CAPITULO 3 - A Caminho do Altar

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Helena

Depois de me ajudar com os degraus da escada, minha mãe seguiu para a igreja, junto com meu irmão Daniel e sua esposa Sofia, eles foram meus padrinhos, Sofia é minha amiga desde que me lembro, ela e meu irmão se apaixonaram ainda na adolescência e não se desgrudaram mais, eles já estão casados há 1 anos.

Ao chegar no carro, antes de entrar eu paro e olho para trás - a construção de dois andares de faixada branca e janelas de madeira azul escuro, me vem à cabeça que eu nunca havia passado muito tempo fora de casa em toda minha vida, e agora eu estava me despedindo dela, vivi tantos momentos importantes nessa casa. Foi onde eu nasci, e me criei, onde eu aprendi a valorizar as pequenas coisas da vida, como me sentar à calçada no fim de tarde com minha amiga e conversar sobre tudo, e as vezes sobre nada, apenas aproveitar a companhia uma da outra, e só entrar em casa quando o céu já estava escuro. Meus olhos se enchem de lágrimas, lágrimas de alegria por ter tantas memórias felizes nesse lugar.

Meu pai então me olha, e diz com uma voz também emocionada, e parecendo ler meus pensamentos :

__Não se preocupe minha princesa, essa será para sempre sua casa, não importa quantos anos tenha.

__Eu sei pai!

É o que eu consigo dizer. E com os braços ao redor de seu pescoço, lhe dou um abraço tão forte, que ele precisa tomar fôlego quando eu o solto. E assim, completamente tomados pela emoção, entramos no carro e nos dirigimos à igreja.

Ao chegar, posso ver alguns poucos convidados que ainda andava pelo pátio da igreja, quando o carro para na lateral da igreja, meu pai sai primeiro e dá a volta, para abrir a porta e me estende a mão para que eu - com sua ajuda, possa sair também.

As portas da igreja agora estão fechadas e todos já entraram, estamos só meu pai e eu do lado de fora. Ele me dá um beijo carinhoso em minha bochecha, sem dizer uma única palavra, mas eu sei que com aquele gesto ele está me abençoando e desejando silenciosamente que eu seja feliz. Eu também pensei que seria! Mal sabia que eu mesma seria a maior culpada, por causar em Gabriel e em mim, tanta dor e sofrimento que jamais poderia sequer ter imaginado!

Quando a marcha nupcial começa a dar seu primeiros acordes, as portas são abertas, um mar de gente se levanta assim que dou o primeiro passo, vejo que o interior da pequena igreja está coberta de flores azuis e branca - que combinam com as paredes no fundo do altar.

E lá estava ele, mais lindo do que nunca! Em seu terno escuro, ele havia tirado a barba e cortado o cabelo - mas não muito, o suficiente para que não pegasse na gola de sua camisa branca, mas ainda comprido para que alguns fios lhe caísse na testa - aquele tipo de cabelo que deixa um homem com jeito sedutor sem ter que fazer muito esforço, ele me olhava com aqueles olhos de um azul tão claro quanto o céu em um dia de verão, e eu senti o quanto ele me amava, naquele único olhar pude ter certeza que tomara a decisão correta quando aceitei seu pedido de casamento.

Meu pai e eu caminhamos de braços dados e passos lentos e calmos pelo extenso tapete - também azul. Ao chegarmos perto do altar, Gabriel se aproxima, cumprimenta meu pai, me dá um beijo casto na testa, olha nos meus olhos - porém sinto que seus olhos queimam com uma mistura de desejo e paixão. Ele sorri, um sorriso que faz meu coração disparar como se eu tivesse corrido uma maratona. Gabriel me guia até o altar, subimos os três pequenos degraus e nos juntamos ao padre - que nos esperava paciente.

(REPOSTADO)  

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