CAPÍTULO 18 - O REENCONTRO

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Helena

No dia seguinte a minha consulta com Martha, eu vou fazer os exames que ela me pediu, faço também a ultrassonografia. Estou com exatamente sete semanas de gestação, eu não consigo ver muita coisa, mas o coração bate muito rápido. E que sensação maravilhosa ouvir o coração do meu bebê bater pela primeira vez. Seria perfeito se Gabriel estivesse aqui comigo. Mas não se pode ter tudo não é mesmo?

O médico diz que está tudo bem como o bebê, tamanho e peso estão dentro da normalidade. Queria muito saber o sexo, mas sou informada que isso só é possível depois da 18° semana, mas fico feliz só de saber que está tudo bem, mesmo com tanta coisa acontecendo.

Assim que saio do consultório vou direto pra casa dos meus pais - onde eu estou desde que eles voltaram de viagem. Meu irmão havia contado sobre minha saída de casa, e eles exigiram que eu ficasse lá até resolver minha situação com Gabriel - o que até o momento acho sem solução, o filho já existe e eu não vou obriga-lo a assumir e a conviver com o que ele nunca quis.

Assim que entro em casa, encontro minha mãe sentada na sala. Lhe dou um beijo na bochecha e me sento ao seu lado.

__Oi mãe!

__Oi minha querida! Como foi?

__Foi tudo bem. O médico dize que está tudo certo com o bebê.

__Que bom meu amor. Queria tanto ter ido com você.

__Tudo bem mãe. Eu já sou grandinha pra senhora me acompanhar ao médico.

Falo tentando parecer despreocupada, mas não consigo, sei disso pelo jeito que minha mãe me olha.

__Você só não precisa passar por tudo sozinha.

__Eu sei que não estou sozinha mãe. Sabe, pensei no Gabriel quando eu ouvi o coração do bebê.

__E foi só isso que te fez pensar nele?

__Claro que não, eu penso nele desde que eu acordo até a hora de ir dormir. E ainda sonho com ele.

__Foi o que eu pensei.

__Porque tem que ser assim mãe? Esse momento devia ser nosso. Meu e dele.

__Foi você quem saiu de casa Helena.

__Eu sei. Mas como eu ia continuar lá? Ele sempre deixou claro que não quer filho. O que devia fazer, esfregar o exame na cara dele e pronto?

__Você acha que ele não aceitaria esse bebê? Que ele te pediria pra tirar?

__Não mãe. Claro que não. Ele nunca me pediria isso.

__Então?

__Eu só não posso impor que ele tenha uma vida que ele nunca quis. Ele seria infeliz.

__Você não tem como saber, às pessoas podem mudar de ideia.

__Quando a mudança vem de dentro, sim. Não quando são impostas.

__Gabriel me ligou hoje.

__É mesmo? O que ele disse?

__Está preocupado com você. Ele tá sofrendo filha.

__E eu não?

__Ele disse que vai lutar pra ter vocês de volta.

__Vocês?

__Você é o bebê. Ele disse que vocês são a vida dele.

__Ele me mandou uma mensegem, disse que quer conversar.

__Isso é um bom sinal. O que você respondeu?

__Disse que passo lá amanhã a tarde.

__Eu disse que as pessoas mudam. Acho que ele merece pelo menos uma explicação. Mesmo que você decida não voltar. Ele tem o direito.

Longa Espera  ✅CONCLUÍDO  Onde histórias criam vida. Descubra agora