A Roda da Fortuna

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O dia passou rápido com as aulas das altas. A noite logo chegou e com ela todas as lunares ficaram ansiosas. A roda da fortuna era o modo como elas seriam vistas dali para frente. Aubrey não pensou em mais nada, somente na chance de ter um cargo excelente. Ela e Meg estavam no quarto quando ouviram o sino da grande torre anunciar a grande noite.
- Boa sorte. – Aubrey abraçou Meg enquanto elas andavam pelos corredores com as outras lunares em direção a arena.
- Não vou nem desejar a você. – Meg abraçou de volta e riu do próprio comentário. – Com certeza você pega vaga de assistente de alta.
- Você também vai pegar um ótimo cargo.
Meg apenas assentiu fraco com a cabeça e continuou a andar com a amiga. Finalmente chegaram à grande arena. Aubrey se assustou com o tamanho. Era uma enorme construção em formato de cúpula onde haviam arquibancadas onde se sentavam todas as lunares. O teto não existia, mostrando as estrelas. A lua não estava a vista, mas a força dela ainda permanecia pela noite. Metade do local ficou vago devido ao grande tamanho. No centro, uma grande arena com areia branca. Kelene estava no centro da arena, enquanto Garva e Elinor em um camarote de honra. Depois de um bom tempo, todas se sentaram na arquibancada. Kelene abriu os braços e sorriu para todas as lunares.
- Bem-vindas a mais uma roda da fortuna!
Todas aplaudiram. Aubrey aplaudiu também. Todas pareciam animadas e confiantes. Somente Meg parecia um pouco para baixo. Aubrey cutucou ela e sorriu. Isso fez a amiga sorrir também.
- Hoje é o primeiro dia em que usarão seus poderes na luz da noite. – Kelene parecia ter feito a voz ficar mais alta. Com magia. – Como todas sabem, nós lunares nos tornamos fortes a noite. Para a roda da fortuna vocês devem ficar mais poderosas do que nunca. Chamarei as lunares baixar pelo nome e ela terá que vir duelar comigo.
Um protesto começou por toda a arena. Duelar com uma alta era impossível. Todas elas perderiam.
- Acalmem-se. – Kelene disse mais alto. – Não irei usar a força de uma alta. Se vocês estudaram conseguirão se defender. Comecemos com Liraan Moon.
Uma baixa se levantou. Estava a poucos metros de Aubrey. Ela demorou chegar na frente de Kelene. Parecia extremamente com medo.
- Pronta? – Kelene se afastou a capa vermelha. Ficando com as roupas de treinamento das lunares, só que vermelhas e não brancas. A lunar assentiu. Kelene atacou. Foi um simples movimento com a mão e uma rajada azul voou em direção a lunar. Assustada, ela levantou os braços e um escudo branco a envolveu. O feitiço de Kelene ricocheteou para cima e a lunar permaneceu intacta.
- Muito bem! – Kelene bateu palmas. Logo toda a arena bateu palmas junto. – A lua lhe protege...
- ...e eu a amo por isso. – A lunar baixa completou o mantra das lunares.
Elinor se levantou do camarote junto de Garva. Ela levantou as mãos para o céu negro da noite e se virou para a lunar baixa.
- Guardiã do jardim da noite. – Elinor disse, puxando uma alta salva de palmas. A lunar baixa sorriu de felicidade. O jardim da noite era lindo e só precisava ser cuidado uma vez ao dia. Era o cargo dos sonhos. Ela voltou para a arquibancada e Kelene continou chamando nomes.
Cargos bons e outros nem tanto foi saindo conforme a habilidade de cada uma no combate. Cuidadora de animais. Lavadora de pratos. Cozinheira. Esses eram os empregos indesejáveis. Muitas lunares foram escolhidas para cargos altos. Duas já se tornaram assistentes de altas.
- Meg Moon. – Kelene disse. Meg se levantou. Tremia dos pés à cabeça. Desceu bem lentamente até ficar de frente a Kelene. Aubrey tinha medo por ela. Meg tinha muita dificuldade em feitiços complexos. – Está pronta? – Meg assentiu nervosa. – Muito bem. Me ataque com todo seu poder.
Meg respirou fundo. Depois elevou as duas mãos e as lançou para frente. Nada. Nem uma única faísca. Algumas lunares riram. Kelene as olhou, severa.
- Deve ser porque está nervosa, Meg. – Kelene disse. – Tente de novo. Ataque!
Meg lançou as mãos para ela de novo. Uma luz fraca azul saiu de seus dedos. Mas nada além disso. O riso da plateia foi alto. Meg ficou quase roxa com a vergonha. Kelene fez um sinal de pare e todas pararam de rir. Aubrey só queria abraçar a amiga. Elinor se levantou.
- Cozinheira. – Ela disse e depois se sentou novamente. Meg voltou para o seu lugar ao lado de Aubrey. A amiga a abraçou.
- Está tudo bem. – Aubrey sussurrou no ouvido dela. – Tudo bem.
- E por último, Aubrey Moon. – Kelene sorriu. Aubrey soltou-se de Meg e seguiu seu caminho. Quando ficou frente a frente com Kelene, assentiu com a cabeça.
- Ataque! – Kelene disse. Aubrey lançou uma rajada azul com a mão direita. Kelene a desviou, mas fez uma careta. – Nossa! Bem forte esse, Aubrey. Consegue fazer melhor?
Aubrey lançou com as duas mãos. Kelene desviou mas quase caiu de lado. As mãos dela formigavam. Sentia uma sensação nunca sentida antes. Levantou as duas mãos e mirou em Kelene. O espanto foi geral quando das mãos de Aubrey, chamas azuis correram em direção a Kelene. Garva deu um salto e pulou na frente das chamas, antes delas atingirem Kelene e as duas fizeram uma parede de proteção. O fogo não as atingiu, mas quebrou o campo de força. Aubrey desceu as mãos, que saíam fumaça. Kelene, Garva e todas as outras pareciam chocadas com ela. Elinor saiu do camarote e foi para o meio da arena.
- Aubrey! – Ela disse, com uma expressão de espanto no rosto. – Fogo azul não pode ser bloqueado por somente uma lunar. Se Garva não tivesse ajudado Kelene...ela estaria morta.
- Eu não...
- Altas tem dificuldade com esse tipo de magia. – Kelene se aproximou. Tinha a calça rasgada de lado. – Como conseguiu fazer isso?
- Eu não sei...eu só...
- Não precisa se explicar. – Garva se virou para as lunares altas. – Ela será assistente de alta. Minha assistente.
O silencio reinou por toda a arena.

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