórias e tradições Quileutes permaneceram vivas lá. Além do mais, Seth e Leah também se aliaram à nós.

Jhosef Killer
- Exatamente. Mas nós devemos nos manter ligados à nossa história, e você é um Quileute, faça o que deve fazer.

Ainda sério, Sr Killer olhava em meus olhos, buscando minha compreensão.

- O que quer que eu faça?

Jhosef Killer
- Pense bem, Leah ainda não encontrou um companheiro, talvez você deva unir-se a ela, manter a linhagem pura dos Quileutes. É o certo, não procure mais por àquela garota.

A possibilidade de me unir a qualquer mulher que não fosse a minha me deixou cheio de ódio. Meu lobo rosnou dentro de mim atordoado. Mantive o controle, afinal o devo respeito.

- Isso está fora de cogitação. Deve haver outra maneira.

Jhosef Killer
- É isso ou terá que unir as matilhas novamente, se unir à Sam.

Me levantei da cadeira e me afastei da mesa, a raiva percorre meu corpo, nenhuma dessas hipóteses me parece uma solução para algo. Já temos uma grande Alcatéia, isso não é necessário.

- Espero que tenha uma boa noite Sr Killer.

Jhosef Killer
- As coisas estão melhores sem àquela garota por aqui Black.

Àquilo me irritou, sinto meu sangue ferver e faltou muito pouco para meu lobo tomar controle de mim e acabar com ele nesse mesmo instante.

Jhosef Killer
- Não vai jantar?

- Perdi a fome.

Me afasto e vou até minha moto que estava ao lado de minha cabana, pego estrada e vou rumo à cabana rústica no bosque.
Entro em casa, aqui é o único lugar que tenho paz... Deito-me na cama, e as memórias voltam à me invadir. Mas agora, sinto algo bom, a esperança renovou meus sentimentos, me pego sorrindo nesse momento.
Eu ainda vou te encontrar.
Pego meu celular e ligo para Zack, precisamos conversar aqui, reservados.

09:24 Pm.

Zack bateu à porta, trazendo com ele Kayrha. Logo estávamos conversando, detalhando momentos que poderam acontecer.
Novas ordens, talvez isso fosse o melhor à fazer...
Zack está preocupado por ter deixado Paloma na Alcatéia, então se despede e chama Kayrha para voltar para a tribo.

Zack
- Está tudo certo então?

- Sim, faremos tudo como  combinamos daqui para frente.
Só mais uma coisa, ela fica. Temos assuntos para resolver...

Kayrha me olha assustada, parecendo confusa. Vejo uma ruga formar entre suas sobrancelhas.

Kayrha
- Temos?

- Sim.
Tenha uma boa noite Zack.

Ele acena e se retira.
Kayrha se joga no sofá.

Kayrha
- Escuta só lobinho, eu não sei o que está pretendendo com isso, mas se você está à certas intenções comigo saiba que não vai rolar.

- Haha, engraçado.

Kayrha
- O que quer?

- O que mais eu iria querer? Feitiço de localização.

Kayrha
- Pensei que tivesse desistido disso...

Ergo o meu pulso, em minha mão está a pulseira de Renesmee. Pela expressão de Kayrha, ela já esperava por isso.

Kayrha
- Belo acessório, combina com seus olhos.

Ela ri, mas logo sua expressão se fecha ao perceber a minha.

Kayrha
- Vamos começar.
Preciso de: água, um mapa e o objeto.

Imaginei que ela me pediria algo assim, isso influenciou para que o feitiço fosse feito aqui. Eu tenho um livro com informações de vários lugares, e entre as páginas há um mapa que se desdobra revelando todas as regiões do mundo.

- Vou buscar.
[...]

10:40 Pm.

Coloco a mesinha de centro mais perto do sofá, abro o mapa na mesa e entrego à Kayrha um copo d'água e a pulseira de Renesmee.
Ela me pede para me afastar, Kayrha coloca seu cabelo atrás das orelhas, segura com força a pulseira e lentamente despeja um pouco de água sobre o mapa, ela estende a mão vazia, fecha os olhos e começa à repetir palavras incompreensíveis por várias vezes.
Logo as luzes da cabana começaram a piscar, o vento parece soprar mais forte, tudo é muito incomum para mim.

10:56 Pm.

Tudo volta ao normal, ainda de olhos fechados Kayrha repete as tais palavras em uma intensidade mais baixa e vejo a água se mover.
Incomum.
Uma bolha de água se forma sobre à cidade de Liverpool.
Kayrha abre os olhos e o castanho claro passa a ser um laranja brilhante, se eu já não tivesse visto muitas coisas estranhas por aqui, àquilo me assustaria.
Ela faz um gesto bruto para o lado esquerdo com a mão e a água sobre o mapa se espalha, trazendo novamente à bela cor dos seus olhos.

Kayrha
- Aí está sua garota.

Nesse momento ela parece exausta, sua expressão cansada é perturbadora comparada à seu rosto vívido.

- Fala sério! Liverpool? Que raios é isso?

Kayrha
- Na verdade é bem conhecida, você precisa sair mais Jacob.

Em choque? Talvez.
Europa? Ela realmente queria se ver longe de mim!
Droga!

Kayrha
- Agora que você sabe onde ela está, dá pra gente voltar para a tribo?

- Claro, vou fechar tudo e já vamos. Espere aí.

Kayrha
- Hey Jayck, se Nahuel te odeia tanto... como até agora ele não apareceu por aqui?

- Ele percebeu que estou mais forte, sem a sua ajuda ele está sem meios para tentar ter sucesso em me matar.

Kayrha
- Não acha que se ele ainda quisesse te matar ele já não teria pelo menos tentado mesmo sem ter chances, por causa do ódio?

- Não se engane Kayrha, antes da tempestade vem sempre a calmaria, devemos estar preparados para tudo e em qualquer momento.
E você Kayrha, está pronta para enfrentar a Luna?

Kayrha
- Sim, estou.

A confiança em sua voz me pareceu confusa. Qual o sentido nisso?

- Afinal, o que houve realmente entre vocês?

Kayrha
- Porquê diz isso?

- Tá brincando né? Ninguém fica contra a alguém que é um "quase parente", para ficar do lado de quem acabou de conhecer atoa.
Anda, abre o jogo.

Kayrha
- Tá legal, sabe a feiticeira que rogou a maldição sobre minha mãe?
Ela era mãe da Luna.

A Saga Crepúsculo: I'Heure BleueOnde histórias criam vida. Descubra agora