Chapter 9

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Uma semana se passou depois do ocorrido na escola. Jade ainda estava arrasada e por muitas vezes optou por ficar na cama. Eu e Lucy fazíamos de tudo para deixa-lá melhor, mas sua tristeza não era pra menos.
Katya não ousou mais em chegar perto dela e sempre corria dos lugares em que estávamos presente, era engraçado de se ver.
Durante todos os dias, pratiquei telekinesis, já conseguia mover vários objetos de determinados tamanhos.

Ouço o sinal do intervalo tocar, saio da sala e caminho até o refeitório. Já conhecia algumas pessoas, mas nenhuma amizade nova. Pego algo pra comer e me sento na mesa junto a Lucy, Cameron e Jade, que por incrível que pareça, se animou pra vir a escola.

-Eu não aguento mais estudar!- Jade jogou os braços sobre a mesa e apoiou a cabeça, ri anasalado.
-Se fosse só você- Lucy sorriu.

Olhei pra mesa da frente e consegui observar Austin ali, me encarando. Todos os dias, ele sentava com seus amigos na mesa da frente e ficava me olhando. Isso de uma certa forma me incomodava, principalmente porque eu não sabia o motivo. Desde o dia que ele me entregou a pulseira, não nos falamos mais.

O sinal toca novamente e então me levanto acompanhada das meninas e do Cameron. Vou até a lixeira e jogo a embalagem do meu suco. Sinto uma mão tocar meu ombro e junto a ela uma energia diferente percorrer meu corpo.
-Oi, Becky!- Austin sorriu.
-Oi!- sorri amarelo e fui caminhando até o corredor.
-Eu queria te perguntar uma coisa, na verdade tá mais pra pedir um favor. Mas fiquei receoso de não aceitar... -disse gesticulando com as mãos enquanto me seguia.
-Não enrola -o olhei enquanto ainda andava.
-Temos aula de matemática juntos e eu percebi que você tem muita facilidade com números e gabarita todos os testes. Como eu estou quase reprovando nessa matéria, pensei que poderia me dar algumas aulas particulares e eu lhe pagaria, é claro. O que acha?
Paro de andar e então o encaro de braços cruzados. Dinheiro era sempre bem vindo, mas por que não contratava uma professora? Bom, não iria questionar.
-Ah, tudo bem. Quando quer começar? -sorri de lado tentando parecer amigável.
-Pode ser hoje, às três, na minha casa?
-Hum, okay. Me mande seu endereço por mensagem.
Passei meu número pra ele e me despedi, logo entrando para mais uma aula de língua portuguesa.

Eram exatamente 1:00 da tarde, teria muito tempo até as aulas de Austin. Tudo o que eu fazia nos meus momentos livres era praticar meus poderes. Cordelia havia dito que amanhã me ensinaria outro tipo de controle e eu estava ansiosa por isso. Digamos que eu teria me adaptado a essa vida, não desejaria coisa melhor, me sentia bem em ser diferente.
Já conseguia mover diversos objetos, até como meu guarda-roupa. Perdi as contas de quantas vezes mudei meu quarto por inteiro, era divertido.
Peguei um livro grande na biblioteca da nossa "casa" sobre magia. Nunca gostei de ler livros extensos, mas saber mais sobre a história das minhas antepassadas me prendia a atenção.

Flórida, 3:00 PM

Estava em frente ao endereço que Austin havia me mandado, uma das minhas qualidades é ser pontual. Toco a campainha e não demora muito pra porta ser aberta, o revelando de bermuda e camiseta. Sorri de lado e entrei assim que o mesmo me deu passagem.

-Por onde quer começar? -perguntei ao adentrar sua casa, que na verdade era uma mansão.
-Pela matéria da semana passada -ele foi até a sala de jantar e se sentou. Me sentei ao seu lado e tirei os matérias da minha mochila.

Depois de uma hora e meia estudando, Austin estava tendo uma melhora significativa. Confesso que era difícil me concentrar com aquele perfume exalando pelo cômodo inteiro, mas me mantive forte.

-Vamos fazer uma pausa pra comer alguma coisa, o que acha? -o moreno disse fechando o caderno e eu concordei, estava com fome- Tem uma pizza na geladeira, vou por pra assar.

Ele vai até a cozinha e então vou junto, era estranho ficar sozinha em uma casa que não conhecia. Vejo uma foto no topo do armário da cozinha e fico me perguntando "quem deixa fotos na cozinha???"

-Quem são? -digo apontando pra foto.
-Eu, meu pai e minha mãe -diz enquanto tira o plástico da pizza.
-Por que na cozinha? -ri anasalado fazendo referência ao local.
-Porque meu pai era chefe de cozinha, passava o maior tempo em uma -ele sorriu de lado e então me sentei na cadeira da bancada.
-Você tem os olhos dele -sorri.
-Realmente, somos parecidos.
Austin abre o forno e tenta o ligar, mas consigo observar de longe que o fio está fora da tomada. Demorou um tempo até o mesmo se tocar, gargalhei.
-Você é sempre distraído desse jeito?
-Só quando estou na frente de meninas bonitas - ele riu.
-Katya não deve gostar nada disso.
-Se gosta, não sei. Só sei que não estamos mais juntos a umas duas semanas -o vi dar de ombros.
-Caiu na real e percebeu a garota com quem estava namorando?
-Katya não é um monstro como pensam, só é superficial demais.
-Ainda a acho ridícula -cantarolei e vi o mesmo rir.
-Vou fazer um suco, gosta de laranja?
-Gosto sim.

Austin pega uma faca grande e começa a cortar as laranjas no meio, que logo em seguida iam pro espremedor. Ele deixa a faca de lado e vejo a mesma deslizar pelo balcão, iria cair no chão e o alvo seria o seu pé. Rapidamente mentalizo a faca voltando para o balcão e a mesma flutua pelo ar.
-O que é isso? -Mahone praticamente grita enquanto olhava a cena de olhos arregalados.
Saio correndo, pego minha bolsa e vou embora o mais rápido possível.

Merda, o que eu fiz?

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