Capítulo 7

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POV * Samantha*

Depois daquele irresponsável sair, passei as seguintes três horas analisando as listas de encomendas necessárias e mandei-as por email para os fornecedores. Perdi a conta ao número de cafés que tomei durante essas três horas, mas pela raiva que sinto neste momento, pela vontade que tenho de partir tudo à minha volta e pela vontade de matar seja quem for que me apareça à frente, tenho a certeza de que foi uma quantia exagerada de cafeína.

Olhei para o relógio. Já passava do meio dia. Suspirando, levantei-me da cadeira e peguei na minha carteira, saindo e entrando no elevador.

Assim que a porta do elevador abriu, vi a minha querida irmãzinha Malu, esperando por mim na recepção. Sentiram a ironia?

- Aleluia! Estou à quase meia hora à tua espera! - Resmungou, assim que me viu.

- Malu...que raio de roupa é essa? - Perguntei, de boca aberta, ao olha-la de cima a baixo.

- A minha. - Respondeu revirando os olhos. A minha vontade é levá-la de imediato para casa e pô-la em frente a um espelho para ver a sua figura ridícula.

- Pareces um morto vivo!

- É exatamente isso que eu sou. Uma morta viva.

- Chegamos ao Halloween?  - Virei-me para trás, dando de caras com o homem que me iria infernizar a vida durante um ano.

- Tenho hipótese de ganhar o primeiro lugar? - Perguntou Malu. É impressão minha ou ela leva tudo na brincadeira?

- Malu, antes de irmos, vais trocar essas...roupas.

- Estas são as minhas roupas. O que elas têm de mal? - Sério?  A garota tem vestido uma espécie de calças calções,  se é que isso existe, com teias de aranha penduradas e um top todo furado que parece que sofreu um atentado e ainda me pergunta qual é o mal daquele pedaço de pano que ela chama de roupa?

- Isso, não são roupas. Isso são panos de limpeza. Roupas é o que eu tenho vestido.

- É que nem morta eu vou-me vestir como um pinguim de saía.

- Não estou a dizer que tenhas de te vestir igual a mim, garota. - Ao ver uma mulher com um vestido solto com flores, apontei para ela. - Podes vestir-te como aquela mulher.

- Estás a gozar, não estás? Aquela mulher tem um vestido parecido com as cortinas da casa da minha avó e olha que a minha avó não mudou de cortinas pelos últimos dez anos.

- Há outros estilos de vestidos.

- E eu apenas gosto dos que eu tenho e visto.

- Vais ter umas boas lições de moda comigo. - Sussurrei. Nem quero pensar no trabalho difícil que vou ter pela frente.

- É alucinação minha, ou aquela é a nossa mãe? - Olhei para a entrada da empresa e vi a mulher que me carregou por nove meses, entrar. Uma mulher baixa, nem gorda e nem magra, vestindo um vestido branco quase transparente, pelo comprimento dos joelhos, que pareciam mais compridos devido aos saltos pretos, algulha enormes. O cabelo curto preso num coque elegante, faz-a mais jovem e realça o tom claro da sua pele. Quem a vê , nao lhe dá mais de vinte e cinco anos. Aquela é a minha mãe? - Porque a nossa mãe está a correr como uma cadela no cio, na nossa direção?

- A tua irmã chamou-a. - Lancei um olhar de " Não te metas onde não és chamado" ao Erick, que sorriu em resposta e encolheu os ombros.

- Tu chamaste-a? - Assenti. - Estás maluca? Andas-te a fumar erva?

- Eu tive razões para a chamar. Ela vai almoçar conosco e vamos falar de ti e da tua inscrição escolar.

- Não digas que não te avisei. - Sussurrou, balançando a cabeça para os lados, negativamente. 

Contrato de CasamentoOnde histórias criam vida. Descubra agora