Capítulo 4

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11h45a.m, 25 de junho de 2025.

Acordei com a forte luz do sol ultrapassando a janela da sala. Estava quente, e o suor que escorria da minha testa mostrava que já havia tempos que eu estava com aquela claridade no meu rosto. Já deveria passar do meio-dia.

Eu havia dormido ali mesmo no sofá, e a última coisa de que me lembrava era de ter passado quase uma hora com Steve no telefone, acalmando-o e lhe convencendo de que tudo não tinha passado de um pesadelo.

Levantei-me do sofá e depois de me espreguiçar, senti o maravilhoso cheiro de churrasco vindo do lado de fora da casa. Fazia alguns anos que não comia o churrasco de hambúrguer, salsichas e bacon do papai. Uma das coisas que havia perdido devido à carreira no futebol.

Churrasco com a família, passar tempo com meu filho ou até passar alguns dias descansando, Nunca seria possível sendo um jogador da liga. Uma das poucas vantagens de se estar aposentado.

Dirigi-me até à porta dos fundos de casa e encontrei meu pai e seu cachorro na frente do celeiro, que não ficava muito distante. Meu pai estava na churrasqueira assando as carnes como eu havia imaginado.

— Por um instante, achei que você tinha morrido. — disse meu pai enquanto me aproximava mancando um pouco.

É... Já fazia anos que não dormia até o meio-dia.

— Deixa-me adivinhar. Se não fosse o sol na sua cara, você teria dormido bem mais, não é? — apontou, com um garfo na mão.

Assenti de imediato.

— É, eu sei. — entregou-me uma lata de refrigerante e continuou. — Sempre que estou de porre e quero dormir até mais tarde, aquele sol na janela me acorda. E tudo isso, porque não tenho vergonha na cara de comprar cortinas ou mudar o maldito sofá de lugar.

O senhor deveria ter cortinas, pai. — comentei brincando. — As cortinas do senhor McConnell. Acho que já sei o que te dar de natal.

Coloquei a lata de refrigerante em uma mesa ao lado da churrasqueira e fui cumprimentar o querido senhor Potato. Esse era o nome do labrador marrom que meu pai havia comprado para lhe fazer companhia na fazenda. Depois que minha mãe morreu, papai disse que se fosse para amar de novo preferiria dar amor para quem merecesse de verdade. Foi por isso, comprou um cachorro.

Apesar de não ter convivido muito com ele, amava aquele cachorro tanto quanto meu pai. Acho que o adotamos na nossa família para dar todo o amor que minha mãe nos deixou, e só depois que o Potato chegou que não vi mais meu pai chorar. Aquele animal fofo e feliz havia feito um milagre na nossa família.

E então, como é que vai sua cabeça? — perguntou.

— Vai bem! Já não dói tanto quanto ontem. — respondi. — É pai, eu só vou ficar por três dias aqui. Prometi para o Steve que não iria demorar.

— Tudo bem, filho. Alguma coisa o preocupa?

— Não. O Steve só teve um pesadelo ontem à noite!

— Não era sobre isso que eu estava te perguntando. — disse ele abaixando a cabeça.

Olhei em volta para admirar aquele lindo campo, enquanto pensava em uma resposta adequada para dar ao meu velho.

Um pouco atrás do celeiro havia um maravilhoso lago, ao redor árvores faziam sombras. A cor marrom da terra se misturava com as diversas cores de folhas que caíam.

NANO-MORTAIS - A TECNOLOGIA DO INFERNOWhere stories live. Discover now