Eu não conseguia falar,lutar contra eles e nem mesmo me mexer.
Eu nem ao menos conseguia esboçar a mínima expressão que fosse...
Nem mesmo dor eu sentia mais.— Você tá gostando né,sua cachorra—dizia um deles me penetrando com tamanha violência.
— Lógico que ela tá gostando—dizia o outro ajoelhado do meu lado passando o membro dele na minha boca. — Vai logo cara,eu também quero comer essa gostosa.—riu maliciosamente,o que me ser sentir nojo.
— Pode vim, já terminei com essa vadia aqui.—disse com aquele sorriso irônico no rosto que eu tanto odiava.
E o que anteriormente me perseguiu naquelas ruas desertas,escuras e assustadoras,agora estava sobre mim satisfazendo seus desejos carnais e me agredindo,me fazendo me sentir mais lixo do que eu me sentia naquele momento. Minutos depois ele já havia terminado, derramando seu líquido quente nas minhas pernas. Mesmo machucada e visivelmente desacordada,meu subconsciente trabalhava,e pensamentos me atingiram em cheio:
Onde será que minha mãe está agora? O que deve estar fazendo? Será que ela já notou que eu já deveria tá em casa há mais de 1h? Será que está preucupada?
Confesso que estou com muito medo, será que quando isso tudo acabar eu vou rever minha mãe? Sou tirada dos meus devaneios quando ainda de olhos fechados ouço um deles dizendo:— Cadê a pá que deveria estar aqui no porta malas Thiago?—disse procurando alguma coisa.
(Thiago? Então um dos meus agressores se chama Thiago?)
— Cê tá maluco mano? Por que falou meu nome?—falou furioso.
— Relaxa cara,ela tá desacordada depois do trato que damos nela—falou rindo.—Sem contar com o fato de que ela vai pra sete palmos abaixo do chão mesmo,pra quem ela iria contar?
— Hum,vamos logo com isso—falou determinado.
— PORRA THIAGO,CADÊ A DROGA DA PÁ???—falou visivelmente alterado.
— Não sei mano, não está aí?—respondeu desconcertado.
— Não. E agora,o que vamos fazer com ela?
(Thiago olhou ao redor e pensou um pouco antes de falar)
— Vamos levar ela até a cachoeira e jogar o corpo ribanceira abaixo—falou com determinação,apontando para a cachoeira a poucos km de distância.
O outro mostro que eu ainda não sábia o nome nada disse,apenas senti o meu corpo sendo erguido do chão com violência e sendo colocado sobre as costas de um deles. Ouvi passos largos e em poucos minutos um barulho de água.
Dizem que milésimos de segundos antes da nossa morte,vemos toda nossa vida sendo passada como um filme em alta velocidade bem em frente aos nossos olhos... E naquele momento nada mais importava,eu realmente desejava morrer e em meio a esse desejo eu finalmente vi: minha mãe me abraçando forte,quando eu ainda era um bebê,vou sentir muito a falta dela... Meu primeiro dente de leite caindo,minha primeira queda de bicicleta,minha primeira vez na escola,meus primeiros amigos do jardim de infância,conseguia inconscientemente até sentir o cheiro gostoso do bolo de cenoura com chocolate que minha vó fazia quando eu ia visitá-la... Vi também meu primeiro beijo com aquele carinha nada aver,minha festa de 15 anos que foi feita pela minha mãe que conseguiu deixar a festa perfeita com as suas economias,vi minha mãe chorando de felicidade quando chegou dizendo que havia passado no vestibular... Chegou a hora,sou jogada cachoeira abaixo e sei que não tem mais volta,minha vida que só estava começando,agora tinha sido tirada de mim por dois monstros que só se importavam com e as suas vontades,seus desejos. Sinto um vento forte e sinto meu corpo sendo arremessado sob as pedras enormes na beira da cachoeira. E este é meu fim,não sinto mais nada.
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Quem Sou Eu?
Teen FictionDomynick é uma patricinha mimada que acabou de entrar na faculdade dos seus sonhos e está tentando se adaptar,quando uma série de acontecimentos a rondam,a fazendo perder a memória. Em breve,ela descobrirá que nem tudo é o que parece.