PRÓLOGO

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Helena

__Tem que dar tempo, tem que dar tempo!

Repito essa frase mil vezes na minha cabeça, enquanto junto minhas coisas e jogo de qualquer jeito dentro de uma mala. É o que eu consigo carregar, infelizmente o resto vai ter que ficar para depois. Pego apenas o essencial, algumas peças de roupa, escova de dente, perfume, documentos e uma foto do meu casamento.

__Como eu fui deixar isso acontecer?

Falo comigo mesmo, esse pensamento não me sai da cabeça, desde o momento em que vi o email com o resultado do exame de gravidez. Meus olhos não conseguem acreditar no que vêem...

P.O.S.I.T.I.V.O

Meu corpo congela na cadeira, e não sei como cheguei em casa.

Só me lembro de pedir ao meu chefe que me deixasse sair um pouco mais cedo, pois não me sentia bem - o que era totalmente verdade. Estava tonta, suava frio e tinha a sensação que iria desmaiar a qualquer momento. Graças à Deus, isso não aconteceu, e eu cheguei em casa, a tempo de arrumar minhas malas. Mas não tive tempo suficiente para ir embora de fato, pois Gabriel - o homem que eu amo de todo o meu coração, meu marido e pai do bebê que estou esperando, me surpreende no exato momento em que eu abria a porta do apartamento, como a mala na mão.

Ele parecia estar feliz, estava com um sorriso no rosto, sorriso esse que logo se desfaz

ao olhar para minhas mãos. Seguro firme a mala. Seguro tão forte que minhas unhas perfuram minha carne, sinto dor, mas não me importo, pois sei muito bem que Gabriel vai sofrer bem mais. Isso parte meu coração.

Mas é necessário! Ele ficará melhor sem mim. Sem saber desse filho, pelo menos por enquanto. Porque quando ele descobrir, vai me odiar. E assim vai me esquecer para sempre.

Ele continua me olhando, com olhos de espanto e preocupação. Por dentro estou tremendo, mas por fora mantenho uma aparência calma e tranquila.

__O quê significa isso Helena? Onde você vai com essas malas?

Ele me olha com preocupação.

Não sei o que responder. Preciso de uma desculpa imediatamente, uma desculpa tão boa que ele nunca mais vai querer olhar na minha cara. Isso me mata por dentro, porque Gabriel é o amor da minha vida, o único homem que eu amei.

Mas é melhor ele sofrer agora, sem saber de nada, do que mais tarde ele me odiar e me jogar na cara o quanto eu e esse bebê estragamos a vida e os sonhos dele. Porque é isso que vai acontecer se eu falar da gravidez. Pois eu sabia que filho nunca esteve nos planos dele, eu sempre soube, desde o começo.

E tudo bem pra mim, pois quando nos conhecemos também não tinha planos de ter filhos, não tão cedo pelo menos. Mas Gabriel sempre foi firme nesse quesito - apesar de amar crianças, ele nunca quis ter seus próprios filhos. Nunca soube o porquê! Ele é ótimo com crianças, e elas o adoram.

Mas agora eu não tenho escolha - vou ter esse bebê, mesmo que para isso eu tenha uma vida de solidão e sofrimento, longe do meu único amor.

E com o coração ameaçando parar de bater, a boca seca e me segurando para não deixar cair as lágrimas que se formam em meus olhos, eu o respondo:

__Estou indo embora, Gabriel!

Ele me olha perplexo. Meu coração dói.

__Você está brincando né? Diz que está brincando Helena!

__Não! Não estou brincando. Não está vendo a mala?

Gabriel e eu nunca nos tratamos com grosserias. Mas hoje recorro a todos os caminhos possível para que ele acredite de falo sério. Ele tem que acreditar. E eu preciso sair o mais rápido de perto dele, ou não vou ter forças para fazer o que eu tenho que fazer.

__Me deixa passar Gabriel. Por favor!

__Você não vai sair sem me explicar o que está acontecendo aqui.

__Não tenho que explicar nada.

__Não tem?

__Não. Não tenho.

__Então você acorda um dia e diz: "Não quero mais viver com ele, vou fugir."

__Eu não estou fugindo.

__Você estava indo embora sem falar comigo. Isso não é fugir?

Já não aguento mais. Preciso sair daqui agora!

Ele continua parado enfrente a porta, impedindo minha passagem.

__Diz o que está acontecendo amor. E resolvemos juntos.

Com a última gota de autocontrole que ainda tenho, e com o tom de voz quase que inaudível eu peço para que ele me deixe ir.

__Me deixe passar.

Ele não diz mais nada. Também não faz movimento algum para sair da frente da porta.

__Por favor Gabriel!

Ele me olha confuso, mas da alguns passos à direita, deixando assim o caminho livre para que eu possa sair pela porta.

Ao passar por ele, suas mãos tocam meu braço. O toque é com o mesmo carinho de sempre, mas me segura firme, me fazendo parar por um instante.

__Olha pra mim Helena.

__Gabriel. Não faz isso.

Não consigo olhar. Como poderia? Ele solta meu braço. Sua mão cai pesada contra seu corpo, e logo depois ele a passa repetidas vezes pelo cabelo, o que deixa claro que está nervoso. Solta um longo e triste suspiro. E diz bem baixo:

__Isso não acaba aqui!

Ele fala mais alguma coisa, que eu não escuto, porque nessa hora eu saio como um furacão. Saio deixando a casa onde vivi os momentos mais felizes nos últimos 2 anos da minha vida. Deixando para trás o amor da minha vida, o único homem que eu amei. O pai do meu filho!

O que acalma um pouco a dor que sinto no momento é a certeza de que levo dentro de mim um pedaço dele...

NOSSO BEBÊ!!! 

NOSSO BEBÊ!!! 

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()REPOSTADO

Oi, essa é minha primeira obra então peguem leve e me dê a chance de contar essa história que vai fazer você suspirar e se apaixonar por esse casal.

Esse é apenas um adiantamento do que está por vir da história de Gabriel e Helena, dois jovens completamente apaixonados que vão enfrentar um obstáculo gigante pela frente.
Obstáculo que vai fazer com que o jovem Gabriel supere traumas que ele nem imaginava que existia.

Então votem e comentem! 😘

Longa Espera  ✅CONCLUÍDO  Onde histórias criam vida. Descubra agora