Chapter Nineteen

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Dalila Narrando.

Eu já morri uma vez. Apesar de dolorosa, a morte é tranquila, silenciosa, bem mais facil do que a vida.
Eu poderia ter ficado lá, poderia simplesmente ter fechado os olhos e me deixado flutuar, deixado todo o medo de lado, seria facil, mas alguma coisa ainda me mantinha presa a realidade, me fazia agarrar aquele ultimo resquicico de vitalidade com todas as minhas forças. A principio eu não lembrava do porque deveria deveria resistir, sabia que existia um motivo importante, mas por mais que tentasse não me lembrava. Então pude ouvir uma voz doce em meu ouvido, sedosa e agradavel, porém tão triste e ferida, o som era de partir o coração. Senti algo me envolver, enquanto a voz me implorava pra ficar, enquanto me pedia desculpas.

Eu não podia decepcioná-lo, ele precisava de mim, eu não podia deixá-lo, não ainda, não depois de tudo que lutamos pra chegar até ali. Minhas costas queimavam e enquanto eu lutava pra recuperar a consciencia a dor que parecia adormeecida foi ficando mais intensa, mais real. Eu quis gritar, mas não conseguia mover os lábios, só poda ficar lá parada e esperar. Eu conseguia sentir algo diferente dentro de mim, aos poucoss, conforme os segundos passavam uma sensação diferente ia sobrepujando a dor, uma sensação de poder, uma energia que se espalhava por todo o meu corpo e me fazia sentir viva de novo.
A escuridão a minha frente, que me cegava, aos poucos foi desaparecendo, foi clareando como um sol a nescer depois de uma noite de terror, era clara e bonita, reluzente, tranqulizadora. A luz ia levando consigo toda a dor e me tornando mais forte, meu coração batia mais rapido, tive um vislumbre apesar da confusão do rosto mais lindo do mundo e ele estava tão machucado, tão fragil. Senti que a energia dentro de mim ia se expandindo junto com minha força de vontade até se tornar tão forte como uma explosão. Sim, uma explosão, jogando tudo em volta pra longe até que eu estava viva de novo, mas era alguém completamente diferente, alguém melhor... Alguém mais poderosa capaz de qualquer coisa.

Quando a luz se dissipou eu olhei em volta. Havia corpos ao meu redor, o chão estava manchado de sangue e o cheiro era esquisito, como se eu estivesse parada no meio de uma cova. Vi Rebeca caida no chão atordoada, fazendo força pra se colocar de pé, igualmente Marcus, que se escorava na mesa em busca de apoio. Meus olhos logo encontraram o que eu procurava então. Dominic também estava ali, caido no chão desacordado, todo machucado e banhado em sangue, ele parecia ter chorado, parecia ter chorado sangue. E então visualizei o culpado por toda aquela bagunça, também fazendo força pra se pôr de pé... Crowley.

__Você__ fiquei surpresa ao ver como minha voz parecia carregada de ódio e repulsa__ você fez isso.

__Fiquei calma criança__ ele sorriu amargamente__ que tal conversarmos sobre isso?

__Você vai pagar por isso__ avisei.

__Mate-o Dalila, agora__ Rebeca ordenou.

Eu não sabia bem como fazer aquilo, mas não precisei de muito esforço. Só deixei que o ódio tomasse conta do meu coração por um momento, imaginei ele morto aos meus pés e fixei meus olhos em seu rosto. Antes que ele pudesse pensar em fazer qualquer coisa estava se contorcendo no chão em agonia, parecia estar curto circuito, uma luz estranha brilhando de dentro pra fora do seu corpo enquanto ele gritava mas era em vão. Ele não voltaria mais pra me atormentar, ele nunca mais ameaçaria a vida de ninguém.

Alguns segundos depois ele parou de se mexer, ficou imovel no chão com os olhos abertos e sem vida encarando o vazio e eu soube. Tinha acabado, ele estava morto. Olhei em volta procurando por outra ameça, mas não restara ninguém, Marcus tinha sumido e não havia sinais de Amélia nem Megan. Me deixei relaxar, espantando todos os sentimentso ruins que tomaram conta de mim e tombei meu corpo no chão, ficando de joelhos e respirando fundo.

__Dalila, você esta bem?__ ouvi Rebeca perguntar.

Me virei pra olhá-la e vi ela abaixada no chão ao lado do corpo de Dominic.

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