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Narração por Gael. 

Eu estava puto, não queria olhar na cara de ninguém. Eu sei que estou no erro em ter ficado com a Luna, mas será que a Maia poderia ser ao menos ser sensata e parar de agir feito criança? 

Sai puto da festa carregando a Luna pelo braço. Ela não disse nada e também nem tentou questionar, ainda bem, porque do jeito que eu estava poderia acabar sendo grosso com ela. 

Chegamos perto do meu carro, ela se soltou de mim e me empurrou para que eu encostasse no meu carro. 

—Já chega né? –Ela disse com tom autoritário-. Chega de show, chega de estresse. Eu sai de casa para me divertir e não para viver um drama adolescente. Eu entendo que você e a Maia são amigos e foi eu que fiquei no meio dos dois. Mas se o problema sou EU, EU estarei saindo do meio dos dois. Não gosto de confusão desse tipo e ainda mais que vocês são amigos antes mesmo de eu pensar falar com a Maia ou até mesmo com você. –Ela falou, falou, mas eu não conseguia entender nada direito. Minha cabeça estava dando voltas e eu só queria sair dali. 
—Olha eu só quero ir pra casa beleza? Esquecer essa porra de festa. Então se você não se importar de entrar na porra do carro eu agradeço. –Falei e destravei a porta do carro. 
—Me dá as chaves que eu vou dirigir. –Ela disse e eu larguei a chave na mão dela. Eu não queria discutir, não queria dirigir, não queria absolutamente nada. 

Entramos no carro e ela deu partida. Fechei os olhos e fomos o caminho inteiro quietos. Quando chegamos no nosso bairro eu resolvi abrir minha boca. 

—Luna vai direto para o meu apartamento. –Falei quando ela parou no sinal vermelho. 
—E como eu vou pra casa às 5:40 da manhã? Essa hora é perigoso Gustavo! –Ela disse bolada já. 
—Mulher, para de reclamar, você vai dormir comigo. –Falei e passei a mão no rosto-. Cedo eu levanto e te levo pra casa, se seu pai perguntar fala que você ficou comigo e pronto. 
—Não é assim, Gael. 
—Luna, por favor, não vamos brigar. Direto para o meu apartamento, eu durmo no chão puro se você for sem reclamar. 
—Ta bom, Gael. –Ela rolou os olhos.
Ela estava brava e eu também estava, apenas fiz um carinho na nuca dela pra demonstrar que o problema não era ela. 

Chegamos ao meu apartamento, o porteiro liberou o portão e ela entrou. Indiquei a vaga, ela manobrou e desligou o carro. Saímos e eu a puxei pra perto de mim. 

—Fica com essa cara não. –Beijei o topo da sua cabeça e entramos no elevador. 

Subimos até o meu andar e fomos para o meu apartamento. Quando entramos estava tudo escuro, então o Lipe nem havia chegado ainda. Deixei a porta sem trancar, porque o Bruno ou o Lipe poderiam ter dificuldade pra abrir a porta de tão bêbados. Fui para o meu quarto com a Luna, acendi a luz e ela sentou na cama. 
Fui até o meu guarda-roupa, peguei uma blusa minha e duas samba canção. Entreguei a roupa para a Luna e fiquei com a outra samba canção. 

—Quer ir tomar banho primeiro? –Perguntei. 
—Quero. –Entreguei uma toalha limpa pra ela e ela foi para o banheiro. 

Coloquei meu celular pra carregar e sentei na cama. Agora que me dei conta que perdi minha camisa, que merda viu. 
Estava quase dormindo já quando a Luna entrou no quarto. Ela fez carinho na minha barba e eu abri os olhos. 

—Não dorme nego. –Ela disse sorrindo e eu sorri. 
—Vou banhar. –Levantei da cama, peguei a samba canção e fui para o banho. 

Tomei um banho de 15 minutos, sequei-me, coloquei o short e fui para o quarto. A Luna já estava coçando os olhos quando entrei no quarto. Peguei travesseiro pra ela no quarto do Lipe e voltei para o meu. Desliguei a luz, liguei o ar-condicionado e deitei com ela na cama. 

MIL RAZÕES (F!)Onde histórias criam vida. Descubra agora