Amor Restrito

Capítulo 15-Aceita um Chá? (Parte 1)

O dia amanheceu perfeito.

Pássaros gorjeavam em minha janela,os ventos sopravam um ar úmido e fresco,as nuvens pareciam bailar para mim e por um instante pensei ver um passarinho verde.

Porém,logo me lembrei do chá que havia marcado com Telma,e neste mesmo instante o dia acabou,as nuvens sumiram e armou uma tempestade.

Em meu quarto tinha um relógio bem antigo que Daniel não quis se desfazer,pois alegou ser uma lembrança de sua mãe.

Aquele “Tic-Tac” que ele insistia em manter,não me deixava concentrar em nada,e até mesmo me fazia uma terrível enxaqueca.

Me levantei e fui em direção ao lavatório que tinha em meu quarto na porta esquerda do guarda roupas. Sempre esteve ali,mas nunca gostava de utilizá-lo,não achava adequado entrar dentro de um guarda roupas,mas o antigo dono da casa esperava que uma guerra estourasse no país e ali com certeza seria o seu esconderijo.

Naquela manhã,estava aproveitando tudo de bom que a vida me oferecia,sabia que poderia ser a minha ultima manha por ali,depois que envenenasse Telma,estaria em uma encruzilhada e a cadeia seria minha nova morada.

Não ligava com mais nada,achava até bonitinho ver o sol nascer quadrado,desde o dia que me decidi á esta loucura,estava treinando na janela do banheiro,e não nada desagradável,era uma vista muito prazerosa,o sol visto de um quadrado era até mais belo.

_Meu Deus,o que estou dizendo?

Acho que estava ficando louca.

Gostar de ser preza.

_Ah! Credo

Nem percebi,mais já estava em frente ao espelho que se encontrava em cima da pia,e ali via meu rosto repleto de lágrimas e olheiras. Parecia até um zumbi

_Deve ser por isso que Daniel foi procurar outra

Abri aquela portinha do armário e escolhi minha maquiagem de melhor marca e mais cara. Não hesitei em me transformar.

Exagerei sim na sombra e principalmente no batom vermelho.

Peguei o meu vestido de melhor tecido e que desenhava meu corpo,que não era de se jogar fora. Coloquei meu salta 15cm vermelho e parei na frente do espelho

_Nossa mais que pitéu.... Eu mesma me invejava

Fui até uma gaveta secreta que tinha em minha cômoda e ali encontrei um perfume completamente ilusório,causava repuguinância em qualquer homem que se aproximasse,e muita inveja em qualquer mulher que percebesse o aroma.

Tinha ganhado de minha avó,que de certa forma era uma macumbeira de mão cheia.

Na sala estava as chaves do carro,em um enfeite de mesa. Daniel sempre escondia ali,pois meus sobrinhos eram, fixados em fuçar onde não eram chamados,e olha que nem eram meus sobrinhos de sangue.

_Te encontrei meu príncipe....

Por mais que fosse escroto,o chaveiro do carro era um sapo e no verso dele tinha escrito

_”Beije-me e serei seu príncipe.”

Era sempre uma piada encontrar aquela chave,e por mais que não quisesse ler meus olhos exigiam virar para aquela frase...

Mas meu caminho não poderia ter desvios,tinha que parar de pensar em bobagens,eram momentos decisivos em minha vida.

Já passavam dás 7 da manhã,e o chá estava marcado para ás 8.

Telma era muito implicante,e sabia que não poderia acordar cedo naqueles dias,estava enfrentando sérios problemas de saúde e qualquer problema ou falta de sono poderia ser o estopim da minha vida.

Finalmente cheguei na garagem

_Vamos que vamos... Disse olhando para o carro

Mas sentia que estava faltando alguma coisa...

_Minha bolsa

Como poderia sair de casa e deixar a minha arma letal em cima da cama?

Voltei o mais rápido possível e fui para o carro.

Entrei, fechei a porta e acionei o portão eletrônico.

_Cuidado vaca louca!!

Era minha vizinha,me odiava e sempre me invejou.

_Desculpe, Marianda.

Continuei meu percurso,e ali ao meu lado estava minha chave para cadeia,ou a solução para os meus problemas.

A casa de Telma estava há 10 quarteirões,fui o mais devagar que pode,queria apreciar a paisagem.

_Nossa!!!

Encontrei uma árvore que nunca tinha percebido ali,e aliás parecia até uma bairro novo,me culpava por nunca ter saído de casa e ter doado meus anos á Daniel.

Finalmente cheguei à casa de Telma...