Chegamos ao castelo perto das nove da noite. A maioria já estava se recolhendo para dormir e haviam poucos criados quando chegamos.
Rapidamente um mensageiro veio dizer que a rainha solicitava uma reunião conosco antes de nos retirarmos para nossos quartos.
Alguns criados levaram nossos cavalos e fomos imediatamente para o salão do trono.
Eu havia entrado no castelo mil vezes durante os dez anos que estava ali, mas em cada uma me maravilhava com seu interior.
Era forrado com ouro, bronze e prata. Havia luxo e riqueza em cada detalhe. Desde estátuas de madrepérola nos corredores, a colunas de mármore, quadros com moldura de ouro puro, cálices de bronze, lustres de diamante pendurados a cada três metros...
Aquele castelo valia o reino todo.
A sala do trono era média, com chão de cristal que se estendia amplamente até uma plataforma com quatro andares. Acima deles estavam dois tronos.
O da esquerda era um pouco menor que o outro. Era de ouro branco, com um padrão lindo e inexplicável por toda a sua volta.
O da direita era de bronze e colossal, com braços que pareciam terminar em garras e no encosto haviam duas extensões que se pareciam com asas.
Yriana estava sentada ali, com seus cabelos brancos caindo por cima de seu ombro e descendo até o quadril. A coroa de bronze estava em sua cabeça e seu vestido não passava de tiras de tecido marfim que estava firmes nos ombros, presos por um cinto e depois era um turbilhão fluido.
O trono da esquerda estava vazio. Yriana jamais escolhera um príncipe consorte.
Alguns diziam que ela nunca se apaixonara e que aguardava seu coração escolher o príncipe. Outros diziam que era obcecada pelo poder e não queria dividir com ninguém. Seja qual fosse, ela governava sozinha.
Apenas por mais seis dias.
Em seis dias, nós sete iríamos para a Arena de Caltra e nos enfrentariamos até que Yriana tivesse feito sua escolha. Todas nós tínhamos consciência de que alguém poderia de machucar feio, até morrer, mas faríamos um pacto de preservar vidas o máximo possível.
O prêmio era uma coroa e um reino todo, mas nada disso valia a vida de uma de nós.
Era o que nós pensavámos, pois, cerca de duas rainhas antes, a monarca era Feline DeGran, uma rainha sanguinária que fez questão de matar todas as outras do seu grupo.
Yriana havia governado pouco, como todas as rainhas antes dela. Uma rainha não passava mais que vinte ou vinte e cinco anos no poder. Se uma guerra eclodisse, ela deveria ser aquela a liderar seus homens.
Uma mulher velha não poderia lutar como uma rainha de Vanalius deveria.
Então nós passavamos dez anos treinando, ascendíamos e depois governavamos por dez anos até que começassem a escolher as próximas campeãs.
Yriana devia estar perto dos cinquenta agora, mas continuava linda e jovem.
Nós cumprimentamos formalmente a rainha mas sem nunca ajoelhar. Mulheres de Vanalius não se ajoelhavam.
"Sei que é tarde e vocês estão cansadas, minhas jovens, mas não tomarei muito do tempo de vocês. "
"Como sabem, eu devo escolher duas pessoas de confiança, além de Kalamhos, para me ajudar a tomar minha decisão. "
Ela sorriu satisfeita e cruzou as mãos no colo. Parecia ansiosa.
"Depois de muito deliberar, tomei minha decisão. Provavelmente nenhuma de vocês sabe mas eu tenho um irmão mais novo que já é comandante de diversos batalhões especiais. Achei apropriado que ele é Pátracos fossem aqueles que me ajudariam a decidir. "
A porta atrás de nós se abriu e eu me virei, com a mão indo instintivamente para a espada no meu cinto.
Mas eu congelei quando toquei o metal frio.
Archer entrava deslumbrante no salão, com roupas refinadas e uma capa marfim ondulante.
"Este é meu irmão, Archer Lenevieve. "
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A Ruína da Rainha
Teen FictionNum reino onde as mulheres governam e os homens são apenas soldados, Anaya está destinada a subir ao trono. Como a mais forte, corajosa e inteligente do seu grupo, ela tem certeza de que será a próxima rainha. Mas um defeito a coloca entre os mais o...