Capítulo 3

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POV * Erick*

Quando soube da idéia estúpida do meu pai, quase que o coloquei num hospital. A minha avó sempre dizia que com a idade não se brinca e acho que começo a entender o que ela queria dizer. O meu pai perdeu completamente a lucidez. Agora vem com a estupida ideia de um contrato de casamento.

- Eu não vou aceitar esse contrato estúpido. - Disse-lhe, jogando o contrato sobre a mesa da sala.

- Não te estou a pedir que o faças. A única pessoa que tem possibilidade de aceitar ou recusar é a filha do Victor. Tu, Erick, vais ser obrigado a casar com a rapariga. Conviver com ela vai fazer-te bem.

- Pelo contrário, vai fazer-me mal. Muito mal! E como é que ela, sendo mais nova que eu, pode tomar a decisão de aceitar ou recusar e eu não?

- Porque ao contrário de ti , ela é uma jovem responsável e trabalha.

- Eu também trabalho.

- E gastas todo o teu dinheiro com as funcionárias da empresa!

- Onde eu gastou o meu dinheiro, não é problema seu. O que importa é que eu também trabalho.

- Meu filho, o teu único trabalho, é fazeres-te às minhas secretárias, cada vez que eu peço para te levarem algum decumento. Eu noto que cada uma delas que entra, só sai depois de meia hora do teu gabinete. O que fazem lá dentro? Agrafam decumentos?

- Somos muito profissionais no nosso trabalho. Gosto das explicações delas a cada decumento que me entregam.

- Tenho pena da Samantha que vai ter de te aturar durante um ano, mas ela é a minha única solução.

- Não dá para encortar o tempo do contrato?

- Não.

- Ela vai ter de vir para aqui viver?

- Não. Tu vais morar no apartamento dela.

- O quê? Eu não vou ter privacidade!

- É essa a ideia.

- Ela é bonita ao menos?

- É. Até me admira ela ainda não estar casada. Aliás, iremos agora mesmo para a empresa do Victor. Ela trabalha lá.

- Eu preciso mesmo de ir?

- Sim. - Respirei fundo e peguei nas chaves do carro. - Esquece a ideia. Eu conduzo.

- Porque não posso ser eu?

- Erick, o facto de o teu instrutor de condução ter tido a coragem de andar num carro conduzido por ti, ainda é um mistério para mim, mas o que eu sei, é que eu não tenho essa coragem.

- Eu passei no terceiro exame de condução. - Defendi-me. - E já lá vai pelo menos sete anos.

- Teres reprovado duas vezes é o motivo da minha preocupação.

- A mãe não reclama da minha condução.

- A tua mãe cada vez que entra no teu carro, chega a casa em estado de choque e sem conseguir dizer uma única palavra. É normal ela não reclamar. - Revirei os olhos e joguei-lhe as chaves.

- Eu apenas gosto de acelarar.

- Quando te enfiares contra um poste, procura quem te pague um carro novo, porque eu não o farei.

- O Ivan já bateu o dele e tu ofereceste-lhe um carro novinho em folha.

- Mas o teu irmão tem aquilo que tu não tens. Responsabilidade. Ele bateu porque estava nervoso. A mulher dele estava a entrar em trabalho de parto, dentro do carro.

Contrato de CasamentoOnde histórias criam vida. Descubra agora