Capítulo 4

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POV * Samantha*

Assim que abri a porta do meu apartamento, Malu entrou e jogou as malas num canto, sentando-se no sofá e pondo os pés em cima da mesinha pequena que separava o enorme sofá cinza e a televisão plasma. Deixei as malas que trouxera, encostadas à parede e caminhei até ao sofá,  tirando os pés da peste de cima da minha mesa de madeira italiana.

- O que foi?

- Esta mesa é uma mesa feita de madeira italiana. É cara. Não quero os pés, sapatos ou seja o que for, em cima dela. Essa é a primeira regra.

- E começou.

- Segunda regra, cada um zela pela limpeza e organização do apartamento, então pega nas tuas malas e vem comigo.  Vou dizer onde é o teu quarto e é lá que vais deixar as tuas malas. - Ao notar ela não me seguia e nem dizia uma única palabra, olhei para trás e deparei-me com o Puggy a olhar para a Malu e a Malu a olhar para o Puggy.

- Ninguém me disse que tinhas um cão.

- Estamos quites. Ninguém me disse que vinhas viver comigo.

- Porque ele está a olhar para mim como se me quisesse comer?

- O Puggy apenas está a tentar conhecer-te.

- Ele está é a pensar na melhor maneira de me comer!

- Puggy, anda cá. - Obedecendo, a bola de pêlo correu na minha direção. - Tens fome? - Latiu em resposta e eu sorri. - Já te vou dar de comer.

- É bem bom que tenhas comida para ele! Eu não tenciono ser o almoço desse monstro!

- Descansa que nem eu deixaria o Puggy morder um único dedo teu.

- Podes po-lo lá fora? - Perguntou apontando para a varanda.

- Não. Antes de tu vires, o Puggy já cá estava. O apartamento também é dele.

- Eu tenho medo de cães!

- Tenho a certeza absoluta de que o Puggy não te vai fazer nada. O máximo que pode acontecer é ele lambusar-te de baba.

- Essa é a maneira de ele provar o meu sabor!

- Não sejas dramática.

- E se ele entrar no meu quarto e tentar me comer?

- O Puggy não vai fazer isso. - Peguei no saco de ração e enchi pela metade a taça de metal, deixando a bola de pêlo entretida. - Pronto.  Ele agora está entretido a comer. Vou-te mostrar o teu quarto. Vens ou não? 

- O monstro vai ficar aqui?

- Sim. Enquanto ele tiver comer na taça, ele não vai sair dali.

- Mas ele já tem a taça quase vazia!

- Então acho melhor despachares-te e agarrares nas malas.

Abri a porta ao lado da porta do meu quarto e entrei, dando espaço para a jovem rebelde passar. Depois de pousar as malas, Malu olhou para todo o quarto e fechou a porta,  ainda temendo que Puggy acabasse a ração e decidisse vir atrás dela. Fiquei observando enquanto ela experimentava a cama e avaliava todas as mobílias do quarto.

- É pequeno. - Comentou.

- É melhor que nada. Tens sempre a porta de saída aberta para poderes...

- Não!  - Interrompeu. - É que nem morta eu vou viver com a nossa mãe e com o teu pai!

- Então, reclama menos e agradece mais.

- Eu não reclamei. Eu comentei.

- E tem alguma diferença?

- Tem. Se fosse para reclamar, eu jogaria tudo o que eu não gostei, para fora deste quarto. Essa é a minha maneira de reclamar.

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