CAPITULO 32 - TUDO CERTO, ATÉ QUE ...

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Gabriel

Depois de chegar ao hospital e conferir cada funcionário, assistir as intermináveis horas de gravação das câmeras de segurança. Depois de ter seguido cada passo sugerido pelo delegado, e de ter minha fé e esperança quase perdida, eis que recebo um abençoado telefonema do meu pai, e nessa ligação ele dizia que a mãe de Eduarda, minha avó de coração, havia ligado dizendo que Eduarda estava em sua casa com uma bebê recém nascida nos braços, dizendo que era sua filha. Mas graças aos céus e a todos os seres divinos e celestiais, minha avó que sofria há anos de Alzheimer, estava em um de seus raros momentos de lucidez, e ela se lembrou de que Eduarda teve complicações no parto de Rafael, complicações que à deixou estéril.

Foi então que ela ligou para meu pai, para saber melhor o que estava acontecendo. Meu pai não entrou em detalhes, apenas lhe disse que o bebê em questão se tratava da minha filha e não da filha de Eduarda. Ela ficou muito feliz em conhecer sua segunda bisneta, e meu pai pediu para que ela não dissesse a Eduarda que havia nos ligado, pois faríamos uma surpreza. E é o que estou torcendo para que ela faça. Pois se Eduarda for avisada de que estamos indo até lá, com certeza ela fugirá novamente.

Saio do hospital, deixando Helena e com ela a promessa que trarei nossa filha de volta. E durante todo caminho rezo para que eu consiga cumprir. Não importa o que aconteça, Helena vai ter nossa filha novamente em seus braços ainda hoje.

A viagem é longa, e essa distância me deixa ainda mais agitado e nervoso. Estamos em dois carros, comigo está Miguel, que dirige o carro, ao seu lado está o delegado, no banco de trás estamos Rafael e eu. No outro carro, que vem logo atrás, estão um detetive e três policiais, que agora não me recordo os nomes. Todos os dois carros são civis, para que não levante nenhuma suspeita quando chegarmos.

Quando já estamos bem próximos ao nosso destino, o celular de Rafael toca. É Rebeca, sua esposa, meus coração se acelera ainda mais, se é que é possível. Presto atenção e tento ouvir algo, temo que possa ter acontecido alguma coisa com Helena. A ligação é curta, e pelas as respostas de Rafael imagino que Rebeca esteja perguntando onde estamos. Até que ele encerra ligação.

__Mais problema Rafa?

__Não. Receba ligou a pedido de Helena.

__Como ela está?

__Ela queria notícias suas. E queria que soubesse que já teve alta do hospital, está em casa.

__Pelo menos uma notícia boa. Mas porquê ela mesma não me ligou? Ou será que ligou e eu não ouvi?

Digo já pegando o celular para conferir.

__Não Gabriel, ela não te ligou. Não quis correr o risco de ligar e você não conseguir atender e te deixar mais preocupado achando que pudesse ter acontecido algo com ela.

__Até nessas horas ela se preocupa comigo! Não mereço essa mulher Rafa. E eu sei que repito isso a todo intante, mas definitivamente ela não merecia estar passando por isso.

__Não diz isso Gabriel. Nenhum de vocês merecia estar passando por isso.

__Só quero que isso acabe logo, para eu voltar logo pra ela.

Digo isso mais para mim mesmo, do que como uma resposta para meu irmão. Ele apenas bate de leve a mão em meu ombro e a deixa ali por um instante, como que me dizendo de uma forma silenciosa, que está do meu lado e me apoia. O que eu já sei é claro. Olho através da janela do carro, a visão que tantas vezes me deixou feliz, quando passávamos as férias na casa dos nossos avós, essa paisagem me encantava. Mas hoje ela passa em flash, olho mas na verdade não vejo nada. Só quero que o tempo passe rápido e que esse tormento acabe.

Longa Espera  ✅CONCLUÍDO  Onde histórias criam vida. Descubra agora