CAPÍTULO 24 - ACERTANDO AS CONTAS

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Gabriel

Saio mais tranquilo do hospital sabendo que Helena está com sua mãe.

Eu preciso tirar essa história a limpo, mas não queria deixar Helena sozinha. Ainda mais depois de tudo que ela me contou. Se Eduarda teve a coragem de empurrar minha mulher da escada dentro da casa do próprio filho, imagina o que ela poderia fazer estando longe de todos! A raiva me consome apenas por imaginar a ideia.

Prometi a Helena que não faria nenhuma besteira, mas confesso que essa será uma promessa difícil, pra não dizer impossível, de se cumprir. Minha vontade era gritar aos quatro cantos do mundo o que Eduarda fez. Mas não foi assim que meu pai me ensinou a resolver meos problemas, não com vingança.

Sigo direto para a casa de meu pai, como ele foi cedo visitar Helena e disse que iria direto para o escritório, sei que Eduarda estará sozinha em casa, e pela hora, o mais certo é que ainda deva estar dormindo. E eu espero mesmo que ela esteja em casa.

Dirijo quase que no piloto automático. A cabeça fervilhando em pensamentos, e lembranças. Como viemos parar até aqui? Uma pergunta sem resposta, eu sei, mas tenho que colocar as coisas de novo em seu devido lugar. Minha filha não pode nascer em meio a tanta confusão. Paz! É todo que precisamos, mesmo que para isso eu tenha que resolver de outra forma meu problema com Eduarda.

Vinte minutos depois de sair do hospital, paro o carro em frente à enorme casa de meu pai. Fico um tempo dentro do carro parado, criando forças e coragem para enfrentar Eduarda, a única mãe que tive, que nunca me amou como tal, e ainda tentou matar minha mulher e minha filha.

Bato na porta, uma, duas, três vezes. Nada! Será que nem os empregados estão?

Quando já estou a ponto de desistir e ir embora, ouço barulho de chave na porta, e suas trancas sendo abertar. E logo dou de cara com Eduarda, muito bem arrumada como sempre e com uma grande mala de rodinhas, e outra menor pendurada em seu ombro. Ela para e me encara por um momento, sem palavras, sinto a tensão no ar. Sua mão ainda segura firme a maçaneta. Ela engole em seco, tira o grande óculos escuro que lhe cobria os olhos. Me lança um de seus sorrisos forçados.

Uso todo meu autocontrole para não me atirar em cima dela. Então com a voz mais calma que consigo, e com um tom de deboche, dou o primeiro passo para o meu acerto de contas. Mas não sou tão bom em fingir o que sinto. Pois eu percebo que ela enxerga em meu rosto o ódio que estou sentindo.

__Vai a algum lugar, mamãe?

Não via Eduarda desde que meu pai me contou o tal acordo e segredo. Não sinto nada além de desprezo. Ela por outro lado, sempre fingida.

__Gabriel meu querido! Como está?

__Poderia estar melhor.

__Oh sim. Como está Helena?

__Acordou.

__Seu pai me ligou para dar essa excelente notícia.

__Não vai me convidar para entrar?

__Sabe o que é, estou de saída e seu pai não está em casa.

Sem dar ouvido ao que ela diz, passo por ela, entrando casa a dentro.

__Eu sei que ele não está. E onde a senhora vai tão cedo, e com essas malas?

__Vou visitar seus avós. Recebi uma ligação que eles não tem estado muito bem.

Sinto pena dos pais de Eduarda, apesar de não ser minha mãe biológica, seus pais sempre me trataram como um neto, nunca fizeram diferença entra meus irmãos e eu, os amo como se fossem meus avós de sangue, e me entristece muito saber que a saúde dos dois não vai bem.

Longa Espera  ✅CONCLUÍDO  Onde histórias criam vida. Descubra agora