Meia-Noite

Ponto fraco

Dá pra se notar a maldade de Keith,  simplesmente pelo jeito que esse me olha. Ele emana ódio de seus olhos escuros. Mas não é apenas isso, viajando por seus pensamentos posso ver seu passado obscuro. Indo mais fundo, vejo minha mãe em alguns momentos, Karl e até mesmo eu.

Então encontro aquilo que procurava. Seu ponto fraco. Mas especificamente um cofre que contém todos seus podres, que na certa acabariam com sua reputação. E que por um acaso, eu sei o segredo para abri-lo.

Consegui saber tudo sobre ele por míseros segundos.  Seus inimigos  ficariam felizes de ter o poder desse cofre, já que vários sabem da existência dele e adorariam ter algo contra Keith.

O encaro e lhe lanço um sorriso presunçoso.

- Bom, é seguinte eu aceito seu acordo, mas saiba que se você ousar quebrá-lo, ou até mesmo encostar um dedo nos dois, eu acabo com você. - o ameaço para ver sua reação.

Nesse momento ele solta uma risada sarcástica que soa alta pelo cômodo todo.

- Você não entendeu Henry?  Você que está em minhas mãos e não o contrário. - diz.

-  Acho que seus inimigos ficariam felizes de saber a localização do seu cofre, ou até mesmo o segredo dele. O que acha da ideia? - dessa vez sou eu que lhe lanço um sorriso vitorioso. 

Keith olha-me incrédulo. Toda a sua presunção se esvai em segundos.

- Como sabe disso? - pergunta alterado e observo faíscas em seus olhos.  - Não ouse me confrontar Henry, você não sabe do que sou capaz! - tenta me amendrontar, mas não recuo.

- Você que não sabe do que sou capaz! - aviso-o. - Eu posso acabar com você.

Ele fica calado e seus pensamentos estão todos embaralhados em sua mente.

" Não tenho muita coisa  a fazer,  melhor aceitar o que esse bastardo pede."

" Já era meu plano de ter Henry em minhas mãos, preciso encontrar algo que possa confrotá-lo. O bom é que o tenho ao meu lado, meus inimigos não ousariam se aproximar de mim, sabendo que estou com o mais poderoso ao meu lado."

- Certo então. Aceito não matar Karl e a bruxa, por enquanto.  Contando que você esteja ao meu lado.

Keith não parece aceitar isso muito bem. Mas isso não importa muito. O bem-estar de Karl, e por incrível que pareça, de Charice,  é o que importa no momento.

Sei que se não fizer parte do Clã,  Keith mataria os dois, mesmo eu tendo algo contra ele. O bom é que infiltrado no meio desse Clã, posso descobrir onde aqueles dois estão e ainda colocar meu plano em atenção.

Com uma força incomum, me solto daquelas correntes e me aproximo dele, o encarando bem de perto e olhando nos olhos.

- Se caso você fizer algo que eu não aprove. Acabo com a sua raça. - digo e Keith demonstra um pouco de medo, mas rapidamente de recompõe.

- Digo a mesma coisa pra você.

***

A mansão é enorme. É uma construção antiga, feita de madeira e pedras. Formada por sacadas que decoram o exterior e  que se completam com as janelas de vidro.

Mas apesar de linda, ela me causa calafrios por todo o meu corpo. Vejo pessoas pedindo socorro, outras se contorcendo de dor, várias já mortas e torturas de todos os tipos. Já está na hora de destruir esse lugar e é isso que vou fazer.

Keith passa com uma postura imponente pelos vários guardas da entrada, que nem ousam encará-lo. Eu vou atrás. Uns me olham curiosos e outros nem me olham já sabendo quem sou.