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Narração por Emilly. 

Clarinha: NÃO PODE SER! –Ela exclamou alto na rua e parou no lugar onde estava. Parei em sua frente e ri sem graça-. Você vai passar um final de semana inteiro com aquela maravilha? 
Emilly: Para sua louca. 
Clarinha: Como assim você não está surtando? Nossa eu não aguento! Namoro todo santo dia as fotos dele no Instagram. 
Emilly: Você o seguiu no Instagram? 
Clarinha: Claro! Estava trancado e eu precisava ver aquele gostoso. Cada fotinha sem camisa. –Ela disse rindo da sua safadeza e voltamos a andar para o ponto de ônibus. 
Emilly: Para com isso sua louca. –Ri. 
Clarinha: Sério, leva camisinha e umas lingeries. 
Emilly: Eu não estou planejando fazer sexo com ele. 
Clarinha: E daí? Tem que está preparada pra tudo. –Rolei os olhos e assenti para dar fim a essa conversa. 

Logo meu ônibus veio e estava cheio de costume. Depois de pegar dois ônibus lotada, enfim cheguei a minha casa. Vazia e sem graça. A dor da minha mãezinha sempre doía mais no meu peito depois que eu chegava em casa. Não havia tido coragem de entrar no quarto da minha mãe e mexer em suas costas, apenas entrava lá e sentava em sua cama. Apenas para senti-la um pouquinho perto de mim. O seu cheiro estava ali e aquilo me reconfortava até me pegar chorando feito uma criança. E foi isso que eu fiz. 

Nessa noite nem jantei, apenas tomei um banho e dormi encolhida na cama que costumava ser da minha mãe. 
A quinta-feira veio com tudo, muito agitada e eu mal tive tempo pra respirar. Depois do trabalho tive que passar na farmácia, comprar alguns produtos de pra levar pra viagem e dei sorte que havia algumas lojas abertas, aproveitei e comprei algumas peças íntimas pra levar pra viagem e algumas roupas sérias para acompanhar o Caio nas reuniões. 
Assim que cheguei em casa, fiz uma janta de miojo e depois fiquei fazendo minha mala.

Fui dormir quase de madrugada já, avisei minha tia que viajaria e o motivo logo assim que acordei. Deitei na minha cama e logo apaguei. 
Acordei com o meu despertador tocando bem longe, estava com muito sono e só fui me tocar da viagem um tempo depois. Levantei correndo e fui para o banheiro. Tomei um banho de 15 minutos, fiz minhas higienes matinais e sai enrolada na toalha para o meu quarto. Olhei pela janela e ainda estava meio escuro, as luzes dos postes da rua ainda estavam acesas. 

Vesti-me com a roupa que havia separado para a viagem, arrumei minha bolsa com todos os documentos para poder viajar, ainda bem que eu tinha passaporte. Fiz uma make bem leve e prendi o meu cabelo em um rabo de cavalo. 

Fui para a cozinha, estava morrendo de fome, tomei um café da manhã bem poderoso. Não sabia que horas comeria novamente. Escovei meus dentes rapidinho, passei um batom rosinha matte, peguei a minha mala e levei para a sala. Fechei todas as janelas e as portas dos fundos, sai pela porta da frente e a tranquei em seguida. 

Ao ao abrir um portão havia um carro preto parado na rua em frente ao meu portão. Um carro lindo, de gente rica mesmo. Achei muito estranho, não passava uma agulha no meu cu. 

Tranquei o portão e tentei agir naturalmente. Quando ouvi o barulho da porta do carro abrindo, virei e dei de cara com o Caio. Meu coração foi na boca e parou. Gente alguém avisa pra ele que não pode aparecer assim do nada e sem avisar? 
Soltei o ar que prendia e coloquei a mão no coração. 

Emilly: Sério literalmente você é muito estranho, já viu a hora? São 6 horas da manhã e como você aparece assim do nada? Eu pensei que fosse morrer! –Ele se aproximou com as mãos nos bolsos de sua calça e abriu um leve sorriso. 
Caio: Desculpa, eu não tinha seu número e achei que fosse um grande incômodo você ter que pegar ônibus de mala. –Gente do céu, como esse homem consegue ser maravilhoso até uma hora dessas? E como sempre ele estava com um terno que o deixava muito lindo. 
Emilly: Muito obrigado. –Sorri agradecida. 
Caio: Então vamos? 
Emilly: Vamos. –Ele pegou a minha mala e colocou no porta-malas do carro.

