Capítulo 2

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POV * Samantha*

Com o computador portátil nas mãos,  levantei-me e mais uma vez, voltei ao gabinete do senhor Victor Mayer. Pensei em bater,  mas apenas tinham passado alguns minutos e duvido que a necessitada tenha tido a brilhante ideia de voltar para o colo do meu pai. Optei mesmo por entrar sem bater. A raiva tomava conta de mim,  pelo que entrei e nem notei os dois homens parados perto da mesa.

- Quando pretendia contar-me que a Malu vai viver no meu apartamento? - Perguntei, jogando o computador na sua frente, cruzando o braços e quase que deitando fumo pelas orelhas.

- Samantha, temos pessoas presentes. Assuntos de família, podemos discutir mais tarde.

- Bom dia. - Cumprimentei sem mesmo olhar para as duas personagens. - Este, é um assunto que eu quero discutir agora. Porque a Malu vai viver no meu apartamento?

- Foi um pedido da tua mãe.

- E o que é que eu tenho haver com o que a minha mãe quer ou deixa de querer? Eu praticamente cresci sem a presença dela na minha vida e recordo-lhe que ela supostamente deu-me à luz.

- Samantha, vamos falar disso mais tarde.

- Mais tarde, eu posso sofrer um acidente e entrar em coma ou até quem sabe morrer e a Malu continuará a ir viver para o meu apartamento.

- A tua irma não quer viver comigo e com a tua mãe e a pedido da tua mãe, eu aceitei que ela fosse viver contigo.

- Ela é minha meia irma. - Corrigi. - E porque ela não ficou com o pai dela?

- O pai dela é um homem de negócios e a tua mãe é a mãe dela. É normal que ela queira ficar com a mãe.

- Eu também sou uma mulher de negócios. Porque tenho de levar com os filhos dos outros? E se ela quis ficar com a mãe, porque não fica na sua casa?

- Samantha, tenho a certeza de que tu e a Malu vão se dar bem. Além disso,  o apartamento está em meu nome.

- Eu tenho a certeza de que isso não vai acontecer. Eu mal a conheço! Se a vi duas vezes foi muito. Ela tem quê? Quinze anos?

- Dezoito. - Corrigiu e eu revirei os olhos.

- Quinze, dezoito, é tudo a mesma coisa! O problema é, o apartamento é meu! O senhor ofereceu-me aquele apartamento! Porque não fui informada? Ou melhor, porque não fui questionada quanto à minha opinião sobre este assunto?

- Porque sabiamos qual seria a tua resposta.

- Então a vossa ideia era ela chegar "hoje", bater à minha porta e eu ficar com cara de estupida a olhar para ela, sem entender merda nenhuma?

- Era uma brilhante ideia. - Defendeu. - Até a Malu te mandar uma mensagem. - Disse olhando para o computador.

- Para vocês, tudo é uma brilhante ideia!

- Bem, se te serve de consolo, o teu noivo também irá morar no teu apartamento. 

- O quê? Mas agora o meu apartamento virou um centro de acolhimento? - O meu pai respirou fundo e pousou os braços sobre a mesa, e a cabeça sobre as mãos.

- Meu Deus. De quem será que herdaste esse temperamento?

- Isso também eu gostaria de saber. Eu sou a única na família que tem um cérebro para pensar!

- Eu pagarei a estadia do Erick, enquanto ele estiver no apartamento.  - Virei-me para trás, encarando um homem de meia idade, bem vestido com um smoking preto, de cabelos e barba preta e de olhos castanhos.

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