Transformação

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Aubrey nunca se sentiu tão bem quanto antes. Parecia energizada. A magia da lua era algo calmo e sereno. O sol era como água fervente. As portas da arena estava fechadas quando Aubrey se aproximou. Com certeza, a luz do dia estaria entrando com tudo, pois a arena não tinha telhado. Ela levantou a mão para arrombar a porta.
- Espera! - Ela se virou para de onde veio a voz masculina. Ryan veio correndo. Usava um tipo de armadura dourada, com o cabelo preso em um coque no alto da cabeça. - Você não pode... o que houve com seu cabelo?
- É uma longa história que eu não quero perder tempo contando para você. - Ela disse, ríspida. - Só me ajude a salvar as reféns.
- Você é uma lunar, Aubrey! - Ryan disse. - Se entrar em contato com o sol você enfraquece. Por isso Elinor está mantendo as reféns aqui. Deixe-me ir. Solares são poderosos de dia.
- Eu tenho meus meios. - Aubrey respirou fundo. - Salve as reféns que eu irei dar um jeito em Elinor. Apesar de te achar um completo idiota, teremos que trabalhar juntos.
Ryan hesitou um pouco. Acabou concordando com a cabeça depois de um tempo.
- Vou abrir... - Ele ia dizendo.
- Não precisa. - Aubrey lançou uma rajada amarela, que cerrou a porta ao meio. Ryan não disfarçou uma expressão de choque. 
A luz do sol os envolveu. A arena estava vazia, exceto por três pessoas no centro, deitadas na areia. Uma Aubrey não conhecia, tinha cabelos pretos e parecia muito fraca. As outras duas, Aubrey conhecia muito bem. Garva e Meg.
- Meg! - Aubrey começou a correr até o meio da arena, até que foi atingida em cheio por uma barreira. Suas costas arderam quando as bateu no chão.
Ryan se aproximou e a ajudou a levantar.
- Aubrey Moon! - Elinor estava no camarote de honra, protegida pela sombra que ele fazia. O cristal brilhava nas suas mãos. Em seu rosto estava expresso o horror. - Como...
- Surpresa? - Aubrey disse, já de pé, recuperada do acidente. - Solte-as agora Elinor!
- O sol não te afeta. - Ryan sussurrou, encarando Aubrey. - É impossível.
Elinor não disse mais nada. Ainda continha a expressão de surpresa e choque no rosto.
- Me enfrente, Elinor! - Aubrey tentou se aproximar, mas a barreira não deixava. - Esta com medo de uma baixa?
O sol estava forte acima da arena. Quanto mais ele penetrava em sua pele, mas se sentia forte. Elinor se afastou e abriu uma cortina, revelando uma porta ali no camarote.
- Ela vai fugir! - Aubrey gritou. - Salve as reféns.
Aubrey flutuou novamente para cima. Voar era tão fácil na luz do dia. Parecia que os ventos a carregavam.
- E quanto a barreira? - Ryan estava tentando quebrar a proteção, mas sem sucesso.
Aubrey se lembrou da noite da roda da fortuna. Como fez o fogo azul. Conseguiria fazer novamente. Ainda no ar e com as mãos para a barreira, ela lançou.
O fogo era vermelho e quente. Ryan, ao seu lado, começou a lançar a mesma magia.
- Esta quebrando! - Ryan disse e logo depois um barulho de quebrar foi ouvido. - Vá atrás dela!
Aubrey assentiu e voou para o camarote. A cortina pegou fogo e ela entrou com tudo na porta. Era um corredor estreito. Ela começou a andar. Era um caminho reto. Correndo, ela conseguiu ouvir passos mais a frente.
- Venha Aubrey Moon... - A voz de Elinor ecoou nos corredores. - Anormal.
Aubrey continuou correndo.
- Me enfrente, Elinor! - Aubrey gritou. - Não se esconda em paredes ocas.
Estava escuro e Aubrey se guiava com o barulho da voz recente. Um soco acerto em cheio o rosto de Aubrey na escuridão. Elinor estava ali.
Com uma raiva evidente, Aubrey abriu a palma da mão e uma chama vermelha tremulou entre seus dedos. Ao seu lado, estava uma porta aberta. As pegadas na poeira estavam indicando para la. Elinor estava ali. Aubrey entrou.

***

A chama nos dedos de Aubrey iluminaram o suficiente para saber que onde ela estava era enorme. Um grande salão redondo. Com um estrondo, uma vela de chama branca se acendeu. Logo depois outra, outra e outra. O salão todo foi iluminado pelas velas brancas nas paredes. Não era Aubrey que estava fazendo isso. Com o salão claro, foi fácil ver.
Elinor estava no centro. O cristal firme em suas mãos.
- Você não vai fugir, Elinor. - Aubrey deu um passo para a frente.
- O que aconteceu com você? - Elinor parecia não saber se lutava ou se a admirava. - Você não é uma lunar.
- Ah eu sou sim uma lunar. - Aubrey disse. - Soube disso quando a própria mãe lua me deu o poder do sol, quando você roubou o meu.
- Não é possível... - Elinor segurou o cristal junto do peito. Parecia assustada. - Ysmatiz tentou ter o poder do sol e...
- Ysmatiz tentou roubar o que deve ser dado. - Aubrey lançou uma rajada de energia. Levantando o cristal, Elinor desviou.
- Nos veremos novamente, Aubrey. - Elinor flutuou no ar. Dando uma pirueta, se transformou na coruja branca. Ela foi esperta. Quando uma alta está em forma animal, magia não a atinge. O cristal estava preso nas garras da ave.
"Faça o mesmo"
Uma voz masculina a disse. Era forte e grossa. Causou até um arrepio em Aubrey. Ela lançou a mão para trás, fechando a porta com magia.
- Não há para onde escapar. - Aubrey disse. A coruja mergulhou em sua direção. Ela lhe lançou um raio, mas não a atingiu.
"Você não pode me ferir Aubrey Moon. - Elinor disse na cabeça de Aubrey. "Altas em forma de animal são mais fortes que uma lunar com meros poderes solares"
Aubrey sentiu um puxão no braço direito. Um espasmo. Logo após sentiu no outro braço. As pernas tremiam. Sua respiração acelerou. Os seus sentidos pareceram ficar mais intensos. Começou a ouvir melhor, ver melhor. Ficou de quatro no chão, com a respiração ofegante.
Quando ela olhou para cima, não era Aubrey Moon. Seu corpo havia mudado. Conseguiu sentir o medo de Elinor. Não tinha mais mãos. Tinha patas. Seu vestido substituído por pelos negros. Aubrey Moon era uma enorme leoa. Um animal do sol. Com um rugido de doer os ouvidos, ela avançou para cima de Elinor.

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