Capítulo 2

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09h34p.m, 24 de junho de 2025.

Ainda estava confuso quando comecei a recuperar a consciência. Além das fortes dores de cabeça, meu braço esquerdo parecia estar em cacos, meu corpo estava formigando e podia sentir partes do corpo com furos e curativos.

Aos poucos, comecei a tentar abrir meus olhos, bem devagar. Aquele feixe horizontal de luz branca me incomodava, como se estivesse hibernando por anos em uma caverna. Até me acostumar com a claridade, fiz isso sem nenhuma pressa.

Além do som dos equipamentos hospitalares, pude ouvir que havia mais alguém no quarto além de mim. Quando, finalmente consegui visualizar o quarto de hospital em que me encontrava, notei que à minha frente estava um homem vestido de branco, que logo reconheci ser o médico.

— Senhor Scott McConnell, o senhor está no Hospital for Special Surgery. Eu sou o doutor Clark A. Maxwell. — explicou vendo que eu já tinha retomado a consciência. — Você foi vítima de um acidente de carro.

— O que foi que aconteceu, doutor? — perguntei, ainda um pouco atordoado.

— Um carro que estava em fuga policial atingiu o seu, no meio do cruzamento. Não se sabe ainda o motivo da perseguição.

— E por quanto tempo eu fiquei desacordado?

— Ficou desacordado por aproximadamente treze horas induzidas. — respondeu-me. — Induzimos seu descanso para acelerar sua recuperação. Já entramos em contato com seu pai e ele está lá fora aguardando autorização para poder entrar.

— Meu filho, doutor... Eu tinha que buscar o meu filho e seu colega na escola.

— Com isso o senhor pode ficar tranquilo, senhor McConnell, pois o seu pai já entrou em contato com a família Winslow, e a senhora Winslow ficou encarregada de levar os garotos para casa.

À medida que conversava com o médico, meu corpo ia se acomodando e não mais doía. Após alguns minutos, somente a dor de cabeça me importunava, a ponto de me darem a ousadia de perguntar ao médico de plantão:

— E o que vem agora, doutor? Vou ter que ficar aqui por muito tempo?

— Não, não. — o doutor deixou escapar um sorriso simpático. — Eu vou dar alta para o senhor! Só peço que evite movimentos bruscos e fique de repouso por uma semana. Volte daqui a sete dias para que possa avaliá-lo outra vez.

— Obrigado, doutor, nem sei como retribuir seus cuidados.

— Não se preocupe, o mérito é todo seu. Graças ao seu porte atlético, e à sua saúde em dia. Foi uma grande sorte não ter sofrido uma concussão ou fraturado algo. — o doutor se aproximou de minha cama colocando o prontuário em cima do criado-mudo. — E acredite, o prazer foi todo meu. Vou poder ir para casa hoje, e dizer para o meu filho que passei o dia inteiro cuidando do ídolo dele.

— Então, doutor, diga para o seu filho que o ídolo dele foi cuidado pelo seu próprio ídolo. — apertamos as mãos como despedida. — O senhor não é tão mau, para um alemão, sabia? . — comentei, ironicamente, observando a fisionomia do médico.

— Foi um prazer conhecê-lo, senhor McConnell. E não se esqueça, quero o senhor aqui na semana que vem, só para ver se não houve pioras.

— ele sorriu e se retirou do quarto, deixando-me sozinho para me trocar antes de ir embora.

Quando terminei de me aprontar e tirar aquele avental ridículo, meu pai entrou no quarto para irmos embora juntos.

— Você está com uma cara péssima, Scott. — disse cruzando a porta.

NANO-MORTAIS - A TECNOLOGIA DO INFERNOWhere stories live. Discover now