Capítulo 27

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É horário de almoço em Storybrooke. Todos os trabalhadores da cidade estão no Granny's Dinner. A casa está cheia dentro e fora. Todas as mesas, até as reservas, já estão ocupadas e não há um lugar sequer para mais alguém. Se mais pessoas passarem a frequentar o lugar, será necessária uma expansão. Widow Lucas está distribuindo sorrisos de tanta felicidade. No final do dia, seu caixa estará mais cheio que o comum. É dia da sua famosa lasanha e todos querem ao menos um pedaço.

― Eu estava louca de saudade dessa lasanha maravilhosa. ― Emma comenta com um enorme sorriso, olhando ao redor. Ao ver alguns rostos conhecidos, sua mente vaga para a época em que chegou na cidade e era Xerife, e essas pessoas eram as suas companhias na hora do almoço quando Ruby Lucas não fazia o serviço de entrega na delegacia. Um pigarreio de Henry chama a sua atenção e ela a volta para a sua mesa, dando de cara com um olhar irritado de Regina Mills. ― O que? ― Questiona sem entender e Henry solta um risinho. Ela olha para o garoto pedindo sua ajuda e ele sussurra "lasanha". ― Ah! ― Dá um risinho e balança a cabeça negativamente. ― Regina... ― Estica sua mão na mesa para acariciar a dela. ― Sua lasanha é maravilhosa também, meu amor. É só que faz muito tempo que eu não como a da Granny e estou com saudade. ― Explica-se e o rosto da morena logo se suaviza, porém, não pelo que a loira disse, mas sim pela forma como a chamou. Era a primeira vez que Emma a chamava dessa forma desde que recuperaram as memórias.

Kelly, Ruby e Dorothy começam a fazer as entregas dos pedidos nas mesas, deixando as pessoas eufóricas, e Emma volta a olhar ao redor, para os vários rostos tão conhecidos, cujo donos não sabem que lhe conhece também.

― É estranho, não é? ― Swan volta a atenção para os seus acompanhantes. ― Estar em um lugar com pessoas que conhecemos e que nos conhecem, mas não se lembram... ― Diz em um tom triste, direcionando a atenção para a amiga garçonete do outro lado do salão, atendendo um dos anões. Regina segue o seu olhar e encontra Kelly, que estava na mesa ao lado, atendendo uma das fadas. ― Como você se sentia quando era a única que se lembrava de tudo e de todos? ― Pergunta para a morena, que tira sua atenção da irmã e a volta para Emma.

― Eu não me importava, afinal, tinha conseguido o que queria, não gostava das pessoas, elas também não gostavam de mim, eu não tinha ligação alguma com elas, então não fazia diferença se lembravam ou não de mim. ― Dá de ombros. ― Então, um dia um garoto e o seu pai apareceram na cidade e eu me apaguei ao menino. ― Henry e Emma a olham com curiosidade, querendo saber quem era o garoto. ― Era o Owen. ― Revela, deixando ambos chocados. ― Ele gostou de mim também e nós nos aproximamos muito, mas o pai dele descobriu algo sobre mim e quis ir embora. Tentei fazê-lo ficar, mas não deu certo e o final dessa história não foi bom. ― Faz uma careta. ― Foi a primeira vez que me senti sozinha, porém não tomei nenhuma providência e o sentimento de solidão foi embora. Com o passar dos anos, fui ficando entediada com todos os dias se passando da mesma forma, sem nada de novo, diferente...

― Aí eu cheguei para dar uma agitada em sua vida. ― A loira comenta, interrompendo-a, com um sorriso presunçoso. Regina estreita o olhar, com uma expressão séria, mas não consegue sustentá-la e dá um sorrisinho.

― Bem, sentindo-me sozinha mais uma vez, procurei o Gold para me ajudar a adotar uma criança. Foi então que o Henry entrou em minha vida... ― Olha para o filho e abre um pequeno sorriso, que logo é correspondido. ― Sua presença trouxe cor para os meus dias cinzentos e preencheu o vazio que eu sentia. ― Aproxima-se do garoto e beija suavemente a sua cabeça. Emma assiste a cena com um enorme sorriso enfeitando os lábios finos e os olhos brilhando de felicidade. Ela amava presenciar momentos de afeto entre os dois.

Mary Margaret entra no estabelecimento e chama a atenção de Henry.

― A vovó... ― O garoto aponta disfarçadamente para a entrada e as duas olham com discrição para ela.

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