Capítulo 3

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9h27p.m, 24 de junho de 2025 .

— Agora sou eu que tenho que te levar para jantar? Eu já deveria ter imaginado. Você vai usar o seu acidente para me fazer cozinhar para você.

— meu pai murmurava ironicamente, dirigindo-se até à caminhonete. — Você não vale nada rapaz.

— Pai, você tem que me ajudar. Eu acabei de sofrer um acidente de carro.

— Que mané acidente, as pancadas que você levava nos jogos eram muito mais fortes do que uma batida no seu carro.

— Sim pai, tão fortes que me afastaram do campo.

— Lá vem você de novo. — Joseph dizia entrando no carro e girando a chave na ignição.

— Não pai, lá vem você de novo. — retorqui, já ficando chateado com o rumo que nossa conversa ia levando. — Tudo que acontece de ruim na minha vida, você tem que fazer referência ao futebol. Ninguém se dedicou tanto à carreira e à família quanto eu. O que deixei faltar para vocês? — perguntei furioso.

Dei a volta na caminhonete e, abrindo a porta do carona, entrei desajeitado para evitar as dores que os movimentos me causavam.

Ficamos em silêncio durante todo o trajeto, até sairmos da cidade e entrarmos na avenida para a zona rural. Não havia nenhum carro na estrada, já que com nossa modernidade poucas eram as pessoas que se dedicavam ao trabalho no campo. E normalmente eram sempre as máquinas agrícolas que faziam todo o serviço.


Antes de irmos até o fim, meu pai parou em um posto de gasolina para abastecer e comprar algumas coisas que faltavam para o nosso jantar. — Olhe filho, me desculpe pelo que eu disse lá no estacionamento do hospital. — começou, desligando o carro junto à bomba de abasteci- mento. — Sei o quanto é duro o que você tem passado. E sou muito grato pelo sacrifício que tem feito pela nossa família.

— Tudo bem pai. Eu sei que não foi por mal. — afirmei, segurando sua mão com força.

— OK, vou lá pagar o combustível e comprar algumas coisas para o nosso jantar. — disse já saindo da caminhonete.

— Certo. E eu vou ligar pro Steve.

Retirei o celular do bolso da minha calça e senti uma leve fisgada na altura do joelho esquerdo. Apertei uma tecla na lateral do aparelho, e disse: — Steve. Logo em seguida a foto do meu filho apareceu no visor, com a palavra discando na parte superior do display.

Aguardei as três primeiros toques antes dele atender à ligação.

— Alô, pai é você? — indagou do outro lado da linha.

— Oi filho, sou eu sim! — respondi tentando diminuir sua preocupação.

— Pai, o que foi que aconteceu? A senhora Winslow disse que você tinha sofrido um acidente.

— Sim filho, mas já estou bem. Não precisa se preocupar, porque eu fui atendido por um médico ótimo.

— E você já está vindo para casa?

— Steve, eu estou indo para casa do seu avô agora. O médico pediu para eu ficar alguns dias de repouso. Dentro de uma semana estarei de volta. — em seguida olhei na direção do mercado e vi meu pai retornando para o carro. — E sua mãe, já está aí?

— Está sim. Ela veio para cá assim que recebeu a notícia.

— Ela ficou preocupada comigo? — isso me pareceu novo.

NANO-MORTAIS - A TECNOLOGIA DO INFERNOWhere stories live. Discover now