Capítulo 10

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Durante todo o seu dia de trabalho, Regina se manteve distante em sua mente. Apenas o corpo estava presente no hospital, agindo de forma automática em seus afazeres.

A cada suspirada que dava, andando pelos corredores do hospital, lembranças dos últimos dois anos, faziam-se presente e extremamente vivas em sua memória, ora deixando-lhe feliz, ora deixando-lhe triste. Estava feliz por lembrar de seus bons momentos com Henry e Emma durante esses dois anos, e triste por saber que estava prestes a perder toda a felicidade que estava tendo com sua família, com a volta das velhas memórias. Não queria ser egoísta e não fazer o certo, não ir salvar seus amigos e familiares em Storybrooke. Ela não era mais assim. Emma e Henry tinham a ajudado nesse processo de mudança. Ela só não queria perder tudo que conseguira e conquistara nesse período. Não queria perder a felicidade que tanto procurou por tanto tempo.

Após a pausa do almoço, querendo ficar sozinha com suas lembranças, alegou estar com dor de cabeça, para os amigos e parceiros de trabalho, e em um piscar de olhos, o que para ela não foi nada bom, já passava das cinco da tarde, e precisava voltar para casa, encarar Emma, seu filho, que de nada sabia ainda, e as recordações que alguns lugares a fazia ter.

•§•

Após buscar Henry na escola, e demorar bem mais que o normal para chegar em casa, tentando evitar o inevitável, Regina tomou um bom banho quente e relaxador, tentando ignorar a real dor de cabeça que agora estava sentindo, e depois de tomar um remédio para aliviá-la, seguiu para a cozinha, e começou a preparar o jantar, usando-o como um escape para fazer a sua mente fugir um pouco da realidade, concentrando-a toda no que fazia, sem espaço para outros pensamentos.

Deu certo por um momento.

Todo esse esforço foi por água abaixo, quando, minutos depois, escutou o barulho da porta abrindo, a voz de Emma falando com Henry, fazendo-se presente, e a porta sendo fechada novamente.

Segundos depois, escutou passos aproximando-se devagar, hesitantes, e então, a presença da loira no mesmo cômodo que o seu.

Todavia, ao entrar por completo na cozinha, como sempre, Emma não se manifestou em palavras, apenas encostou-se à mesa, e ali ficou, com as mãos nos bolsos traseiros da calça, observando sua ainda esposa no papel, fazer picadinho de alguns legumes e verduras.

E então, sabendo que estava sendo analisada, Regina se sentiu nervosa. Emma sempre fazia isso quando chegava do trabalho ou de qualquer outro lugar, e ela estava na cozinha, preparando alguma coisa, antes de abraçá-la por trás, e beijar-lhe todo o pescoço e ombro.

— Henry disse que você estava com dor de cabeça quando chegou. — Swan diz finalmente, aproximando-se devagar, mas parando abruptamente ao perceber que a abraçaria, como era de seu costume. Segurando seus impulsos e vontades, deu alguns passos até a bancada onde Regina matava os legumes e verduras, e se manteve em uma distância segura, ficando ao seu lado. — Está se sentindo melhor? — Mais uma vez conteve seus impulsos, ao levantar o olhar até seu rosto e ver seus cabelos caídos, cobrindo sua visão de seu rosto. Queria poder colocá-los para trás de sua orelha de forma carinhosa, como se acostumou a fazer, e depois acariciar o seu rosto, finalizando com um suave beijo, recebendo um sorriso apaixonado como resposta logo depois. Mas não podia mais. E isso a estava machucando mais do que imaginou que seria possível.

— Está melhor do que quando eu cheguei... — Deu um sorrisinho. Ligou a torneira, e começou a lavar os utensílios que usara.

— Se você quiser, posso fazer aquela massagem em suas têmporas, que ajuda a aliviar. — Ofereceu, já se aproximando mais, e parando em suas costas, apenas esperando uma permissão, mas que não veio. Emma entendia bem, o motivo de não ter tido uma resposta. Suspirando pesadamente, voltou para o seu lugar. — Precisamos contar logo para Henry, ou ele perceberá que algo está mudado.

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