Eu me lembro muito bem, da primeir vez em que eu menstruei.
Estava no sexto ano, mas precisamente, nas férias do meio do ano. Eu estava em casa, com meus pais e minha irmã, estávamos todos assistindo algum programa besta que passava aos finais de semana. Todos estavam sentados, com exceção de mim, que estava deitada, então quando eu me levantei, tinha uma mancha vermelha na cama e logo minha mãe questionou.
— O que é isso?
— Eu acho que é sangue. — Falou minha irmã.
Enquanto elas falavam essas coisas, eu caminhava em direção ao banheiro e quando chego lá, escuto minha mãe falar:
— Olhe sua calcinha.
— Porque? — Perguntei confusa.
— Só olhe, que eu quero saber uma coisa. — Falou do lado de fora do banheiro.
Ainda confusa, tirei a calcinha, olhando para ela em seguida e eu só conseguia ver sangue.
Eu fiquei tão nervosa naquela hora, que não lembrava que isso era normal e acontecia com todas as garotas, então, comecei a chorar alto e desesperadamente.
Como não tinha trancado a porta, minha mãe entrou e ficou tentando me acalmar durante um bom tempo.
Logo em seguida, ela foi procurar um absorvente para mim, mas não tinha nenhum e como já estava tarde, não tinha onde comprar.
De desesperada, passei para irritada, pois a última coisa que eu queria, era domir toda melada de sangue.
Então, minha mãe teve uma "idéia brilhante", que se resumia em: pegar uma blusa velha e limpa, cortar um pedaço e usar até no outro dia de manhã.
Eu quase não coloquei isso, quase, pois eu estava desesperada e não queria sair melecando tudo. Então, com muita relutância, da minha parte, eu usei o absorvente improvisado.
Depois desse dia, eu nunca mais deixei faltar absorvente na minha casa.
Sem contar, na volta as aulas, era a segunda vez que, eu estava menstruando e, sem querer, acabei comprando só protetores, que são minúsculos.
O resultado já é previsível, eu sujei a minha calça inteira, sujei até a cadeira, na qual, eu estava sentada e para melhor tudo (ironia, minha bff), as calças da farda, eram azuis e de tecido.
Ou seja, daria para ver até a mínima mancha possível, quanto mais a parte de trás inteira suja. Sorte que, como eu fui a última a sair, ninguém viu e quando sai, a minha bolsa cobria a enorme mancha na minha calça.
Ah, não posso esquecer de, quando eu estava no sétimo ano. O último horário, era aula de informática, então era em outra sala, que tinha cadeiras de couro preta.
Então, quase no fim da aula, eu senti uma coisa molhada na minha coxa e bunda. Eu já sabia o que era, mas resolvi continuar sentada e ser a última a sair da sala.
O sinal tocou, então eu coloquei a mochila lá em baixo, cobrindo toda a mancha e fui para casa.
Quando cheguei em casa, tirei a calça e vi um enorme borrão vermelho, que ia da bunda, até a metade da coxa e quase chorei quando vi isso.
Quase chorei por causa da minha outra amiguinha, a queridissima TPM.
Mas o pior, não é a TPM e sim a cólica. Essa filha de uma mãe, essa desgraça.
Às vezes, as dores são tão fortes que, naquele momento, eu gostaria de estar na menopausa ou ser um menino, mas quando a cólica passa, essa vontade passa junto.
Eu posso garantir que, a melhor coisa de estar "nesses dias", é comer muitos chocolates e passar o dia inteiro assistindo séries.
As vergonhas que eu já passei por causa do "mar vermelho", são muito bem compensadas, quando eu como uma barra inteira de chocolate.Notas da autora: aqui está mais um capítulo para vocês, espero que tenham gostado. Beijos de Nutella e até o próximo capítulo 😘.
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Desabafos de uma adolescente
Short StoryDesabafos sobre os típicos problemas da adolescência, sobre crushs, amizade, escola, família e vários outros. Capa feita por: @Little-Cheshire