32 Quer Entra ??

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Povs Camila


Não queria e não podia rejeitar o beijo... E nem Lucy. Tinha plena consciência de tudo o que aquela mulher havia me feito, mas agora ela estava ali, na minha frente, pedindo perdão e querendo me fazer feliz.

Confesso que, durante muito tempo, sonhei com essa possibilidade, mas havia algum tempo que não me perdia mais nisso. Ela tinha o poder de me deixar sem ação, sem palavras... E sem fôlego.

Afastamos nossos rostos e novamente senti o amargo do rancor em minha boca.

Camz - Lucy, não é assim que resolveremos isso... Não pode ser assim. Você surgir, virar meu mundo de pernas pro ar mais uma vez e depois sair correndo pela porta dos fundos? Não... Não posso passar mais por isso
- baixei a guarda e senti, pela primeira vez na noite, meus olhos se encherem de lágrimas. - Outra dessas e não vai sobrar mais coração pra você partir! Não vai adiantar você se esconder por trás da afirmação de que eu sou uma mulher forte...

Tomou meus lábios mais uma vez e olhou dentro dos meus olhos.

Lu - Não quero a porta dos fundos... Quero teu quarto, tua vida, teu amor. Não preciso mais fugir de nada. Mas não precisa resolver agora... Eu bem gostaria que você me pedisse em casamento agora mesmo, mas sei que você precisa de um tempo para colocar as informações em ordem. Não quero virar seu mundo de pernas pro ar... Quero simplesmente fazer parte dele outra vez. Promete que pensa com carinho? - disse fazendo carinha de "abandono" e me beijando de novo. - Senti tanta falta deste beijo, deste toque, desta pele... Você não tem idéia do quanto! - sorri. "Droga... ainda é bom ouvir isso!".

Camz - Bom, mas agora precisamos ir. Você está de carro ou alguma coisa assim?

Lu - Não, mas não se preocupe. Pego um ônibus mesmo.

Camz - Nem pensar, lucy! Já deve estar tarde! Eu te deixo em casa.

Lu - Não deve estar tarde, não. Mas não vou dispensar ter você pertinho por mais algum tempo, não! - segurou em minha mão como menino pequeno com medo de se perder da mãe. Sorri com aquela cena.

Pelo caminho conversamos sobre coisas triviais, como trabalho, amigos, baladas, etc... Lucy não estava mais morando com os pais. Havia se mudado para um apartamento próximo ao bairro que morava quando namorávamos. Parecia levar um estilo de vida bem diferente do que tinha com os pais, afinal, era super mimada e protegida por eles. "Talvez isso realmente seja um sinônimo de mudança".

Lu - Quer entrar?

Cam - Acho melhor não...

Lu - Quando posso te ver de novo?

Cam - Não sei... Combinamos algo durante a semana.

Lu - Assim? Tão vago?

Camz - Ando com algumas reuniões de trabalho. A Demi está viajando para fechar um projeto com uma empresa no Mato Grosso, então estou sozinha para resolver com os clientes daqui. Não posso planejar nada antecipado, pois posso não cumprir - era uma desculpa, mas era uma desculpa verdadeira.

Lu - Ah, tá... Então, só me ligar - revirou a bolsa em busca de caneta. Pegou minha mão e anotou o numero do celular. - Vou ficar esperando, hein!

Cam - Tá bom! Eu ligo. Boa noite... Se cuida.

Beijei sua bochecha, mas ela segurou meu rosto e nos beijamos novamente. Dessa vez, nossos corpos estavam cheios de segundas intenções e percebi o desejo se acender em mim. Sua mão apertava com ansiedade minha perna. Sua boca deslizava dos meus lábios para meus pescoço e então, roçando os lábios em minha orelha, sussurrou:

Lu - Tem certeza que não quer entrar?

A umidade de seus lábios e da proposta tentadora fez meu corpo ser tomado por uma vontade imensa de me render aquele pedido, mas, com todas as forças que realmente não sei de onde tirei, recusei.

Camz - Realmente tenho que ir, Lucy... - disse ofegante, me afastando e consertando meu corpo no banco.

Lu - Então tá... - disse em tom de decepção. - Te amo.

Abriu a porta e saiu. Fui para casa.

•Cᴀᴍʀᴇɴ• √ ᗩᗰOᑎᘜ ᑕᕼᗩᑎᑕᗴ Onde histórias criam vida. Descubra agora