Cap. 14 Ironias do destino

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Segunda,03:30.
(Nick narrando):

Era noite,estava perdida no meio de uma floresta desconhecida. Estou com muito medo.

— mamãe? Mamãe, você está aí?

— Vem com a mamãe vem...— dizia uma voz que saía de dentro de uma floresta densa.

Ali estava eu,no corpo de uma criança, procurando a minha mãe. Mesmo sem ver a figura da minha mãe eu segui aquela voz e adentrei a floresta desconhecida.  A primeira coisa que vi foi uma trilha.

— Vamos filha, não tenha medo... Mamãe vai te proteger.

Então obedeci.
Segui aquela trilha esquisita e encontrei uma cachoeira.

— Mãe?— a voz não me respondeu.

Vi um movimento acima da cachoeira.
Duas sombras,pareciam querer se livrar de alguma coisa.
Aquilo era uma pessoa ou eu estou ficando maluca? Não é possível!
Realmente se trata de uma pessoa!

— Ei, vocês! Não façam isso!— não surtiu muito efeito,eles não me escutavam. No exato momento em que eu gritei,eles jogaram aquela pessoa até então desconhecida ribanceira abaixo.

Corri. Corri como louca em direção aquela pessoa, será que estava viva?
Entrei dentro da água e tentei me aproximar a mais perto possível.
Se tratava de uma mulher.
Ela estava toda ensanguentada,será que eu a conhecia?
Afastei os seus cabelos com delicadeza para não machuca-lá.
Seu rosto,mesmo ensanguentado parecia familiar...  Gritei. Não é possível,aquela era eu? O que eu estava fazendo ali? Ou melhor: o que eu estava fazendo aqui?

Não!— gritei assustada,pulando da cama num salto.

— Nick? O que aconteceu?— minha mãe entrou receosa no meu quarto.

Não consegui falar.
Apenas me encolhi num canto do quarto e chorei.

— O que houve? Teve um pesadelo?— minha mãe aflita tentava me acalmar, porém cada toque dela,era como se estivesse me passando uma descarga elétrica,ainda estava anestesiada.

Passei longos minutos sentada no mesmo lugar. Minha cabeça estava a mil. O que aquilo significava?

— Mãe...

— Sim?

— Me deixa sozinha.— ela hesitou por um instante,me olhou uma última vez e saiu.

                                ***
Segunda,09:00.
(Thiago narrando):

  Acordei a mais de meia hora e meus pensamentos não me deixam em paz. O que está acontecendo comigo? Não sei dizer ao certo. 

Não paro de pensar naquela garota.
Seu jeito divertido,seu sorriso constante,seus fios castanhos voando por conta da maresia... Eu já tive ela em meus braços uma vez (mesmo que tenha sido à força), já deveria tê-la esquecido,é assim que as coisas funcionam comigo. Ou funcionavam, até ela aparecer.

Droga! Sai da minha cabeça Nick!

Levanto á contragosto,tomo um banho demorado pra tentar colocar as idéias no lugar e visto uma roupa qualquer.

Hora do próximo passo: se aproximar da vítima. Será mesmo que era vítima? Dane-se. Não me importo.

                                ***

Segunda,14:30.
(Ethan narrando):

Neste exato momento,estou deitado no sofá da sala lendo um livro,
"A menina que roubava livros",um dos meus preferidos. Nick ainda não deu sinal de vida hoje,nem ao menos atendeu aos meus telefonemas, será que algo aconteceu?

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