Capítulo 16 - Aceita um chá? (Parte 2)

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Estava muito nervosa. O que decidisse ali traria conseqüências para o resto da minha vida, poderia significar o fim de meu namoro e minha falência decretada e com certeza estaria atrás das grades.

_Não seja fraca Bianca. Dizia para mim mesma

Pensei em ir em borá e esquecer todo aquele plano perverso, não estava afim de acabar com a minha vida.

Mas quando liguei o carro:

_Bianca...

Era Telma, estava na porta e toda sorridente, e sabe o que aquilo significava?

_Bianca, você tem que dar um jeito nesta vadia

No mesmo instante desliguei o carro, puxei o chave e desci.

Tinha colocado a minha melhor roupa e meu melhor sapato, exagerei na maquiagem e não deixei de usar a marca registrada dela, um batom vermelho.

_Vamos entrando querida, sinta-se em casa

_Obrigada Telma, você é uma ótima anfitriã

_Ha! Que bondade á sua

_Que nada

_Mas acredita que é a primeira amiga que trago em minha casa?

_Sério?

_Sim. Nenhuma jamais aceitou meus convites, não sei o que houve desde que sai do hospital e desisti de minha carreira de enfermeira todo mundo me esqueceu

_Mas não deve ter sido nada

_Também acho. Acredito que seja pura inveja

_Inveja?

_Mais é claro. Tenho tudo que sempre quiseram

_Tudo o que?

_Veja minha casa, meu carro, meu jardim, minha louças, minha colchas de cetim e seda, meus travesseiros de pena de ganso, meus tapetes de pele de urso, meus casacos de pele resumindo, minha vida

Naquele momento me toquei.

_Como teve dinheiro para ter tudo aquilo se estava sem nada quando pediu as contas no hospital?

Não me aquentei

_Como você comprou tudo isso?

_Não te contei?

_Não me lembro

_Então vou te contar hoje

_Mal posso esperar por esta história

_Mas antes não quer entrar e ir para a piscina?

_Piscina?

_Sim, preparei o chá em meus quiosque, achei mais chique

Realmente era muito chique, e eu que sempre quis ter uma piscina em minha casa imagine um quiosque particular

_Claro, vamos

Os móveis da sala de Telma eram completament5e perfeitos, para mim todos eram importados da Índia, pelo estado dos cortes e pelo perfume da madeira.

Na sala existia uma lareira, coisa que Daniel nunca permitiu ter em nossa casa com a desculpa de encher a casa de cinzas.

Pelo que via, a casa dela era inspirada em meus sonhos de criança. As paredes de sala eram brancas com pinturas de borboletas azuis, em cima da lareira várias fotos dela, o sofá com várias almofadas indianas, tapetes felpudos e a televisão embutida na parede.

_Nossa que linda a sua sala.

_Obrigada. Me inspirei em meus sonhos de criança

_É realmente perfeita

_Que bondade a sua

Continuando o tour pela casa passamos pela sala de jantar e mais uma vez meus sonhos estavam ali, mesa de madeira inglesa com um ilustre de cristais holandeses.

_Como podemos ter os mesmos sonhos? Pensei alto

_Disse alguma coisa querida?

_Não, nada.

Quando chegamos na piscina tive a certeza de que estava em meus próprios sonhos.

_Nossa, que lugar lindo Telma

_Gostou?

_Sim, adorei

_Que b em, porque foi Daniel quem escolheu a decoração

_Daniel?

_Exatamente

_Mas o que veio fazer aqui?

_Foi Rodrigo quem o convidou?

_Rodrigo?

_Sim, ele não te contou?

_Não que me lembre

_Oh! Então estraguei a surpresa

_Surpresa?

_Exatamente. Rodrigo é o único primo de Daniel que esta vivo, e ele veio visitar Daniel e passar alguns dias em sua casa. Mas como estava com ele quando o primo chegou não me contive e o convidei para tomar um chá, ambos vieram e Rodrigo não conseguiu esconder as veias de decorador.

_Olha, mais que novidade

_Estou muito constrangida em ter estragado a surpresa

_Não se preocupe, manterei em segredo

_Ainda bem, porque acho que Miguel não iria me perdoar

_Também acho

Aquele seria o pretexto ideal para afastar Daniel e Telma, pois era muito nervoso com pessoas que estragavam, suas surpresas e contavam seus segredos.

_Mas então, posso servir o chá?

_Claro

Meu plano acabava de ir para o ralo, estava pensando em outra coisa e isto com certeza iria afastar para sempre Telma de meu homem.

_Gosta de Erva doce?

_Claro que (..) Ela sabia que odiava erva doce, me traziam lembranças que não gostava de lembrar e por vias das duvidas sempre dizia ter alergia

_Me perdoe, esqueci de sua alergia

_Não precisa se preocupar, eu como estes bolinhos

_Não dá, mandei colocar erva neles também

_Tudo bem

Por dentro estava quase pulando no pescoço dela.

_O  que fui fazer ali?

Felizmente meu celular tocou, não era nada apenas da operadora cobrando meu plano pré-pago, mas usei este pretexto para ir embora

_Volte mais vezes linda

_Claro querida. Assim que puder estarei aqui

_Olha que vou cobrar

_Pode cobrar

Acelerei o carro e fui embora. Agora só precisava por meu plano B em ação

Amor RestritoOnde histórias criam vida. Descubra agora