Capítulo 1

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 6h30a.m, 24 de junho de 2025.

 Como de costume, acordei cedo com o despertar do meu relógio digi- tal de quarenta dólares. Um valor caro para um relógio digital, mas é o preço que se paga para acordar ao som de sua música favorita.

— Por que você não usa o despertador do celular? — dizia meu fi-

lho.

 Então, eu respondia:

— Porque celulares foram feitos para fazermos ligações para outras pessoas, e não para acordar de manhã cedo. — muito antiquado da minha parte confesso.

 Admitoter um carinho especial por aquele despertador. Uma tela de cristal de 15 cmx12 cm centímetros transparente que emitia às horas em uma luz neon azul. Eu oprogramei para tocando a músicaCarry On Wayward Son, do Kansas. Além de que a cada mudança de minuto, mostrava uma foto digital da família, como um portaretrato.

 Depois de me animar um pouco ao som do Kansas e olhar uma foto de Steve com apenas um ano de idade, levantei-me da cama e fui até o banheiro para me preparar para mais uma semana.

— Banheiro, acenda a luz. — ordenei ao cômodo que automaticamente clareou quando entrei.

No cômodo havia um sanitário de porcelana branco, um chuveiro elétrico enorme que mais parecia que iria me abduzir do que me molhar, uma pia branca com sensor de movimento e temperatura, além de espelhos por toda parte. Uma mordomia e extravagância que minha esposa fez questão de decorar. Corrigindo, minha ex-esposa.

Aproximei-me da pia, na qual já tinha água caindo da torneira na temperatura ideal para meu corpo. Como sempre, lavei meu rosto antes de me olhar no espelho à minha frente.

Ao levantar a cabeça, vi o reflexo de um lindo homem. Negro, 1,89 m de altura, a cabeça raspada, cavanhaque e um corpo musculoso e definido. Grato, sempre, pela musculação e dinheiro que minha antiga carreira me deu.

Após terminar de me aprontar, fui até à cozinha para preparar o café da manhã do Steve.

Meu filho, Steve McConnell, é um jovem de 15 anos, pele morena, alto, magro, com os olhos verdes, iguais aos da mãe.

Como seu desjejum favorito, preparei panquecas com cobertura de caramelo e waffles, que ele comeria junto com um copo de leite.

Ao terminar de aprontar a comida, liguei a televisão para assistir ao noticiário matutino. Como sempre, nada que me importasse.

— Bom dia, pai. — cumprimentou Steve ao entrar na cozinha, sono- lento e com os olhos meio fechados.

— Bom dia, filho. Seu café já está pronto. — disse, vendo-o sentar-se junto ao balcão.

Notei também que já vestia seu uniforme escolar. Apesar da preguiça, Steve sempre fora responsável.

— Pai, se não se importar, eu ofereci carona para o Matt hoje.

— Tudo bem. — respondi, servindo as panquecas. —Ele vai vir até aqui?

— Ele já deve estar chegando!

Não consegui prestar atenção na resposta de Steve, pois uma reportagem que estava passando na televisão me atraiu a atenção, de modo que comecei a aumentar o volume mesmo já sabendo que estava alto.

Na reportagem, uma linda repórter de cabelos negros e olhos azuis, entrevistava um renomado médico-cientista de Harvard. Ele dizia:

— Sim. É uma ótima notícia para a Medicina mundial. Depois do fracasso de 2020 e de muito estudarmos o desenvolvimento da Nanotecnologia, finalmente podemos testá-la em seres humanos no combate às doenças!

NANO-MORTAIS - A TECNOLOGIA DO INFERNOWhere stories live. Discover now