Capítulo 6

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POV * Erick*

Acordei e vesti-me. Quando saí do quarto, encontrei a Maluna a ler um papel, enquanto preparava uma taça de cerais. A roupa que vestia, conseguia deixar-me de boca aberta. Tenho curiosidade por saber onde ela desencanta aquelas roupas estranhas. Desta vez, tinha vestido uma saia roxa toda furada, que mais parecia uma rede de pesca e uma camisola quase transparente, de uma só alça, que descia pela saia e acaba nos joelhos. O cabelo castanho estava preso numa espécie de rabo de cavalo. Ou seria um coque?

- Bom dia. - Disse assim que me viu.

- Bom dia. A Samantha ainda não acordou? - Perguntei, dando pela ausência da ruiva.

- Ela já acordou e já saiu.

- Tão cedo?

- É. Até teve tempo de me deixar um bilhete. Quer que eu vá à empresa na hora do almoço. 

- Porquê? 

- Por acaso tenho cara de adivinha?

- Figurino já tens. - Brinquei. - O teu amigo apareceu. -Disse-lhe, ao ver o cão da ruiva, entrar na cozinha. Malu seguiu o meu olhar e assim que se apercebeu da presença do Puggy, subiu para cima da banca.

- Pensei que a Samantha tivesse levado o bicho daqui para fora!

- Não tenhas muitas esperanças que isso vá acontecer. Podes decer daí. O cão não te vai fazer nada. Ele provavelmente só está com fome.

- Eu desço e ele come-me uma perna! - Não resisti e tive de rir. Esta garota é uma comédia.  Caminhei até à  banca e tirei o saco de ração do armário. Tinha visto a Samantha a alimentar o bicho ontem e pelo que vi, ele é obrigado a fazer dieta. Também não é para menos. Mais um pouco e o cão não anda. Ele rebola.

Verti alguns croquetes na taça metálica do Puggy e guardei a saca de volta no armário. Estendi a mão a Malu, ajudando-a a descer da banca.

- Se ele continuar a comer assim, vai rebentar. - Disse Malu, encarando o cão. 

- Não digas à Samantha que dei ração ao bicho. Supostamente,  o nosso amiguinho de quatro patas, está em dieta.

- Dieta? Este monstrinho parece a minha mãe. Diz que vai começar uma dieta, mas ainda come é mais.

- Ainda estou por entender essa mania que as mulheres têm de fazer dietas.

- Digo o mesmo. Com pizza,  lasanha,  hamburgers,  batatas fritas e nutela,  é impossível fazer dieta.

- Não me digas que és daquelas que come nutela as colheres.

- Sou e amo-me por amar nutela.

- Devo fingir que estou contente por isso?

- Nah. Basta comprares o maior fraco de nutela que vires e ofereceres-me no meu dia de anos,  que por acaso é para a semana.

- Vou pensar. Agora tenho a cabeça no casamento.

- Já sabem quando vai ser?

- Domingo.

- Boa sorte. Não conheço ninguém que esteja disposto a casar com a minha irma e imagino o que sintas visto que tu nem escolha tens. Tenho a certeza de que esse casamento vai ser um funeral autentico.

- Porquê?

- Tu vais estar a rezar que chegue o fim do dia, a Samantha vai estar de trombas, o meu pai vai ser o surdo e mudo da festa, a minha mãe provavelmente vai sair escondida com o pai da Samantha para se comerem em algum canto e o resto dos convidados vão estar de luto em adeus à tua vida de solteiro. - Esta garota diz cada coisa...mas por um lado ela tem razão.

Contrato de CasamentoOnde histórias criam vida. Descubra agora