115 Eu a amava.../ A casa Caiu

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Povs Camila

Cheguei em casa e fui direto para o banho. Pensei em ligar para Lauren, mas estava magoada demais para dar o braço a torcer assim, para me entregar assim.

Sai do banheiro e fiquei andando pela casa, meio sem lugar. Eu queria telefonar para ela, queria ouvir a voz, mas ao mesmo tempo eu queria que ela sentisse o que eu senti quando sequer me deu a chance de explicar.

“lauren, porque tudo tem que ser sempre tão difícil pra gente, hein? Porque todas as vezes que estamos tentando nos entender, estragamos tudo?”

Deitei na espreguiçadeira e fiquei pensando em como resolver aquilo tudo. Não tinha mais como correr... Era simples... Eu a amava... Fato! Mas desse jeito eu não queria! Não queria dividir, nem recolher esse amor para mim. Não queria deitar na cama pensando que ela poderia estar nos braços dele... Ou pensar que os mesmo beijos que eram meus, eram dele.

Enquanto divagava sobre isso, o celular tocou. Era ela.

Ao mesmo tempo que senti vontade de não atender, de ignorar totalmente, precisava ouvir a voz dela... Pelo menos um pouco.

Camz - Oi – controlei ao máximo a voz para não entregar que eu estava feliz por ela ter ligado.

Laur - Desculpa... Fiquei preocupada – a voz dela era mansa, cheia de carinho... “Eu gostaria de ter essa voz aqui, comigo, sempre...”

C - Não precisa. Estou bem – controlei mais uma vez minha voz.

Laur - …, mas eu fico. Camila... Não faz assim – o jeito com que disse essas palavras afastou totalmente a minha vontade de ser indiferente, de fingir frieza!

C- Assim como, Lauren?

L - Assim, com essa frieza! Poxa... Eu... Eu estava chateada.

Camz - E não conta o quanto eu fiquei chateada? Affe, laur... – me expus totalmente, entreguei todos os pontos esperando alguma resposta de Lauren... Resposta que não veio.

O silêncio do outro lado fez com que a raiva voltasse novamente. Eu esperava que ela dissesse algo. Não sabia o que, mas esperava que ela dissesse algo. Impaciente, me levantei da espreguiçadeira e fui até a varanda.

Camz - …, foi o que eu imaginei... Não conta. Sabe, Lauren, às vezes te acho tão egoísta por sempre achar que sabe de tudo, que sente tudo! Deveria me ouvir outras vezes...

Me virei e dei de cara com a ultima pessoa que poderia pensar em ver em meu apartamento. Um misto de terror e raiva revirou meu estômago.

Camz - Ahn? O quê??? Como você entrou a... – olhei para sua mão e vi aquele objeto reluzente.

Um sorriso cínico tomava conta dela... Para depois se transformar em uma gargalhada.

- Camila, Camila... A festa só está começando! Ainda temos mais convidados para receber! – seu tom de voz era calmo. Tão calmo que beirava a loucura!

Eu poderia esperar qualquer um ali... Na verdade, eu esperaria nessa situação Ricardo... E não vic.

Sim... Eu repetia para minha cabeça incessantemente que Victoria estava ali, na minha sala, com uma arma apontada para mim e não Ricardo. Já havia imaginado essa cena algumas vezes, mas quem segurava o metal gelado era ele e não ela.

Pegou o celular da minha mão e colocou em cima da mesa.

- Isso fica comigo, tá? Acho que você não está processando bem as palavras mesmo! – gargalhou. – Que tal você se sentar? – perguntou indicando o sofá com a arma. Não me movi. Não sei se de medo ou se de surpresa, apenas não me mexi.

Victoria ficou me encarando por algum tempo com uma expressão um tanto confusa nos olhos, até que a aparente confusão se transformou em uma ira que me fez sentar instantaneamente.

- Boa garota... Agora pega esse celular e liga para a sua vadiazinha... Qual o nome dela?... – bateu com o cano metálico levemente na cabeça como quem está pensando. – lucy! Exatamente! Precisamos da festa completa!!! Ela também não ajudou a foder com a minha vida? Então ela tem que participar da comemoração!

Camz - Não... Não vou ligar – disse calmamente me ajeitando no sofá. Não queria entrar no joguinho dela.

- Não? Como assim??? – gritou. – Você não preza pela sua vida não, sua idiota?! – o tom de ira passou instantaneamente para a calma fria de antes, trazendo junto um sorriso sarcástico. – Entendi tudo... Você está protegendo sua namorada... Se eu não achasse tão nojento essas abominações eu até diria ‘que lindo’.

Esperou alguns segundos e se levantou em direção à mesa e pegou o celular.

- Então... Se você não liga, eu ligo!

Meu impulso me levou a pular em suas mãos e tentar arrancar o celular a arma tudo, mas a única coisa que consegui foi uma dor latente em minha cabeça e tudo escureceu.

•Cᴀᴍʀᴇɴ• √ ᗩᗰOᑎᘜ ᑕᕼᗩᑎᑕᗴ Onde histórias criam vida. Descubra agora