Coloquei o vestido sem pressa apreciando cada parte do tecido, me olhando no espelho senti um cheiro de paz e alegria me invadindo, até que de repente ouvi um barulho de passos e conversas do outro lado da porta.
- O que? - Me virei rapidamente para trás quando pude ouvir uma risada invadir o quarto.
- Hahaha... não são só eles que eu tenho de bonito. - ele falou apontando para os olhos e entrando no quarto distraído.
- Iyan? - novamente ele estava de costas se virando e instantaneamente colocando os óculos para me olhar confusamente vidrado.
Nenhuma palavra saiu de sua boca e um pequeno silêncio se formou entre nós, até alguém aparecer na porta.
- Por que você parou? - ela falou entrando também. - Hã? Quem é essa?
- Só um instante. - Ele empurrou a mulher para fora fechando a porta.
- O que você tá usando? - Ele gaguejou depois de alguns instantes me olhando abismado.
Seu olhar que me penetrava no fundo da alma, me desaprovava de cima pra baixo, certamente eu não deveria estar usando aquilo.
- Esquece... Só me diz, o que você tá fazendo aqui?
- Calma... Charrice apenas me trouxe aqui e disse pra eu ficar a vontade.
- Haha... - respirou profundamente. - Era só isso que faltava agora. - se virou e saiu batendo a porta fortemente.
- Mas o que? - balbuciei enquanto ouvia a outra mulher perguntar por quem era eu.
- Não importa, era uma amiga da minha irmã...
- Ah, então é assim? Ele realmente me irrita!
Suas risadas e conversas sumiam a cada passo que davam para longe, e eu me perguntava onde que estava o senso dessa família ou sei lá o que eles são. Eles foram atacados! Não deveriam estar planejando algo ou algo do tipo?
Tanta coisa havia acontecido naquele dia, eu realmente não conseguia dormir, meus passos dados naquele quarto enorme já pareciam quase maiores a cada minuto que se passava, parecia até que eu estava esperando alguma coisa acontecer. Poderia até parecer calma por fora mas, por dentro a inquietação me torturava.
Fui até a varanda procurando um ar, quando vi a lua brilhar intensamente sobre o meu rosto, aquela brisa e ruídos da noite que por incrível que pareça me faziam acalmar.
- Que horas já deve ser? - Me perguntei.
Encostada na varanda o pequeno Jardim que eu observava lá fora quase não se destacava entre aquelas grandes árvores da floresta mas, um único brilho no meio dele me fez observá-lo.
Era uma luz vermelha, completamente hipnotizante, eu mal conseguia tirar os olhos mas, quando eu finalmente consegui eu queria novamente olha-la. Aquela coisa não oscilava nem fraquejar ou ficava mais forte, era unicamente da mesma forma.
Imediatamente me veio a ideia de ir naquele lugar, a única coisa que eu pensava era saber o que era aquilo. Quando me dei por conta já havia pegado um casaco e estava fora do quarto a caminho daquele lugar.
A casa parecia vazia nenhum som podia ser ouvido e nem Rukkia me seguia. Ao abrir a porta o ar de fora me congelou arrepiadamente, e mesmo dali eu conseguia ver o pequeno brilho, os barulhos e ruídos da floresta.
Á medida que eu me aproximava do jardim um som incomum assustava meus ouvidos, e resolvi me esconder atrás de uma pequena moita para observar o movimento de onde vinha o som.
- Seu desg...
- Shh... apenas fique quieta. - Uma voz familiar falou.
- O quê? - sussurrei abismada. - Aquilo é...
Ele estava de costas e aquela mesma moça estava em seus braços e seu sangue pingava aos montes no chão, ele estava degolando o seu pescoço.
- Iyan... o que você... - Eu impulsivamente falei.
Ele olhou para trás, a sombra cobria seu rosto mas, eu sabia que era ele e no mesmo instante em que ele me percebeu o corpo que já morto caiu no chão violentamente.
- Hanna, você não deveria estar aqui. - Ele falou vindo em minha direção.
A escuridão continuava a não me posicionar, apenas aquele brilho vermelho em seus olhos havia de luz.
- I-Iyan, não se aproxime.
- Não, não é isso que você está pensando! - Ele continuava.
Seus lábios vermelhos vivos vibravam, aquela era a única cor que eu podia enxergar.
-Não!! Não!! - Gritei com todas as forças que eu tinha quando sentir suas mãos tocar em meus ombros.
Eu fechei meus olhos com todas as minhas forças esperando o pior. Ele estava sugando o sangue de uma pessoa, ele era um vampiro de verdade!
...
Continua?
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Pôr da Lua
VampireDesejos proibidos... uma doce perdição? Inocente e pura até conhece-lo em seus sonhos, Hanna Beckier foi fisgada pela lua dos olhos do rapaz que via em seus sonhos. Dormir era seu hobbie preferido até decidir procura-lo no mundo real de todos os me...