10h51p.m, 30 de junho de 2025.
Após ter sido quase morto pelo doutor Clark zumbi, levei alguns minutos para chegar até o térreo do hospital, já que andar no escuro mancando era uma tarefa difícil e lenta para mim.
Ao chegar no estacionamento do hospital, notei que pouca coisa poderia ser aproveitada. Muitos carros destruídos, um ônibus atravessado na rua. Além de pedras, cápsulas de balas e armas por toda parte. Uma verdadeira zona de guerra.
Caminhei mais um pouco pelo estacionamento me aproximando da rua, até ver algo que me interessou totalmente. Uma Dyna Wide Glide, a moto chopper clássica da Harley-Davidson, estava ali na minha frente.
Era uma linda motocicleta preta, com peças e rodas cromadas. Além da moto, reconheci a metros de distância uma jaqueta de couro legítimo jogada no chão.
Depois de vesti-la, fui o mais rápido que pude para a moto, torcendo para que a chave ainda estivesse na ignição. E para minha surpresa, lá estava.
—Hum. Eu faria o mesmo. — disse sozinho, imaginando que, se estivesse correndo de zumbis furiosos também não iria querer perder tempo procurando uma chave para fugir.
Dei a partida na moto, que ligou logo no primeiro giro. O ronco do motor era excitante, dando a sensação de poder voar. Uma fúria sobre duas rodas.
Olhei ao redor e percorri por mais alguns metros, até parar meio da rua próximo ao ônibus destruído. Em seguida, desci da moto e agachei-me para pegar uma pistola 9mm, que tinha balas no pente. Por ter vivido várias experiências de caça com meu pai, no Shooting Club, sabia como usá-la. Não pretendia matar ninguém, mas se outro médico maluco resolvesse aparecer com um extintor de incêndio na mão, eu não hesitaria em atirar pra valer.
Como orientado pelo Craig, voltei a pilotar a moto até
o Walmart mais próximo, em busca de água e alimentos. Durante o trajeto, observei que não haviam corpos jogados pelo chão, que a cidade não estava deserta, mas também ninguém ousava pôr a cara na janela para saudar o perigo.
À medida que ia passando pelas ruas, os sons e imagens ficavam mais diversos. Podia ver fogueiras em latões, carros virados e lojas saqueadas. Também pude notar algumas silhuetas tentando caminhar entre as sombras. E isso só me fazia crer ainda mais que Craig havia realmente dito a verdade pelo telefone.
Chegando no Walmart avistei algumas pessoas entrando no super- mercado também para pegar coisas, e graças ao que vi tive a ideia de entrar pelos fundos e aproveitar o estoque do mercado.
Deixei a Harley Davidson estacionada de frente a uma rampa de acesso com, o motor ligado, caso precisasse fugir apressadamente.
Ao entrar no imenso depósito do Walmart, fui surpreendido por um local cheio de espaço vazio e entulho de mudança.
— Isso não pode ser. — disse incrédulo.
A primeira coisa que me passou pela cabeça, foi que os donos da franquia sabendo que a cidade estava em decadência deram ordem de retirar todos os seus suprimentos do depósito e levá-lo para algum lugar seguro.
— Filhos da mãe, desgraçado. — agora só me restava entrar no mercado e arriscar a minha vida.
Atravessando um tipo de porta de borracha, acabei entrando no mercado pelo açougue, onde as carnes já começavam a cheirar mal com o freezer desligado.
Mesmo mancando, corri até o setor de vestuário e roubei uma mochila grande, verde, daquele tipo que usamos para acampar. Logo em seguida fui até o setor de bebidas, que por sinal tinha três jovens saqueando as latas de cerveja e garrafas de uísque. Eles não sabiam que bêbados e desorientados não sobreviveriam a esse caos.
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NANO-MORTAIS - A TECNOLOGIA DO INFERNO
Teen FictionEstamos em 2025. No auge da "Era Tecnológica", um renomado médico-cientista chamado Nikolai Engerhoff, foi aperfeiçoou a milagrosa Nanotecnologia capaz de curar qualquer doença já diagnosticada. Ao menos, esse era o plano inicial. Após os primeiros...