Como perder alguém em 10 dias - Camren

Sexto dia: Trégua forçada

Alô, alô, graças a Deus..eu publico mais um capítulo pra vocês! Estou bem ansiosa para mostrar minha nova estória, mas não posso me precipitar e colocar "O carro na frente dos bois". Acho que essa estória aqui, também merece ser escrita até o fim com muito carinho, afinal é minha primogênita. Vamos ao capítulo? Vamos ao capítulo! Boa leitura.

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POV CAMILA

Nova York - Quinta-feira - 09:00 a.m

O clima amanheceu estranho naquela dia e eu não me refiro ao fato de ser quinta-feira - dia completamente exaustivo na revista - as ideias e projetos tinham que ser reapresentados para uma análise final. Só em pensar naquela bendita matéria, minha dor de cabeça voltava freneticamente, como se todas as bebidas do mundo tivessem sido consumidas por mim na noite anterior e agora eu lidasse com uma inevitável e fulminante enxaqueca. Fato é que a minha dor nada tinha haver com álcool, seu motivo tinha outro nome.

Será que Ally estava certa ao dizer que Lauren era uma espécie de espírito evoluído ou coisa assim? Qualquer pessoa, diante de tudo que eu vinha aprontando, com toda certeza já teria me mandado ir à merda ou um lugar ainda mais distante. E eu nem poderia protestar caso fosse, por muito menos eu já teria explodido.

Então, por que será que aquilo não estava dando certo? Lauren não tinha nenhum ponto fraco? Algo que fosse seu  calcanhar de Aquiles? Até para sua intersexualidade eu havia apelado - e me senti bem baixa se querem saber - mas naquele momento, a única coisa que eu queria, era me ver livre de tudo aquilo e quando ouvi suas palavras se direcionando a mim como "maluca", "louca", "desequilibrada", tive a certeza que finalmente meu plano tinha alcançado seu objetivo.

O que a fez mudar de ideia tão rapidamente? O que se passou pela sua cabeça e a fez correr atrás de mim mesmo depois de tudo que aprontei? Não só na noite anterior como nestes últimos dias... Apaixonada por mim ela não está! Isso é impossível! Ela não faz o tipo que cai de amores por alguém a primeira vista, se é que ela já se apaixonou  alguma vez na vida. Então, que motivo ela teria para suportar tantas sandices da minha parte?

Saio dos meus devaneios ao ouvir batidas frenéticas na porta do meu quarto. Exclamo um "tá aberta" ainda enrolada debaixo dos lençóis irreparavelmente brancos.

- Virou a dona da Composure e não me avisou, Karlinha? - Dinah  me questiona já devidamente arrumada para mais um dia na redação da revista - Achei que me nomearia para algum cargo super imponente quando isso acontecesse - fala com um ar totalmente debochado, me encarando.

- Hoje posso chegar mais tarde - explico enquanto me sento na cama apoiando as costas sob os travesseiros - Minha matéria ainda não está concluída como você já deve imaginar e não preciso ir a revista sem antes tê-la finalizada.

- Como assim não está concluída? - ela me questiona com um semblante confuso - Você me mandou uma mensagem toda eufórica, dizendo que finalmente tinha sido dispensada.

- E tinha - passo as mãos nos meus cabelos, o prendendo num coque mal feito - Mas dez minutos depois, ela apareceu correndo na minha frente, só faltando se ajoelhar para que eu desconsiderasse suas palavras.

- Acho que vou ter que dar o braço a torcer e concordar com a Ally pela primeira vez, que a Lauren tem alguma espécie de mantra embutido na mente.

- É, eu também estou me questionando sobre isso.

- E o que pretende fazer agora?

- Eu não sei, Dinah, eu realmente não sei, só sei que contando com hoje, tenho mais cinco dias para convencê-la que eu não sou uma boa companhia - digo enquanto alcanço meu celular em cima do criado mudo, checando as horas.