CAPÍTULO 5 - A FESTA

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Helena

Confesso que fiquei apreensiva quando o padre Antônio pergunta para Gabriel, meu coração disparou nesse momento, pensei que fosse parar de bater, meu nervosismo aumentava ainda mais por que Gabriel não respondeu de imediato a pergunta, dava pra ver em seus olhos a angústia que ele sentia, ele nunca quis filhos NUNCA, nisso ele foi sempre muito claro, eu nunca entendi o porque disso, ele é sempre tão carinho com crianças.

Quando enfim ele responde que "sim" eu sinto que não é um sim com firmeza, mas um "sim" para que o padre continuasse logo com a cerimônia, tenho certeza que ele notou meu desconforto.

Padre Antônio continua a cerimônia, e finaliza nos declarando marido e mulher e pedindo para que Gabriel me beijasse, foi um beijo doce mas ao mesmo tempo eu sentia que era como se Gabriel me pedisse desculpas naquele momento. Depois que todos que estão presentes se levantam e nos aplaudem, seguimos para a festa.

O motorista que nos levou à festa fez o caminho mais longo para o local onde acontecia a comemoração, para que quando chegassemos já houvesse convidados lá para nos receber, e assim foi, fomos recebido com mais palmas e gritos de "VIVA OS NOIVOS".

Foi uma festa bonita, com uma decoração simples e romântica, o lugar estava repleto de rosas brancas, as mesas estavam forradas com toalhas em um tom champanhe, quando se olhava para cima a sensação que se tinha era de estar olhando para o céu em noites estreladas, pois haviam centenas de pequenas lâmpadas com sua luzes brancas, o bolo foi o único item que possuía um toque de cor em toda decoração, fiz questão que ele tivesse detalhes em um tom claro de azul -assim como os olhos de Gabriel, aquele azul que me impinotizava e me deixou apaixonada desde o primeiro instante.

Foi sem dúvida uma noite perfeita, comemos, rimos e tiramos muitas fotos, e na hora da valsa Gabriel pega minha mão esquerda - a mão que agora está minha aliança de casamento, ele dá um beijo bem no dedo que carrega a aliança, e me puxa com delicadeza para o centro da pista de dança.

__Você está maravilhosa Sra. Santana!

Gabriel fala sério, mas reconheço seu tom de brincadeira. Ele com certeza percebeu minha mudança e está tentando quebrar a fina camada de gelo que se formou entre nós.

__O senhor também não está nada mau Sr. Santana!

Respondo com bom humor, me obrigando a esquecer o senti na igreja. Afinal hoje é o dia mais feliz das nossas vidas.

E então dançamos a valsa mas linda de todas, durante toda música Gabriel me olha nos olhos, a impressão que tenho é que só existe ele é eu naquele momento, e por um segundo esqueço completamente da tristeza que senti com a reação de Gabriel minutos atrás. Depois de dançar com Gabriel chega a vez de dançar com meu pai.

Olhando para Gabriel meu pai diz:

__Me concede a honra de dança com esta bela senhora?

Ele está todo orgulhoso, olha para mim com se eu fosse de outro mundo, e perfeita.

__Claro meu senhor!

Gabriel responde sorrindo para meu pai.

__Está feliz minha filha?

Pergunta meu pai olhando em meu olhos.

__Estou sim paizinho! Está tudo mais que perfeito.

Tentando não passar minha mágoa para meu pai eu respondo firme e sorrindo. Mas ele me conhece e sabe quando estou mentindo.

__Não precisa menti para mim Helena, sou seu pai e te conheço melhor que você mesma. O que te deixou chateada?

__Ah pai, não tem como esconder nada do senhor não é mesmo?!

__Não, não tem!

Meu pai responde.

__Não é nada tão importante pai, é que me magoou quando Gabriel respondeu ao padre Antônio que criaria nos caminhos de Deus os filhos que tivéssemos, porque eu sei que ele não quer ter filhos.

Não consigo impedir que meus olhos se encham de lágrimas.

__E porque isso te magoou Helena? Com o tempo a cabeça dele vai mudar, você vai ver.

Meu pai tenta me convencer, e eu finjo que estou convencida, pois hoje é dia de alegria.

__Eu sei pai, eu sei. Só estou um pouco sensivél hoje.

Dou um beijo em seu rosto, e com isso dou o assunto por encerado.

Por pouco tempo, porque de onde Gabriel está conversando com seu irmão Rafael, ele percebe que estou quase chorando, ele faz um movimento com a mão, como se pedisse que o irmão esperasse por um momento, e caminha em minha direção. Assim como eu não consegui esconder do meu pai o motivo da minha tristeza, sei que não vou conseguir esconder de Gabriel.  

(REPOSTADO)

Longa Espera  ✅CONCLUÍDO  Onde histórias criam vida. Descubra agora