Cap 7

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Depois do meu café decidi sair pra dar uma volta. Dessa vez de verdade. Avisei aos meus pais e ao Gustav que iria ir caminhar. 

Abri a porta de vidro e entrei na trilha.

Eu estou com tanta coisa na cabeça. Todas essas informações novas sobre a minha vida. Aquele sonho com aquele homem. O que aquilo significava, isso me deixou mais curioso ainda...

Gustav - Quim,  amor...

Ele tocou no meu ombro .

Joaquim - Sim Gustav?

Gustav - Deixe me acompanha - lo. Essa parte da floresta está se tornando meio perigosa.

Joaquim - Tudo bem, mas só até parte do caminho.

Continuamos andando. Eu tentei me manter longe daquele assunto, várias vezes Gustav começou a falar sobre isso, é eu apenas o cortei puxando outro assunto.

Depois de um tempo com essa repetição percebi que ele estava ficando sem paciência, e também parecia meio ansioso.

Continuei o cortando até que eu não conseguia mais.

Joaquim - Gustav.

Gustav - Sim Quim.

Joaquim - Você já pode parar de me seguir.

Gustav - Não até você me escutar.

Joaquim - Tudo bem, o que você quer de mim Gustav? É  sério você já está me assustando. 

Gustav - Case comigo. Apenas isso.

Espera, o que? Eu o conheço faz uma semana e ele já quer casar comigo? Tá bom que ele é um gato. Meu.s país já me disseram
que ele queria casar comigo, e que é o nosso destino. Ele também falou, mas nunca tinha dito tão sério e com essas palavras "Case comigo".

Joaquim - Desculpa Gustav, mas eu dispenso o pedido -Disse tentando ser o mais cuidadoso possível.

Gustav- Joaquim, é o nosso destino ficarmos juntos, e agora que eu finalmente lhe encontrei não quero te perder, por favor Quim você tem que me escutar.

Joaquim - Gustav,  por favor é sério para, eu não tô bem pra falar disso agora. Eu nunca tinha visto você com essa atitude.

Ele apenas começou a se aproximar. O que eu podia fazer?  Ele era maior e mais forte do que eu. Apenas fiquei parado. Eu temia pelo que viria a seguir.

Ele me pegou no colo e me beijou. E foi um beijo calmo e apaixonado , seus lábios eram quentes e macios, eu podia sentir a sua barba recém feita roçar um pouquinho na minha pele. Ele me encostou em uma árvore e eu enrosquei minhas pernas ao redor do seu corpo.

Nossas línguas estavam em perfeita harmonia assim como nossos corpos.

Caramba,  além de gato Gustav beija muito bem.

Nós distanciamos um pouco pra pegar ar.

Gustav - Me desculpe se te assustei mais ainda mas é que, eu esperei durante anos por esse momento.

Joaquim - Eu também. ..

Gustav - E então?  Vai me dar uma chance?

Joaquim - Sobre isso... - confesso que uma parte de mim ainda diz que é cedo mas, a outra parte grita pra deixar ele me amar e pra que eu o ame igualmente - veremos como você se sai conpetidor.

Ele sorria, dei um sorrisinho safado e voltei a beija - lo. Tudo estava ótimo até que eu comecei a ouvir um som, parece um choro de bebê.

Esse é o meu lado ruim. Sou muito altruísta.

Afastei um pouco meu corpo.

Joaquim -Gustav.

Gustav - Sim.

Joaquim - Tá ouvindo isso? Parece um choro de bebê. .. Vem.

Então me soltei do seu corpo e fui andando na direção do som.

Gustav estava ao meu lado, ele estava tão sério que até me assustou um pouco. 

Nos agachamos perto de um arbusto. Abri uma fresta bem pequena. Mas era o suficiente pra eu ver a cena do outro lado.

Era um bebê. Ele estava só de fralda, todo sujo, e chorando.

Por algum motivo aquilo me apertou o coração. Então passei pelo arbusto e cheguei até o bebê.  Ele começou a me encarar com os seus olhinhos azuis. Muito parecidos com os meus.

Eu o peguei e o coloquei no colo. Com a ponta da blusa comecei a secar suas lágrimas e limpar um pouquinho do rosto.

Gustav estava ao meu lado. Ele começou a observar a mata. Não havia nenhum sinal. Nenhuma trilha. Não dava pra ver nenhuma pegada.

Gustav - Amor. Olhe.

Joaquim - Ah. O que?

Ele estendeu uma pequena caixinha dourada na minha direção. Coloquei o bebê em seu colo. Peguei a caixa e a abri. Dentro dela havia apenas um paninho com o nome "Teodoro" e uma carta. Abri ela é comecei a ler e voz alta.

" Se você está lendo isso é porque eu provavelmente estou morta.

Pra pessoa que está como responsável do meu pequeno Téo agora peço que preste atenção em minhas palavras.

Eles estão vindo!. Matarão qualquer um que esteja no seu caminho. Eles são estranhos. Nunca na história da nossa alcatéia tivemos que enfrentar outra alcatéia assim. Parece que eles estão procurando algo ou alguém.

Enquanto escrevo esta carta, estou escondida. O pai de Teodoro está lutando. Eles já mataram metade da alcatéia, todas as crianças foram mortas.

A segurança de Teodoro é de vital importância. Tanto para acabar com tudo isso. Quanto para reestabelecer a paz e reviver a nossa alcatéia!

Por favor cuidem dele. Eu queria poder fazer mais. Mas não posso.

Meu querido Téo. Eu te amo! De sua querida mãe Alice."

Ao terminar de ler a carta meu rosto já estava todo molhado de tanto chorar. Olhei para Gustav, o bebê dormia em seus braços e ele me olhava com uma cara de pena.

Me aproximei dos dois.

Joaquim - Gustav.

Gustav - Sim meu amor.

Joaquim - Nós vamos ficar com ele!

Gustav - Tudo bem - ele olhou pro bebê e deu um beijo em sua testa - nosso pequeno Téo.

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