Capítulo 9

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POV * Erick *

Mais uma vez, eu tinha feito merda. A Samantha é a mulher mais difícil que já passou pela minha vida e ainda só a conheço à pouco mais de um dia. Apesar de ela se mostrar uma mulher de ferro, ela é na verdade uma jovem sentimental. Uma jovem completamente diferente de as que conheci até agora. Essa diferença, chamava-me atenção.

Parei o carro nos estacionamentos do prédio e saí, caminhando até ao outro lado do carro e abrindo a porta do lugar do passageiro. Peguei suavemente na Samantha e fechei a porta do carro com a perna. Abiri a porta do edifício, com a Samantha nos meus braços, foi um desafio que depois de quase três minutos a tentar meter a chave na fechadura, consegui superar. Entrei, esperando a luz automaticamente ser ativada pelos sensores e subi as escadas até ao terceiro andar.

Assim que entrei no apartamento, fechei a porta e deitei a Samantha no sofá. Tirei o meu casaco que praticamente pingava rios de água e voltei a pegar na ruiva. Todo o corpo dela estava gelado e podia ouvir o tilintar dos dentes dela, que batiam uns nos outros por causa do frio. Levei-a para o quarto, deitando-a na cama e correndo para a casa de banho, ligando a torneira e deixando a água correr até ficar morna. Voltei ao quarto, concentrando-me apenas em despir as roupas humidas do corpo da ruiva. Desapertei o fecho lateral do vestido e comecei o tecido para cima, tentando não olhar para o corpo nu de Samantha. Tinha acabado de a despir, quando cometi o erro de olhar para ela. Como ela é linda... ainda mais linda que o que pensei.

Mais uma vez, peguei nela ao colo e carreguei-a até à banheira, onde devagarinho a meti debaixo da água morna. Tão frágil...nem parece a mesma pessoa que conheci ontem. É culpa minha. Se eu tivesse ficado calado, não estaria aqui, agora, a tentar aquecer o corpo dela com água morna, pensando no que fazer para baixar a febre alta que ela tem.
Depois de a tirar da banheira, sequei-a com uma toalha grande e de pêlos macios, vestindo-a com o primeiro pijama que encontrei mo armário do quarto dela. Um pijama de inverno, branco, com coelhos cor de rosa. Tive de rir. Estou cada vez mais fascinado por esta mulher.

Deitei-a na cama, cobrindo-a com as mantas e ainda pondo outros cobertores por cima. A calma com que dormia, garantiu-me que o corpo dela finalmente estava voltando à temperatura normal. Já não estava gelada, mas a febre alta ainda persistia. Saí do quarto, deixando apenas a luz do candeeiro creme ligada e segui para o meu quarto, trocando as minhas roupas molhadas por umas calças de treino pretas e uma t-shirt branca. Saí e peguei no telemóvel, entrando no google. Pela primeira vez na vida, eu ia cozinhar.

Puggy, estava sentado aos meus pés, fazendo o que sempre faz. Pedindo comida. Este bicho só sabe comer. Sorri para a bola de pêlo e peguei no saco de ração, enchendo praticamente a taça de metal. Voltei a guardar o saco e voltei a concentrar-me no desafio que era a cozinha.

Passadas três horas, ou seja, agora eram duas e meia da manhã,  eu finalmente, tinha uma sopa comestível feita. Sorri em aprovação. Cheiro bom, check. Cor boa, check. Paladar, check. É bom  o senhor Robert Toner começar a ter orgulho no filho. A minha primeira sopa está optima! Já a cozinha...um autêntico caos.

- Muito bem, bola de pêlo. Preciso da tua ajuda. - Puggy, entendendo, começou a lamber os móveis e o chão. - Isso mesmo. Eu limpo em cima e tu limpas em baixo. Eu e tu vamo-nos dar bem companheiro.

***

Depois da cozinha praticamente limpa, enchi uma malga de sopa e coloquei em cima de um tabuleiro de madeira, levando-o para o quarto da ruivinha. Ao ver que ela ainda dormia, pousei o tabuleiro na mesinha de cabeceira, assim como os comprimidos que tirara mais cedo de um armário da casa de banho.

Afastei uma madeixa do cabelo ruivo de Samantha,  que teimava tapar-lhe o rosto e acariciei-lhe a face quente. O meu toque fez a ruiva remexer-se na cama e virar-se para o outro lado. Sorrindo, deitei-me ao lado dela, por cima dos cobertores, inalando o doce cheiro de flores, do cabelo dela.


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