Antes mesmo que eu abrisse a porta do carro, ele abriu a porta da frente pra mim e então eu entrei. Ele deu a volta e entrou em seguida. O Caio deu partida no carro e ligou o rádio baixinho. Tocava umas músicas atuais bem legais. Eu olhava para as ruas que se seguiam e ia cantando as músicas baixinho. 

Caio: Ei! Você dormiu bem? –Ele puxou assunto, então olhei para ele. Seria chato ficar os dois durante um final de semana inteiro sem nenhum falando com o outro, então dei uma chance. 
Emilly: Dormi sim e você? 
Caio: Ah nem dormi. –Ele disse prestando atenção no trânsito. 
Emilly: E por que não? 
Caio: Coisas minhas. 
Emilly: Ok. –Então voltei a olhar pra rua e a cantar as musiquinhas. Deixa o Sr. Estranho Que Madruga no Portão dos Outros quieto. 

Logo chegamos a uma parte em que o trânsito estava pesado, mas ainda bem que o voo era apenas 10 horas. 
Nesse período do trânsito até o aeroporto eu e o Caio não nos falamos. Ele com aquele jeitinho estranho dele e eu não renderia confiança. 

Já no aeroporto, conferimos se estava tudo certinho e logo o nosso voo foi chamado. 
Agora você me explica, por qual motivo fazer um voo executivo do RJ até SP? Gente rica é fresca mesmo. Mas era um luxo só, meu Deus. 
Sentamos nos nossos lugares, sentei em uma poltrona de frente para a do Caio. Peguei um livro em minha bolsa e comecei a lê-lo. Meus sapatos estavam me matando, ninguém merece ter que trabalhar de salto. Estava louca para jogá-los longe, mas como que tira o salto na frente do seu chefe? 

Caio: Quer alguma coisa, Emilly? –Abaixei o livro até o meu colo e o olhei, o Caio estava me analisando. Dá um nervoso quando ele faz isso. 
Emilly: Não. 
Caio: Certeza?
Emilly: Certeza. –Voltei a minha leitura.

O avião logo decolou e eu estava muito desconfortável. Estava com aquela sensação “quero voltar pra casa”. O Caio é um estranho que fica me analisando e o meu salto estava me matando. 
Notei uma aeromoça se aproximar. Fingi ler meu livro enquanto ela oferecia algo para o Caio, mas com aquele jeitinho meio puta de ser. Quase a mandei ralar, eu hein. E o Caio levando lá o papinho com ela na maior naturalidade. Depois a querida passou a mão no ombro dele e saiu rebolando. O Caio nem pra disfarçar que olhava pra bunda dela. 
Ele voltou a me olhar e eu disfarcei olhando para o meu livro, fingindo lê-lo. 

Caio: Não precisa fingir ler o livro. –Ele riu baixinho, rolei os olhos e fechei o livro no meu colo. 
Emilly: Certo. 
Caio: Não precisa também fingir formalidade. 
Emilly: Eu estou trabalhando, certas pessoas deveriam saber disso. –Me referi a aeromoça. Ele deu uma risadinha olhando para a baixo e coçou sua barba bem feita. 
Caio: Ciúme é um sentimento natural sabia? –Abri a minha boca para responder algo, mas senti meu rosto corar e instintivamente fiquei na minha. Voltei de fato a ler meu livro. 
1 hora depois chegamos a SP. Saímos do avião, passamos pelo portão de desembarque, o Caio pegou a minha mala e a dele. 
Emilly: Dá aqui. –Tentei pegar minha mala, mas ele saiu andando na frente carregando as duas. 

Sinceramente? Esse homem precisa ser estudado. Sai andando atrás dele com os meus pés doendo por conta daquele salto maldito. Havia um carro nos esperando assim que saímos do aeroporto. Entramos no mesmo e ele nos levou para o hotel. 
O hotel só pelo lado de fora era divino, por dentro nem se fala.

Quando vi o quarto em que ficaria faltei enfartar. Simplesmente maravilhoso! Como eu queria que a minha mãezinha tivesse a oportunidade de está deitada nessa cama maravilhosa comigo. 

O Caio ficou em um quarto de frente ao meu. Ele só deixou a minha mala assim que eu entrei no meu quarto, doido não é? 

Fiquei descansando naquela cama maravilhosa. As reuniões seriam no sábado e domingo, segunda de manhã voltaríamos para o RJ.

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