POV * Samantha*
Depois daquele irresponsável sair, passei as seguintes três horas analisando as listas de encomendas necessárias e mandei-as por email para os fornecedores. Perdi a conta ao número de cafés que tomei durante essas três horas, mas pela raiva que sinto neste momento, pela vontade que tenho de partir tudo à minha volta e pela vontade de matar seja quem for que me apareça à frente, tenho a certeza de que foi uma quantia exagerada de cafeína.
Olhei para o relógio. Já passava do meio dia. Suspirando, levantei-me da cadeira e peguei na minha carteira, saindo e entrando no elevador.
Assim que a porta do elevador abriu, vi a minha querida irmãzinha Malu, esperando por mim na recepção. Sentiram a ironia?
- Aleluia! Estou à quase meia hora à tua espera! - Resmungou, assim que me viu.
- Malu...que raio de roupa é essa? - Perguntei, de boca aberta, ao olha-la de cima a baixo.
- A minha. - Respondeu revirando os olhos. A minha vontade é levá-la de imediato para casa e pô-la em frente a um espelho para ver a sua figura ridícula.
- Pareces um morto vivo!
- É exatamente isso que eu sou. Uma morta viva.
- Chegamos ao Halloween? - Virei-me para trás, dando de caras com o homem que me iria infernizar a vida durante um ano.
- Tenho hipótese de ganhar o primeiro lugar? - Perguntou Malu. É impressão minha ou ela leva tudo na brincadeira?
- Malu, antes de irmos, vais trocar essas...roupas.
- Estas são as minhas roupas. O que elas têm de mal? - Sério? A garota tem vestido uma espécie de calças calções, se é que isso existe, com teias de aranha penduradas e um top todo furado que parece que sofreu um atentado e ainda me pergunta qual é o mal daquele pedaço de pano que ela chama de roupa?
- Isso, não são roupas. Isso são panos de limpeza. Roupas é o que eu tenho vestido.
- É que nem morta eu vou-me vestir como um pinguim de saía.
- Não estou a dizer que tenhas de te vestir igual a mim, garota. - Ao ver uma mulher com um vestido solto com flores, apontei para ela. - Podes vestir-te como aquela mulher.
- Estás a gozar, não estás? Aquela mulher tem um vestido parecido com as cortinas da casa da minha avó e olha que a minha avó não mudou de cortinas pelos últimos dez anos.
- Há outros estilos de vestidos.
- E eu apenas gosto dos que eu tenho e visto.
- Vais ter umas boas lições de moda comigo. - Sussurrei. Nem quero pensar no trabalho difícil que vou ter pela frente.
- É alucinação minha, ou aquela é a nossa mãe? - Olhei para a entrada da empresa e vi a mulher que me carregou por nove meses, entrar. Uma mulher baixa, nem gorda e nem magra, vestindo um vestido branco quase transparente, pelo comprimento dos joelhos, que pareciam mais compridos devido aos saltos pretos, algulha enormes. O cabelo curto preso num coque elegante, faz-a mais jovem e realça o tom claro da sua pele. Quem a vê , nao lhe dá mais de vinte e cinco anos. Aquela é a minha mãe? - Porque a nossa mãe está a correr como uma cadela no cio, na nossa direção?
- A tua irmã chamou-a. - Lancei um olhar de " Não te metas onde não és chamado" ao Erick, que sorriu em resposta e encolheu os ombros.
- Tu chamaste-a? - Assenti. - Estás maluca? Andas-te a fumar erva?
- Eu tive razões para a chamar. Ela vai almoçar conosco e vamos falar de ti e da tua inscrição escolar.
- Não digas que não te avisei. - Sussurrou, balançando a cabeça para os lados, negativamente.
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Contrato de Casamento
RomanceTudo ia bem na vida de Samantha. Tinha um emprego, um apartamento, um carro amarelo e até um cão. Única herdeira de toda a fortuna do seu pai. Pelo menos era o que ela pensava. Quando a empresa do seu pai entra em falência, a única salvação é um c...