Capítulo 7

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12h14p.m, 28 de junho de 2025.

 Saímos do hospital e fomos até o Subway mais próximo. Durante o percurso, Natásha me falou sobre a escolha de sua carreira, da paixão pelo perigo e o desejo de se tornar uma repórter criminal.

 Eu tive a oportunidade de contar mais uma vez a história que me afastou do futebol para sempre.

Foi uma conversa agradável até recebermos os nossos pedidos, mas ambos sabíamos que não era sobre isso que queríamos falar.

— Então Scott, o que um médico-cientista renomado de Harvard queria com um jogador de futebol aposentado? — perguntou- me finalmente.

— Ele queria usar a minha imagem de astro do esporte para promover a sua milagrosa descoberta. E em troca consertaria meu joelho para eu poder voltar aos campos!

— É, faz sentido. — comentou dando um gole na Coca-Cola. — Há uma semana teria sido uma jogada de marketing e tanto.

— Talvez. — mordi meu sanduíche não me importando de falar de boca cheia. — Mas todos podem ver que isso não foi problema para o doutor e seu sócio. Todos desejam essa tal Nanotecnologia.

— E isso é que tem sido o problema.

— Aproposito. — disse pegando um gancho da conversa. — É ver- dade aquilo que você disse lá na sala do doutor Juliarth?

— Eu ainda não sei. Sou apenas uma repórter e não uma policial. Mas andei fazendo umas pesquisas, e posso dizer que a nossa "Sociedade de Medicina Milagrosa" tem alguma coisa a ver com as mudanças das pessoas!

— Mas que pesquisas são essas?

— No trabalho, eu fiz amizade com uma jornalista brasileira chamada Milena Monteiro. É uma daquelas pessoas loucas por tecnologia e estética. Há uma semana atrás ela me disse que uma tal nanotecnologia iria começar a ser testada em seres humanos, e que isso iria revolucionar a história da medicina. — ela dá mais um gole no refrigerante e depois continua a falar. — Quando comecei a pesquisar sobre o assunto, fiquei maravilhada com as coisas que poderiam acontecer, mas tudo isso foi por água abaixo depois que o paciente número 1 acordou de seu coma.

— Você está se referindo àquele rapaz que teve nano-robôs aplicados ao seu cérebro? — perguntei, recordando-me da reportagem.

— Isso mesmo! — Natásha parecia entusiasmada com essa parte da história. — Três dias após a cirurgia, o rapaz acordou de seu coma. Porém, familiares e testemunhas alegam terem visto o garoto muito diferente. E me refiro a diferenças notáveis.

— Espere aí. — a interrompi. — Que diferenças seriam essas?

— O jovem Kaly estava frio, grosseiro e até violento. Mas o pior de tudo é que não foi o único a fazer uma cirurgia com nano-robôs. Depois dele um número incontável de pessoas fez a tal cirurgia e até se recupera- ram com mais facilidade. O caso de Kaly é mais importante pelo fato de ter sido o primeiro transplante de massa neural!

— E o que te faz acreditar que a Nanotecnologia é a responsável por esses surtos de raiva?

— Porque as pessoas agredidas apontam como agressoras aquelas que passaram pela nano-cirurgia. E aquelas encaminhadas ao hospital por comportamento irregular são classificadas como vítimas de estresse excessivo ou surtos de raiva!

— Mas existe algum padrão nessas agressões?

— A principio não! A única semelhança, além de carregarem em seus organismos os nano-robôs, é que as pessoas surtaram meio que do nada.

NANO-MORTAIS - A TECNOLOGIA DO INFERNOWhere stories live. Discover now