Capítulo 26

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― Mãe, esse fusca está cada dia mais barulhento. ― Henry reclama, fazendo uma careta. Já tinham levado o carro de Regina para a garagem da pensão da Granny e agora levavam o de Emma. Estavam passando pela estrada principal que dá acesso à cidade. ― Dá para saber que estamos chegando antes de aparecer na rua.

― Não é culpa dele, ok? ― O garoto a olha com o cenho franzido. ― Não é. ― Repete firmemente. ― Eu é que estou em falta com a manutenção mensal, por isso o motor está tão barulhento.

― Você não pensa em trocá-lo? ― A loira nega sem pensar duas vezes.

― Jamais abandonaria o meu companheiro de guerra. ― Estica o braço e acaricia o painel de controle. Henry revira os olhos e balança a cabeça negativamente.

― Ele já está bem velho, mãe. ― Alfineta e se segura para não rir da expressão de raiva da mãe. Embora o fusca estivesse realmente mais barulhento que o habitual e fosse um carro bem ultrapassado, Henry gostava dele e não se importava dele ser antigo e barulhento. Só estava fazendo os comentários e as expressões de desagrado para irritar a mãe.

― Meu carro não é velho, garoto. Ele é só antigo, mas não velho. ― Seu tom soa ofendido. O fusca era uma extensão sua e ofendê-lo, ofendia-a também. ― Ele é uma relíquia, sabia? Colecionadores pagariam fortunas para tê-lo em suas coleções. ― Diz com orgulho.

― Duvido muito, com esse barulho todo... ― Fala baixinho, em direção a janela, mas Emma escuta.

― Você não falou nada disso do carro da Regina.

― Além dele ser bem mais silencioso, é mais novo também. ― Responde sem lhe olhar. Estava se segurando para não rir. Se Emma visse, descobriria que ele só estava brincando.

― 16 anos, apenas. Não é muita coisa. ― Henry a encara com a sobrancelha arqueada. ― Olha, quando isso tudo acabar, eu vou resolver esse problema do barulho, satisfeito? ― O garoto assente.

A conversa é encerrada e Emma volta a prestar mais atenção no trânsito quase parado de Storybrooke e Henry a olhar a rua. Com o silêncio, o garoto começa a prestar mais atenção nos prédios e estabelecimentos que vão surgindo à medida que vão saindo da estrada e vão chegando na cidade, constata algumas coisas diferentes, umas pequenas e outras grandes, e se pergunta se eram mesmo mudanças ou se sempre foi assim e ele nunca tinha prestado atenção antes.

Ao passar em frente à Prefeitura, Emma pensa em Regina e então se lembra do beijo rápido que trocaram em frente ao garoto. Embora já estivesse bem visível que Henry apoiava as duas, uma conversa sobre o assunto era importante e ela queria saber o que ele achava e como se sentia.

― Henry... ― Toca rapidamente no joelho do garoto e ele vira em sua direção. ― O que você acha de mim e da Regina juntas? ― O garoto se remexe no lugar, buscando uma posição mais confortável e o coração de Emma bate acelerado. Ela entendia aquilo como uma hesitação para falar do assunto. Talvez ele não estivesse sendo verdadeiro ao demonstrar que apoiava as duas.

― Ei, relaxa... ― Toca no braço dela e abre um pequeno sorriso. Emma franze o cenho, confusa. ― Percebi que ficou tensa quando me viu se mexer... ― Esclarece e a loira se questiona se tinha deixado transparecer tanto a ponto de ele perceber. ― Sim, deu para perceber. ― Acrescenta, como se tivesse lido seus pensamentos e ela arqueia a sobrancelha. ― Eu não esqueci das suas dicas para ler as pessoas. ― Diz, surpreendendo-a. ― Então... ― Remexe-se mais uma vez e fica totalmente de frente para ela. ― Eu apoio vocês duas, de verdade. ― Seu tom sincero causa alívio na mãe e ela sorri para ele. ― A mãe também conversou comigo quando estávamos hospital, e como eu disse para ela, eu nunca imaginei vocês duas juntas, mas não achei ruim que aconteceu. Eu estou gostando de ver as duas pessoas mais importantes na minha vida, juntas, e me sinto o garoto mais sortudo de Storybrooke. ― Fala de um jeito engraçado, todo posudo, e Emma sorri. ― Se depender de mim, vocês ficam juntas para sempre. ― Diz em um tom sério.

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