cap.5 O que tá havendo com você cara?

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(Pietro narrando):

Foi tudo muito rápido,em poucos instantes só havíamos ouvido o grito irritante da Luana,e de começo achei que fosse apenas pra chamar a atenção do Ethan já que ele tava na maior pegação com a Marina e secretamente eu sei que ela é louca por ele também. Mais não.  Era mais sério do que todos nós imaginávamos,e lá estava a garota, completamente ensanguentada,machucada,seminua... Pensei que ela estava morta e que meu pecado seja perdoado mais a primeira coisa que eu pensei foi: "puts que desperdício,como ela é linda".  Já Ethan foi bem mais rápido que eu e conseguiu raciocinar direito, já que pegou ela nos braços,levou-a pra grama e prestou todos os socorros possíveis. O que podíamos fazer? Tentei ligar pro pronto socorro,mais foi em vão, não havia área lá naquela localidade. Foi quando ouvi Ethan dizer:

— Não vai dar tempo Pietro. Vamos.—ele disse sério,não dando a minima pras garotas ou pro Caio que iriam ter que voltar de táxi. O fato é que:

1-ali não havia área pra pedir um táxi.

2-a cidade vizinha ficava a uns 30km de distância

E 3-eles,assim como nós, já  estávamos completamente exaustos. 

Mais poxa era uma vida,UMA VIDA! Não contestei,apenas obedeci.

Em alguns minutos,Ethan e eu já nos encontrávamos no hospital com a garota,que foi levada às pressas.
Conversamos com o médico e pouco tempo depois fomos acompanhados a delegacia para prestar depoimento. Jamais eu imaginaria que num dia comum,num passeio mais comum ainda,iríamos encontrar uma possível vítima de homicídio,estávamos no momento certo e na hora certa.  Salvamos uma vida,parece que a ficha ainda não caiu.

— Descreva o que aconteceu senhor.— O Ethan já havia terminado o depoimento dele e eu fui despertada dos meus devaneios com o delegado Fonseca indicando que estava na minha vez de falar.

— Não há muito o que dizer senhor.  Fomos numa trilha que levava em direção aquela cachoeira e uma amiga nossa que tinha ido conosco achou a garota jogada,coberta de sangue.—respondi sinceramente.

— Então o sangue ainda estava fresco?

— Sim senhor.

— Você tem mais alguma informação que possa ajudar a polícia?

— Na verdade tenho... Eu posso estar errado,mais pela proporção dos machucados dela,ela parecia ter sido jogada do alto senhor.—parei pra pensar um segundo— Ribanceira abaixo. 

Ele apenas me fitou antes de falar:

— Certo. Está liberado.—ele apertou minha mão— A polícia agradece sua ajuda.

Saí e o Ethan estava a minha espera.

— Vamos?—foi a primeira coisa que ele disse assim que me viu.

— Pra casa? Vamos,estou exausto.—ele balançou a cabeça negativamente— Pra onde então cara?—eu realmente não fazia idéia.

— Pro hospital.

— Pra quê cara? Já fizemos a nossa parte, salvamos a vida dela,porque raios de motivo você quer voltar pra lá?—falei confuso.

— Preciso saber como ela está...—seus olhos estavam cheios de lágrimas,fui em sua direção,olhei fundo em seus olhos e perguntei:

O que tá havendo com você cara?—o abracei.

— Não sei,eu só... Só sinto como se ela estivesse precisando de mim...—ele respondeu chorando. Em 5 anos,eu nunca havia visto o Ethan chorar. — Eu preciso ir vê-la,mais vou entender se você não quiser ir comigo.—ele disse se afastando e enxugando os olhos,acho que até ele estava meio assustado com essa sua reação.

— Não vou te abandonar cara,vamos.—ele sorriu de lado.

— Obrigada.

— Tá bom,agora vamos parar com essa viadagem e vamos logo.—eu disse arrancando uma gargalhada dele,esse sim era o Ethan que eu conhecia.

Chegamos e fomos informados que a garota até então desconhecida precisava de doação de sangue O negativo.  Pasmei quando ouvi o Ethan falando com a enfermeira:

— Eu tenho esse tipo sanguíneo. Eu vou doar.—disse decidido.

Deu tudo certo.

1h e meia depois ainda estávamos lá,o Ethan se negava a ir embora sem notícias concretas da garota,a única coisa que sabíamos era que ela teve que fazer uma cirurgia por conta de uma hemorragia interna. Continuamos naquele corredor quando vimos o delegado Fonseca chegar com uma senhora e pedir informações na recepção e sair em seguida com ela pro segundo andar. Continuamos esperando,quando minutos (que pareceu horas) depois ouvimos uma voz até então desconhecida atrás de nós.

— Com licença?—era a mesma senhora acompanhada do delegado Fonseca.

— Pois não?—falei.

— Vocês são os rapazes que salvaram a vida da minha Nick? Os mesmos que doaram sangue pra ela também,salvando a vida dela duas vezes?

O Ethan mais uma vez foi mais rápido que eu e respondeu:

— Sim.—ela deu um sorriso bondoso e nos abraçou chorando.

— Obrigado,muito obrigado por salvarem minha menina...— ela disse soluçando—Serei eternamente grata por isso.

— Bom... Na verdade o Ethan prestou o socorro e doou o sangue,a minha ajuda foi acompanhar e acalmar ele, só.—falei sincero.

— Isso é o que você pensa rapaz.—dessa vez foi o delegado Fonseca que se pronunciou.— A Domynick só foi identificada graças a sua ajuda e teoria de que ela teria sido jogada ribanceira abaixo, você estava certo.

— E como ela tá?o Ethan perguntou.

— Quebrou algumas costelas,um braço,teve um ferimento interno e teve que passar por um procedimento cirúrgico,fora os ferimentos...—o delegado respondeu visivelmente preocupado.

— Já sabem o que aconteceu com ela?—perguntei.

— Estamos investigando.—assenti.

—Deveria descansar meu rapaz,você acabou de fazer uma doação.—ele disse pra Ethan.

— Acho que tem razão.—ele respondeu visivelmente cansado.

Estávamos indo embora quando Ethan deu meia volta e pegou nas mãos da senhora.

— Como é mesmo o seu nome?

— Pode me chamar de Diana.—ela disse com os olhos repletos de gratidão.

— Será que eu posso vim visitá-la?—pediu com os olhos brilhando.

— Claro que sim meu rapaz,te devo a vida da minha filha.—ela disse com os olhos cheios de lágrimas mais uma vez.

E pela segunda vez na vida,eu vi o meu melhor melhor amigo chorar.

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