O primeiro crush

870 61 59
                                    



      Tudo começou no sétimo ano, mas precisamente, no primeiro dia de aula. Eu estava animada, pois iria rever minhas amigas e toda a turma.
Ao entrar no colégio, fui caminhando em direção as salas do sétimo ano, para saber em qual eu passaria o resto do ano. Por sorte, eu fiquei com a mesma turma de antes, com exceção de alguns rostos novos e ele se encontrava no meio.
     Mas para mim, naquele momento, ele era no mínimo insignificante, pois minha preocupação era saber o que tinha acontecido nas férias das minhas amigas e colocar as fofocas em dia.
      Se passaram alguns meses desse jeito, eu não tinha nenhum tipo de contato com você, apesar de sermos da mesma sala e sentarmos perto um do outro.
      Mas, em um dia qualquer, tudo mudou e eu me lembro desse dia perfeitamente.
      Eu estava sentada na fileira do meio, na penúltima cadeira da fila, copiando uma anotação que o professor fazia no quadro, mas como não estava enxergando bem, pois tinha esquecido os meus óculos, pedi para uma amiga minha trocar de lugar comigo, já que, ela se sentava na segunda cadeira da fila.
      Assim que troquei de lugar, voltei a copiar, mas mesmo assim, continuava não conseguindo enxergar algumas palavras, sempre focava perguntando ao garoto que sentava a minha frente e ele me respondeu algumas vezes.
      Até que, ele se cansou de me ajudar e me questionou:
- Você não tem óculos?
- Tenho. - Respondi dando de ombros.
- E porque não está usando? - Perguntou novamente.
- Porque eu esqueci eles em casa. - Revirei os olhos, como se isso fosse uma coisa óbvia.
- Quem tem um óculos, mas esquece ele em casa? - Ele se meteu na conversa.
      Foi nesse dia que eu notei ele, no dia em que ele começou a me zoar por causa dos meus óculos, eu já estava começando a ficar irritada com tudo que ele estava falando. Mas quando mais eu me irritava, mais ele insistia com a brincadeira e desde esse dia, eu comecei a notar aquele garoto que era no mínimo insignificante.
      Se passou mais algum tempo desse modo, ele me irritava, mas ao mesmo tempo me fazia rir contando piadas sem graças e tudo isso piorou quando ele escutou minha risada terrível.
      Minha risada era horrível, mas parece que ele gostava de escutá-la e se divertia com isso. Eu passo garantir que, já estava gostando dele, mas não queria aceitar, não queria admitir para mim mesma e nem para ninguém.
      Era difícil para mim naquela época, pois ele era a o primeiro garoto que eu gostei e eu não queira isso.
      Por esse motivo, eu tentava "jogar" uma amiga minha para ele, por esse motivo, eu fiz de tudo para ela te notar. Eu queria isso, pois eu precisava negar que o que eu sentia, precisava que outra pessoa assumisse os meus sentimentos.
      Tudo isso, era o que eu mais queria, até ela realmente gostar dele e então a minha ficha caiu. No momento que ela me falou que gostava de você, eu percebi que eu também gostava e isso acabou comigo.

     Apesar de, ter gostado dele algum tempo antes, eu não poderia continuar com esses sentimentos idiotas, pois apesar dos meu sentimento ser, relativamente, um pouco maior do que eu gostaria, o da minha amiga era muito maior e eu nunca trairia a confiança que ela depositava em mim. Se isso significava ficar sem ele, eu poderia aguentar e sem reclamar.
      Mas, como nada na minha vida é fácil, depois que minha amiga me contou sobre os sentimentos dela por você, eu tentava me afastar só tentava, porque ele não permitia que eu me afastasse e tornava tudo ainda mais doloroso.
      Eu não estava doida, ele realmente não me deixava ir e minha melhor amiga estava de prova. Ela também via que, você me dava "sinais" que gostava de mim e, mesmo que por fora eu estivesse brigando com ele e xingando, por dentro, eu estava feliz e gostava disso.
      Todo dia, uma luta interna acontecia comigo, pois eu tinha que escolher entre a razão ou o coração, entre me afastar ou deixar ele se aproximar e eu sempre ficava dividida entre essas duas opções.
      Mas, uma coisa aconteceu, depois de uns meses. Você começou a gostar de outra garota e isso era o assunto mais comentado da sala. Eu não sabia como descrever o que estava sentindo, pois era uma mistura de alívio, tristeza e vários outros turbilhões de sentimentos confusos.
      E tudo isso continuou até o final do ano.
      Já, no oitavo ano, ele continuava a à me dar "sinais" e, eu ainda gostava dele, por mais que não quisesse, eu gostava e isso não era nem um pouco bom.
      Mas, quando eu estava começando a "amolecer" com os gestos, ele apareceu com uma namorada e, mais uma vez, ele conseguiu acabar comigo.
      O namoro dele durou até, o nono ano, que era o último ano do colégio, mas mesmo namorando, ele ainda me mandava "sinais" e todos da sala percebiam isso.
      Eu te achei um grande filho da mãe e naquele momento, e eu estava decidida a me afastar de vez. Eu estava decidida a acabar com os sentimentos de que eu ainda supria por ele.
      Eu tentei mais uma vez, mas novamente, não deu certo e então, eu resolvi agir de modo indiferente com ele.
      Finalmente, consegui me afastar dele, mas ainda gostava dele e isso doía por dentro.
      O último ano, se passou assim, eu afastada dele e sofrendo por isso.
Quando o meu último ano naquele colégio chegou ao fim, junto com o final do ano letivo, os meus sentimentos por ele, também chegaram ao fim.














Notas da autora: esse é o meu primeiro livro de contos, eu espero muito que vocês gostem e se identifiquem com as histórias. Eu ainda não sei qual será o dia de postagem, pois depende do dia que a inspiração chegar kkkkkkkkkkkk. Beijos de Nutella e até o próximo capítulo 😘.

Desabafos de uma adolescenteOnde histórias criam vida. Descubra agora