Capítulo 14

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Manhattan

Pedindo aos deuses do mar que sua busca chegasse ao fim e Emma estivesse ali, Killian Jones para em frente à porta de número 407, o antigo apartamento de Bae e, após recuperar o fôlego por ter subido as escadas correndo, bate delicadamente na madeira, esperando ansioso por uma resposta. Uma resposta que não vem.

Levanta sua mão para bater novamente, mas antes que execute a ação, uma senhora cheia de sacolas e um cachorro, alheia à sua presença, aparece no corredor, chamando sua atenção.

― Senhora? ― Chama-a hesitante, aproximando-se um pouco. ― Você conhece uma loira, que mora nesse apartamento? ― Aponta para a porta verde um pouco descascada. ― Emma Swan é o nome dela. Tem um filho de mais ou menos 12 anos. ― Faz um sinal de mais ou menos com a mão, chamando então, a atenção da mulher para a mesma, cheia de anéis. ― Henry Mills é o nome dele.

― Há muito tempo que esse apartamento não é habitado, moço. ― Responde, olhando-o de cima à baixo, parando sua análise em seu gancho brilhoso. Ao perceber para onde a mulher olhava, Killian o esconde atrás do corpo. ― A última vez que foi habitado, foi por um casal com uma criança de mais ou menos 6 anos de idade. ― Acrescenta, ainda o olhando de forma suspeita por causa de suas roupas e o gancho.

Primeiro o Capitão franze o cenho, não fazendo ideia de quem poderia ser as pessoas que ela citou, mas depois, lembra-se de Robin e Zelena e a época que saíram de Storybrooke, com a ruiva sendo Marian.

― Ok! Muito obrigado. ― Para distrair a mulher pelo que vira, o seu gancho e a sua roupa muito diferente das roupas que as pessoas usavam ali, ele abriu o seu sorriso galanteador e piscou-lhe o olho, causando um sorriso seguido de um suspiro, na senhora.

Aproveitando a distração da senhora, ainda escondendo o gancho atrás do corpo, Killian passa apressado por ela, e segue para as escadas novamente.

Quando suas pernas reclamam do esforço feito, e ele acredita que já está há uma distância considerável do andar com a senhorinha e o seu cachorro, Jones senta-se em um degrau e puxa o frasco e o bilhete de Branca do bolso.

Após reler a mensagem que lhe foi destinada, ele guarda o papel e encara o líquido azul, batendo no seu recipiente com o gancho.

― Onde você está, Emma? ― Junta as pernas, apoia os braços em cima dos joelhos, deita a cabeça ali e fecha os olhos, tentando imaginar aonde a loira poderia estar.

•§•

Storybrooke, após a volta dos habitantes.

Ao acordar cedinho, dispensando o despertador, como todas as manhãs, Mary Margareth vira-se preguiçosamente, olha para o lado e encontra a cama vazia.

Mais uma vez.

Já estava acostumada a ir dormir sozinha e acordar sozinha, também. Estava se tornando cada vez mais raro dormir e acordar ao lado de David Nolan. Seu ainda marido.

Desde que o primeiro filho do casal, uma garotinha, morreu dois dias depois do parto, e David Nolan não aceitar que ela tinha morrido, mas sim, sido sequestrada, e não obter resultados em sua incansável procura pela bebê, o homem começou uma rotina, que mais tarde virou vício, de beber depois do trabalho, e nunca mais parou. As brigas, que quase não existiam, passaram a ser rotina na vida do casal e, meses mais tarde, David tornou-se alcoólatra. Após sair de uma reabilitação concedida em um de seus poucos momentos de sobriedade, perdeu o emprego.

Em uma das muitas conversas que teve com o homem quando ele estava sóbrio, reconciliaram-se e viajaram para uma segunda lua-de-mel com um dinheiro que ela tinha guardado para emergências, que resultou em uma nova gravidez, inesperada, mas muito bem aceita pelos dois, e que prometia ser o recomeço do casal. Ele até se distanciou das bebidas e conseguiu o emprego de volta. Porém, ainda no dia que o garoto nasceu, quando David chegou ao berçário para vê-lo, ele recebeu a notícia de que o filho, que ainda nem tinha nome, tinha morrido e já nem estava mais no local.

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