POV * Samantha*
Assim que abri a porta do meu apartamento, Malu entrou e jogou as malas num canto, sentando-se no sofá e pondo os pés em cima da mesinha pequena que separava o enorme sofá cinza e a televisão plasma. Deixei as malas que trouxera, encostadas à parede e caminhei até ao sofá, tirando os pés da peste de cima da minha mesa de madeira italiana.
- O que foi?
- Esta mesa é uma mesa feita de madeira italiana. É cara. Não quero os pés, sapatos ou seja o que for, em cima dela. Essa é a primeira regra.
- E começou.
- Segunda regra, cada um zela pela limpeza e organização do apartamento, então pega nas tuas malas e vem comigo. Vou dizer onde é o teu quarto e é lá que vais deixar as tuas malas. - Ao notar ela não me seguia e nem dizia uma única palabra, olhei para trás e deparei-me com o Puggy a olhar para a Malu e a Malu a olhar para o Puggy.
- Ninguém me disse que tinhas um cão.
- Estamos quites. Ninguém me disse que vinhas viver comigo.
- Porque ele está a olhar para mim como se me quisesse comer?
- O Puggy apenas está a tentar conhecer-te.
- Ele está é a pensar na melhor maneira de me comer!
- Puggy, anda cá. - Obedecendo, a bola de pêlo correu na minha direção. - Tens fome? - Latiu em resposta e eu sorri. - Já te vou dar de comer.
- É bem bom que tenhas comida para ele! Eu não tenciono ser o almoço desse monstro!
- Descansa que nem eu deixaria o Puggy morder um único dedo teu.
- Podes po-lo lá fora? - Perguntou apontando para a varanda.
- Não. Antes de tu vires, o Puggy já cá estava. O apartamento também é dele.
- Eu tenho medo de cães!
- Tenho a certeza absoluta de que o Puggy não te vai fazer nada. O máximo que pode acontecer é ele lambusar-te de baba.
- Essa é a maneira de ele provar o meu sabor!
- Não sejas dramática.
- E se ele entrar no meu quarto e tentar me comer?
- O Puggy não vai fazer isso. - Peguei no saco de ração e enchi pela metade a taça de metal, deixando a bola de pêlo entretida. - Pronto. Ele agora está entretido a comer. Vou-te mostrar o teu quarto. Vens ou não?
- O monstro vai ficar aqui?
- Sim. Enquanto ele tiver comer na taça, ele não vai sair dali.
- Mas ele já tem a taça quase vazia!
- Então acho melhor despachares-te e agarrares nas malas.
Abri a porta ao lado da porta do meu quarto e entrei, dando espaço para a jovem rebelde passar. Depois de pousar as malas, Malu olhou para todo o quarto e fechou a porta, ainda temendo que Puggy acabasse a ração e decidisse vir atrás dela. Fiquei observando enquanto ela experimentava a cama e avaliava todas as mobílias do quarto.
- É pequeno. - Comentou.
- É melhor que nada. Tens sempre a porta de saída aberta para poderes...
- Não! - Interrompeu. - É que nem morta eu vou viver com a nossa mãe e com o teu pai!
- Então, reclama menos e agradece mais.
- Eu não reclamei. Eu comentei.
- E tem alguma diferença?
- Tem. Se fosse para reclamar, eu jogaria tudo o que eu não gostei, para fora deste quarto. Essa é a minha maneira de reclamar.
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Contrato de Casamento
RomanceTudo ia bem na vida de Samantha. Tinha um emprego, um apartamento, um carro amarelo e até um cão. Única herdeira de toda a fortuna do seu pai. Pelo menos era o que ela pensava. Quando a empresa do seu pai entra em falência, a única salvação é um c...